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Artigos

 
  • Um chato de chapéu

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/03/2006

    Não sei quem inventou a expressão "chato de galocha". Deus é testemunha de que não fui eu, embora nunca as tenha usado e, honestamente, não sei por que a galocha faz um chato. Um sujeito já nasce chato independentemente de ter ou não ter galochas em seu enxoval de bebê.Quero falar de um dos caras mais chatos que já andaram por nossas plagas. Usa chapéu, parece que de palha, que faz parte de seu visual básico, como o báculo e a mitra fazem parte do equipamento profissional de um bispo.

  • Reciclando o terrorismo

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 03/03/2006

    As Nações Unidas vêm de criar Comissão de Alto Nível para enfrentar problema como o que a indescritível reação mundial às charges contra o Profeta tornou devastadoramente urgente. Não se imaginaria o atual porte da catástrofe quando, em novembro último, reuniu-se o grupo em Majorca, para ir ao fundo das conseqüências do 11 de setembro, e a retomada de uma possível cultura da paz. As últimas duas décadas do século XX podem ser vistas como quase uma "época de ouro", num começo de convivência de após a queda do Muro e de possível globalização num quadro democrático. Soam hoje como prematuramente obsoletas. Longe vai o tempo em que a política externa do governo Clinton evidenciava este largo propósito, antes que as lógicas da potência mundial remanescente cedessem às da hegemonia, por sua vez acirradas pelo terrorismo de Bin Laden.

  • Vinte anos de cruzado

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/03/2006

    Em 28 de fevereiro de 1986, eu, como presidente da República, editava o que se passou a chamar de o Plano Cruzado. Ele foi uma marca na história recente de nossa economia e tão desafiador que sobre ele já existe uma grande bibliografia, com alguns livros importantes, que servem para compreender esse tempo de nossa história econômica. Continua, 20 anos depois, a ser tema de debate e de controvérsia, tanto assim que o economista Edmar Bacha, em entrevista à Folha, com a reconhecida isenção de suas convicções tucanas e um dos autores do Plano, o renega e o responsabiliza pelo custo de dez anos de desestabilização da economia brasileira, que terminou, pelos seus cálculos, em 28 de fevereiro de 1996. Exatamente no dia em um jornal de São Paulo publicava uma grande fotografia: "Chega de enchente - Blá, Blá e nós, Glub, Glub". Eis a data mágica. Do mesmo modo como a Queda de Constantinopla marcou o fim da Idade Média, em 1453.

  • Gratidão aos ossos de Dana de Teffé

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/03/2006

    Assunto para os profissionais de comunicação meditarem entre si e também eu próprio comigo mesmo. A totalidade do noticiário e das fofocas das colunas especializadas são dirigidas à política, ao esporte, à economia, à polícia, à cultura, ao entretenimento, à saúde, ao comportamento, à ciência em geral. Eventualmente, eu abordo esses temas, mas sem fanatismo por nenhum deles. Sempre que posso e mesmo quando não posso e não devo, escrevo sobre outros assuntos, desde as bruxarias do "Grande e Verdadeiro Livro de São Cipriano" aos ossos de Dana de Teffé.

  • As boas festas de Bin Laden

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/03/2006

    As mensagens de Ano Novo de Bin Laden já se atropelam, a esta altura, pela vitória do Hamas ou pelo insulto ao profeta no algo de blasfemo que nos veio da Dinamarca. Mais ainda, o presidente do Irã se esmera em mostrar como já vai longe o tempo de Khatami e do pedido pelo diálogo das civilizações.

  • A devastação da Amazônia

    Diário do Comércio (São Paulo), em 02/03/2006

    A Amazônia já foi denominada Inferno Verde. Romancistas como Ferreira de Castro e outros notáveis pela fabulação no enredo, procuraram incutir na consciência dos leitores de suas obras a importância da Amazônia, científica, econômica e social.

  • Um brasileiro

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/03/2006

    Não podia deixar de registrar o lançamento de "Ary, um brasileiro", CD gravado por ocasião do show homônimo em comemoração ao primeiro centenário de nascimento do autor de "Camisa amarela".

  • O ruidoso modernismo da paulicéia desvairada

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 01/03/2006

    A Semana de Arte Moderna tem sido envolvida em permanente clima de paixão. De sua prosa e de seus versos, uns bons, outros sofríveis, ficaram poucas amostras. Na sua origem, ela teve, ao que parece, uma finalidade: a de sacudir piadas ferinas, poemas caóticos, discursos mal escritos e o torpor provinciano de uma pequena elite econômica da cidade de São Paulo, então com cerca de 500 mil habitantes.

  • Punição ou vingança

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 01/03/2006

    Semana passada, comentou-se a decisão de abrandar as penas aplicadas aos crimes hediondos. Em princípio, qualquer crime é hediondo, desde o marido que esbofeteia a mulher porque não fez o feijão do jeito que ele gosta até o crápula que mata e come criancinhas depois de violentá-las.

  • O Risco-Brasil

    Diário do Comércio (São Paulo), em 01/03/2006

    É uma estatística preciosa o tão falado Risco-Brasil. É a estatística que orienta os investidores de que tanto carecemos e de quem tanto gostamos, pois os investimentos concorrem para o nosso desenvolvimento.

  • Autoritarismo e simulação

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/02/2006

    O intelectual vem perdendo audiência e credibilidade. Sua cotação na Bolsa de Valores, e até na dos "amores", nunca foi tão baixa

  • A Carmen do Ruy

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 31/12/2005

    Não chegava a ser bonita, a voz não era lá essas coisas, o repertório tinha altos e baixos, depois de certo tempo mais baixos do que altos. Como artista de cinema, aceitou a caricatura que bolaram para ela, com uma ou outra exceção, como aquela esplêndida Fifi que fez no pior filme de Groucho Marx ("Copacabana") e um dos piores de toda a cinematografia mundial.

  • O passar dos anos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 30/12/2005

    É difícil fugir a um tema quando ele se impõe avassalador. Pensei em escrever sobre flores ou sobre a Bolívia e seu labirinto. Logo 2006 chegou à minha frente e não tive como afastá-lo.

  • 2005, ano de caviar e de extintor de incêndio

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 30/12/2005

    Tempo de fazer retrospectivas do ano que passou e nada demais que eu faça a minha. Desconfio das demais, são óbvias e repetitivas, mas é da natureza e função de qualquer exame sobre o passado recente -tão recente que ainda nem passou realmente, como o caso do "mensalão" e as dúvidas do presidente da República sobre se vai ou se fica na sucessão de si mesmo.

  • A estrada verde do novo ano

    Diário do Comércio (São Paulo), em 30/12/2005

    Acabei o ano de 2004 com a terrível morte de minha esposa, depois do sofrimento de anos. Foi o período triste de minha vida. Entrei no ano de 2005 sem esperança, mas reconheço que o ser humano não é somente aquele que ri, aquele que vive de ilusão. Como cantou o poeta, "só a leve esperança em toda a vida disfarça a pena de viver, de mais nada".