A que ponto chegamos
Caluniam-se adversários, promete-se qualquer coisa, varia-se de ‘paz e amor’a jararaca, conforme a necessidade.
Caluniam-se adversários, promete-se qualquer coisa, varia-se de ‘paz e amor’a jararaca, conforme a necessidade.
Ouvindo os áudios e lendo as transcrições, me lembrei do recurso inventado pelo ‘Pasquim’ para driblar a censura e evitar inconveniências vocabulares.
Os países desenvolvidos sabem o que esperar dos seus jovens formandos. Eles não se diplomam ao deus-dará. Desde a educação infantil, os diversificados componentes curriculares originam-se de propostas adequadas, caracterizando-se por amplo entendimento horizontal e vertical. Quer dizer que há diálogo entre as matérias. Entre nós, infelizmente, isso não acontece.
O Lula que as gravações liberadas pela Operação Lava Jato revelam é um político autoritário, com uma visão nada republicana do país, que exige lealdade e gratidão daqueles que nomeou, e trata com desdém os adversários e as instituições públicas, e um homem sexista, que faz piadas de profundo mau gosto e referências grosseiras a militantes femininas de seu entorno.
A descoberta dos primeiros documentos com a conscrição e cadastro de jihadistas impacta por eles mostrarem o nível de profissionalização com que, hoje, se recrutam os possíveis combatentes do Isis.
A nomeação de Lula como ministro Chefe do Gabinete Civil de Dilma foi, além de um acinte aos milhões de brasileiros que foram às ruas no domingo em todo o país, foi uma tentativa de golpe para evitar que o ex-presidente viesse a ser preso pela Operação Lava-Jato, e de atrasar as investigações, pois todo o processo teria que ser encaminhado à Procuradoria-Geral da República em Brasília e ficaria a cargo do Supremo Tribunal Federal, onde, sabe-se, o ritmo é mais lento inclusive devido à sobrecarga de trabalho.
A presidente Dilma, cujo único patrimônio era sua suposta honestidade, vai sendo tragada pela enxurrada de delações premiadas que a colocam no centro das atividades corruptas das administrações petistas, como não podia deixar de ser. Seria estranhável que tantas falcatruas e transações tenebrosas venham sendo praticadas há 13 anos sem que ela, e seu tutor Lula, nada soubessem.
A sensatez tinha prevalecido, até o momento em que os três promotores reuniram a imprensa para anunciar a decisão que foi criticada por seus próprios colegas e pela oposição.
A provável decisão de Lula de aceitar fazer parte do ministério da presidente Dilma, depois de ter recusado duas vezes, além de explicitar o papel subalterno que ela tem em relação a seu tutor político, inaugurando o parlamentarismo à moda petista, é exemplar do descaso com que Lula trata a Justiça brasileira.
Ninguém duvida da rapacidade do comunicação do Papa Francisco Suas demonstrações são inequívocas. Agora mesmo, preocupado com o número de ateus e agnósticas existentes no Brasil, inspirou a realização de um encontro, que será no dia 7 de abril, no Teatro Municipal do Rio, para discutir o assunto, com a presença de um dos seus grandes colaboradores, o Cardeal Ravasi.
No seu hoje já clássico estudo "Repensando o presidencialismo: contestações e quedas presidenciais na América do Sul", a professora Kathryn Hochstetler, hoje na Universidade de Waterloo, aponta três razões para um presidente não terminar seu mandato na América do Sul: ausência de uma maioria parlamentar de apoio ao presidente; envolvimento pessoal do chefe de governo com escândalos de corrupção; e mobilização popular.
O poeta João Cabral de Melo Neto, diplomata de carreira, passou sua vida profissional chateado porque não tinha tempo para fazer o que desejava: poesia. Mesmo assim, fez alguma coisa, não é favor considerá-lo um dos três maiores poetas da nossa época.
No final da semana passada, ocorreram fatos políticos que, por sua relevância, mudaram qualitativamente a situação, já crítica, do governo Dilma Rousseff, do presidente Lula e de seu partido: a divulgação da delação premiada do ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral e a condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor na Operação Lava Jato.
A sensatez tinha prevalecido, até o momento em que os três promotores reuniram a imprensa para anunciar a decisão que foi criticada por seus próprios colegas e pela oposição.
O PMDB decidiu dar uma espécie de “aviso prévio” ao governo da presidente Dilma. Na reunião de hoje que elegerá a nova Executiva Nacional, vai dar um prazo de 30 dias para que sejam analisadas as moções que serão apresentadas, em sua larga maioria a favor de um rompimento com o PT e a saída do ministério.