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Artigos

 
  • Aprimorar a democracia

    Folha de S. Paulo (SP), em 21/01/2009

    APESAR DO mundo conturbado em que vivemos neste início do terceiro milênio, democracia continua sendo uma aspiração universal. Embora o conceito seja antigo, sua realidade é algo para muitas gerações. Os que dela já desfrutam lutam por aperfeiçoá-la. Os que ainda não a conquistaram lutam por alcançá-la.

  • Uma era Obama sem anticlímax

    Jornal do Brasil (RJ), em 20/01/2009

    A nova Presidência americana ganha a sua credibilidade imediata, pela virada de página, de 76% da população no avanço da democracia pelo teste fundamental de respeito aos direitos humanos. O governo Bush levou a extremos o antagonismo entre segurança e fruição das liberdades impondo-se os receios e espantos da “civilização do medo”. E pode, no balanço quase patético de seu mandato, entender como o grande triunfo, o de não terem sido de novo os Estados Unidos expostos a um ataque terrorista, ou à derrubada de torres de Los Angeles ou Chicago. Sancionou também, como exigência desta preservação obsessiva, o direito à mentira internacional até a invasão do Iraque e a desestabilização política do Oriente Médio.

  • Uma nova educação média

    Jornal do Brasil (RJ), em 18/01/2009

    No caso, não se pode acusar o MEC de inércia. Está propondo uma série de modificações substanciais para a implantação de um novo modelo de ensino médio. O sistema cansou de tentativas inúteis, como as que marcaram o período FHC. Nunca foi tão oportuna a lembrança do comentário do educador Anísio Teixeira: "No Brasil, o ensino médio é órfão".

  • O carrasco de Sobibor

    Folha de S. Paulo (SP), em 18/01/2009

    Mais uma vez, a extradição de um criminoso é negada pelo governo brasileiro, que se mostrou dividido no episódio, com o Itamaraty aprovando a medida e o ministro da Justiça, secundado pelo próprio presidente da República, negando o apelo do governo italiano.

  • Sedição na ilha (2)

    O Globo (RJ), em 18/01/2009

    Não sei por onde começar. As notícias da ilha chegam de roldão, os acontecimentos se atropelam, alianças e cisões pululam em todos os cantos e não há como negar que o clima é francamente revolucionário. Amanhã, se tudo correr bem, deverei chegar por lá no fim da tarde, para juntar-me aos conspiradores liderados por Zecamunista, que passou uns dias em Itabuna se capitalizando, com a sorte habitual, numa sucessão de rodadas de pôquer milionárias e agora está ainda melhor do que no tempo do ouro de Moscou. As reuniões, como não podia deixar de ser, são clandestinas, mas todo mundo sabe que se passam no restaurante Pandélis, do camarada Magno, que, depois do Dia da Dedada, levou uns tempos um pouco afetado da ideia e terminou por ingressar nas hostes bolcheviques. Com base no slogan "se eu tomo, todos tomam", ele vai exigir reciprocidade, quando chegar o próximo o Dia da Dedada. Os itaparicanos aceitam tomar a dedada, mas depois têm o direito de dedar os dedadores, dos quais o mais visado, que, se tivesse juízo, não pisava mais na ilha, é um grandalhão que ganhou a alcunha de Salame Atômico — não, infelizmente, em alusão a alguma iguaria, mas em brutal referência às dimensões de seu dedo funcional e a seu estilo de aplicação. "Quem tomou não esquece", me garantiu Magno. "Até hoje eu tenho cada pesadelo medonho e não suporto mais ver nem salsicha, quanto mais salame."

  • O Farol de Capão da Canoa

    Zero Hora (RS), em 18/01/2009

    No começo do século passado, viajar para a praia era uma aventura demorada e não isenta de riscos. As pessoas iam de carreta, em parte por causa da enorme bagagem (a viagem era uma verdadeira mudança), mas sobretudo porque não havia outro meio de transporte. Na minha infância já se podia contar com linhas regulares de ônibus, mas a viagem ainda durava cinco horas, boa parte dela feita pela orla marítima, onde a probabilidade de atolar não era pequena. Mas a nós isso pouco importava. Capão da Canoa, para onde íamos uma vez por ano e por curta temporada, era um território de sonho, e à medida que dali nos aproximávamos crescia nossa excitação. O grande momento ocorria quando, do ônibus, avistávamos o farol.

  • Um espectro brasileiro

    Zero Hora (RS), em 17/01/2009

    A febre amarela não é originalmente uma doença brasileira. Mas depois que foi introduzida em nosso país encontrou aqui condições quase ideais: as matas com seus mosquitos, as cidades com suas más condições de higiene facilitando a proliferação de focos de insetos. Logo a febre amarela tornava-se epidêmica, com milhares de casos e um número elevado de óbitos, sobretudo na época em que os cuidados hospitalares também eram precários. Ocorreram episódios sombrios, como aquele do navio-escola italiano que veio para o Rio. Quase todos os marinheiros, centenas deles, adoeceram, e a mortalidade foi elevada, em torno de 80%.

  • Uma rosa amarela

    Jornal do Brasil (RJ), em 16/01/2009

    Sempre o mês de janeiro foi um tempo light. Período de férias, recuperador de forças, esperança e alegria, pernas para o ar que ninguém é de ferro, sol e maresia, mulheres com seu corpo exposto às caricias do sol, liberto das roupas e dos arrependimentos. A mídia sem notícias, recorre-se apenas aos desastres nas rodovias ou crimes inusitados. Até os anúncios fogem.

  • O rosto e a luta

    Folha de S. Paulo (SP), em 15/01/2009

    RIO DE JANEIRO - Cena de um desenho animado visto na TV: milionário desmiolado candidata- se a prefeito de sua cidade. Em casa, diante do filho, diz que se apresentará ao eleitorado de forma transparente, sem enfeites nem disfarces, mostrando-se tal como é. Num gesto teatral, arranca a peruca para jogá-la no lixo. Apatetado, o filho comenta: Mas pai, o senhor nunca usou peruca!. Com os cabelos na mão, o pai insiste: De hoje em diante, serei como sou!.

  • Um pouco de história

    Jornal do Commercio (RJ), em 13/01/2009

    Golda Meir, lendária primeira-ministra de Israel, por ocasião de uma das crises no Oriente Médio, declarou textualmente: “Prefiro receber mensagens de protesto do que mensagens de condolências”. Ela foi sacrificada após a Guerra do Yom Kipur, em 1973, quando tropas do Egito, aproveitando o dia santificado dos judeus, pela primeira vez chegaram perto de vencer Israel. Golda foi acusada de negligência, o país não podia sofrer aquela surpresa.

  • Missão e omissão

    Folha de S. Paulo (SP), em 11/01/2009

    Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a pesada consciência da comunidade internacional criou a Liga das Nações para que não mais se repetisse a carnificina, então a maior da história. Durou pouco a boa vontade e a liga nada ligou, ou não ligaram para ela. Veio outra guerra (1939-1945), muito maior e truculenta.

  • Os sais para a náusea

    Folha de S. Paulo (SP), em 09/01/2009

    Se fosse o finado Vinicius de Moraes, eu diria que vou contar uma historinha amarga. Na realidade, é uma fatia da vida, tal como ela se desenrola por aí, nos cantos impenetráveis do mundo. Deu nos jornais aqui do Rio, talvez tenha chegado até outros pagos, não importa. O personagem é o nosso velho conhecido: o homem. Vou contar o que posso, eliminando os detalhes escabrosos.

  • Maysa e os Blochs

    Folha de S. Paulo (SP), em 08/01/2009

    RIO DE JANEIRO - Não costumo comentar produtos da televisão, muito menos as novelas que estão no ar. Mas a minissérie sobre Maysa obrigou-me a uma reflexão: texto do como sempre excelente Manoel Carlos, ela está sendo dirigida por Jayme Monjardim, filho único da cantora. Quando superintendente da teledramaturgia da Rede Manchete, trabalhei com ele e fui testemunha do impacto provocado por ‘Pantanal’.

  • Esperando Obama e Godot

    Jornal do Brasil (RJ), em 07/01/2009

    Este fim de ano evidenciou o aluvião de conferências latino-americanas, repetindo a irrelevância de par com a descontração das lideranças, como, aliás, pedia o Sauípe baiano, no à vontade na praia da presidente Bachelet, ou o novo rosto cubano de um Raúl Castro, em bonomia e abertura de diálogo com a América de Obama.

  • Em primeiro lugar a nossa língua

    , em 07/01/2009

    Uma das originalidades do romance “O triste fim de Policarpo Quaresma”, do escritor carioca Lima Barreto, lançado em 1915, foi o seu firme desejo de trocar a língua portuguesa pelo tupi-guarani. Segundo ele, seria mais legítimo porque tinha tudo a ver com as nossas raízes, antes mesmo do Descobrimento do Brasil.