Um caso de superação
Mal se notam em Friburgo os efeitos da catástrofe. Visíveis são os sinais positivos das atividades baseadas na indústria, principalmente nos setores metal-mecânico e têxtil.
Mal se notam em Friburgo os efeitos da catástrofe. Visíveis são os sinais positivos das atividades baseadas na indústria, principalmente nos setores metal-mecânico e têxtil.
Impressiona o nível estarrecedor do debate estético, promovido pela polícia teológica do Congresso, porta-vozes da vanguarda do mais puro retrocesso. A resposta precisa ser dura e por vias judiciárias, porque o protofascismo em que vão imersos não conhece limites. Merecem igual atenção por parte da sociologia e da psiquiatria. Não seria tampouco inútil indagar a tímida presença da arte nas escolas. É um imperativo categórico recuperá-la para a cidadania.
Como dizia aquele alemão barbudo (como o ex-ministro do STF Eros Grau se referiu a Marx certa vez), a história se repete como farsa. Caminhamos para uma eleição presidencial tão radicalizada quanto a de 1989, a primeira direta após o regime militar, que terminou em tragédia com o impeachment de Collor. Só que com tons e nuances diferentes.
As decisões do Tribunal Federal de Recursos da 4ª Região chamam a atenção pelo rigor que sua 8ª Turma utiliza na reavaliação das condenações em primeira instância dos casos da Operação Lava Jato, mas também dão margem a esperanças por terem absolvido em duas ocasiões o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, depois de condenado pelo juiz Sérgio Moro.
Os últimos dias mostraram a entrada em cena de Hillary, na mobilização do Partido Democrata, frente ao desgoverno de Trump. No mesmo cenário, e ineditamente, reuniram-se os ex-presidentes americanos, com o alerta contra a crescente violação dos direitos humanos pelo atual presidente, trazida à Suprema Corte. Seu apoio popular míngua na imprevisibilidade da sua iniciativa do dia seguinte.
Às vezes, nos grandes centros, a gente perde a noção de quanto o Brasil profundo é capaz de fazer, a nos dar alento e vigor.
“O que coloca em perigo a sociedade não é a corrupção de alguns, é o relaxamento de todos”. A frase do pensador político e historiador francês do século 19 Alexis de Tocqueville, criador da definição de social democracia na análise das democracias ocidentais modernas, nunca esteve tão em voga quanto hoje, e não apenas na América Latina, que pela primeira vez nos últimos 22 anos colocou o problema da corrupção como o mais importante, segundo a pesquisa do Latinobarômetro divulgada ontem.
Avaliação popular de Temer é inversamente proporcional ao apoio parlamentar, ou seja, as ruas não se reconhecem nos seus representantes.
Não iremos simplesmente copiar a instituição portuguesa. A estrutura deve ser condizente com a realidade brasileira.
Nada mais definidora da homogeneidade moral (lembrando Marcito Moreira Alves) dos antigos companheiros do governo PT/PMDB do que a dança desavergonhada no plenário da Câmara do deputado peemedebista Carlos Marun, festejando a superação da segunda denúncia contra seu correligionário Michel Temer.
O inesperado bem que tentou fazer uma surpresa, mas no final o presidente Michel Temer confirmou sua força na maioria parlamentar ao livrar-se da segunda denúncia da era Janot, e parece agora pronto para terminar seu governo enfrentando apenas questões políticas, sem se preocupar no momento com as questões jurídicas, que cobrarão seu custo mais adiante, se Temer não conseguir uma acordo que lhe garanta o foro privilegiado a partir de 2019.
O presidente Michel Temer, mesmo que se confirme hoje, como tudo indica, a maioria necessária para superar a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra ele, não escapará de ser um “pato manco” até o fim de seu governo, o que muito o constrange neste momento em que as forças políticas se mobilizam para sua sucessão.
Na volta de São Paulo, reencontro cidade onde se vê o céu e se chega logo a Ipanema. Mas é inútil paisagem diante da violência que paralisa hospitais do município.
Com a mais que provável vitória da maioria governista na votação de amanhã na Câmara, livrando o presidente Temer da segunda denúncia remanescente da era Janot, começa a tomar corpo a disputa sucessória, com uma novidade fundamental: dificilmente se repetirá a polarização entre PT e PSDB que marcou as últimas seis eleições presidenciais no Brasil. Temer ainda sonha um sonho improvável: presidir uma recuperação econômica de tal porte que lhe dê condições de ser um eleitor de peso na sua sucessão.
O corno é, antes de tudo, filho de corno e amigo de outro. Onde a primeira consubstancial verdade: ser corno é hereditário e contagiante.