O país do carnaval, em marcha
A folia nunca poupou nada nem ninguém. Tem um espirito similar ao da caricatura. Não existe caricatura a favor.
A folia nunca poupou nada nem ninguém. Tem um espirito similar ao da caricatura. Não existe caricatura a favor.
Pendurado no STF com nove inquéritos, o presidente do PMDB e líder do governo no Senado foio destaque deste pré-carnavalno quesito originalidade.
Mais uma vez a Operação Lava Jato torna-se central nas definições políticas do Palácio do Planalto. A escolha do deputado Osmar Serraglio para o ministério da Justiça representa ou não uma tentativa de estancar a investigação? Se olharmos o relacionamento de Serraglio com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, para quem até mesmo pediu uma anistia pelo seu papel no impeachment da ex-presidente Dilma, é possível dizer que sim.
Já lembrei, há tempos, o velhinho do Iseb, instituto criado pelo pessoal da esquerda, destinado a combater a Escola Superior de Guerra, que tramava o golpe de 1964, dirigido por Castello Branco e que resultou na deposição de João Goulart e nos 21 anos de ditadura militar. O velhinho ia a todas as reuniões onde os problemas da época (Vietnã, Cuba, reforma agrária, remessa de lucros etc.) eram resolvidos.
Mesmo com um apoio no Congresso que chega a 80% dos deputados e senadores, o presidente Michel Temer tem uma relação ambígua com seus aliados. Enquanto os parlamentares vivem às voltas com seu eleitorado, e por isso evitam apoiar medidas impopulares, o presidente tem obrigatoriamente um olhar de mais longo prazo, pois, no momento, não está em condições de almejar uma vida política além de 2018.
Valderez Ferreira Braga tem um admirável currículo. Com a cultura amealhada em seus diversos cursos nacionais e internacionais, é autora da obra Rumos Culturais da Constelação USA: um olhar verde e amarelo (ED. Manole, 2017), de grande significância na literatura pedagógica universal.
A posição do PSDB do Estado do Rio contra a privatização da Cedae, que afinal foi aprovada sem o apoio dos tucanos, é uma demonstração clara de como nossos partidos políticos não obedecem a programas nem têm uma linha de ação coerente em suas várias representações regionais.
A questão do foro especial por prerrogativa de função, popularmente conhecido como “foro privilegiado”, volta ao debate justamente no momento em que relatório da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) acusa os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff de obstrução de Justiça no caso da nomeação de Lula como chefe do Gabinete Civil de Dilma.
Já lembrei, há tempos, o velhinho do Iseb, instituto criado pelo pessoal da esquerda, destinado a combater a Escola Superior de Guerra, que tramava o golpe de 1964, dirigido por Castello Branco e que resultou na deposição de João Goulart e nos 21 anos de ditadura militar. O velhinho ia a todas as reuniões onde os problemas da época (Vietnã, Cuba, reforma agrária, remessa de lucros etc.) eram resolvidos.
O Supremo Tribunal Federal, assumindo o protagonismo mais uma vez, decidiu que qualquer brasileiro preso em cadeias degradantes merece uma indenização do Estado. A decisão unânime veio à propósito de um preso do Mato Grosso do Sul, e tem repercussão geral, isto é, terá que ser seguida por todas as instâncias do Judiciário.
O debate sobre o foro privilegiado está ganhando corpo não apenas porque o ministro do Supremo Luis Roberto Barroso fez uma sugestão sobre sua limitação, mas principalmente porque está prestes a ser divulgada uma série de delações premiadas de executivos da Odebrecht que transformarão em alvos de investigação pelo Ministério Público e Polícia Federal centenas de parlamentares e ex-parlamentares.
O que está acontecendo conosco? Como chegamos a este ponto? Como pretendemos ser uma nação digna desse nome se todo mundo parece fazer questão absoluta de deixar de cumprir a lei? Ou, pelo menos, é capaz de qualquer esperteza e malabarismo moral para garantir que ela não se aplique no seu caso.
A questão do foro privilegiado continua no centro dos debates políticos, seja pelo temor que as denúncias dos executivos da empreiteira Odebrecht está provocando na classe política, seja pelas propostas de reduzir o alcance do que representa um privilégio para milhares de autoridades que só podem ser julgadas pelos tribunais superiores ou TRFs.
Esta parece ser a saída dos partidos tradicionais para a disputa presidencial de 2018. A pesquisa CNT/MDA que mostra Lula à frente de todos os seus adversários, pela primeira vez até mesmo no segundo turno, traz de volta a esperança da esquerda de que “o retrato do velho” seja recolocado nas paredes oficiais. Outra pesquisa constatou que existe uma “saudade de Lula” latente em grande parte do eleitorado, o que completaria o cenário favorável à sua volta.
Os fatos, e não as ilações saíram vencedores na decisão do ministro Celso de Mello de manter a nomeação do ministro Moreira Franco sem as criatividades do TRF- Tribunal Regional Federal, e não Tribunal Federal de Recursos, como escrevi ontem – que lhe suprimia o foro privilegiado. Com a decisão, fica ratificada também a preocupação do Supremo em garantir a governabilidade, eximindo-se de fazer presunções de cunho político.