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A perda de um irmão e a poesia
Perder um irmão querido representa um verdadeiro sofrimento. Foi o que aconteceu na semana passada, quando se foi o estimado Júlio, exemplo de lutador e intelectual de primeira ordem.
Perder um irmão querido representa um verdadeiro sofrimento. Foi o que aconteceu na semana passada, quando se foi o estimado Júlio, exemplo de lutador e intelectual de primeira ordem.
A História me fascina desde a infância. Era, antes de tudo, uma visão monumental, um grande afresco nas paredes do tempo, no qual grandes impérios emergiam do nada e para o nada se apressavam a passos largos.
Esse Primeiro de Maio explicitou duas situações: a impopularidade de Temer já o impede de sair às ruas; e o ex-presidente Lula, apesar de preso, não mobiliza a população.
Domingo de manhã, uma amiga telefona para comentar a divertida crônica de Xexéo sobre a dificuldade de manter uma vida social nos dias de hoje.
O candidato do PSDB à presidência, ex-governador paulista Geraldo Alckmin, vive um dilema que pode ser fundamental para sua campanha: aproximar-se do MDB para se beneficiar da máquina do governo federal, além da própria máquina partidária, com capilaridade pelo país, com a maior bancada de deputados federais da Câmara e maior número de prefeitos e vereadores, ou fugir como o diabo da cruz do contágio da impopularidade do governo de Michel Temer.
Num momento em que o país vive crises múltiplas, sendo a moral a geradora das demais, a radicalização do debate político chega ao limite quando grupos rivais são atacados a bala, como aconteceu no acampamento dos militantes petistas em Curitiba.
Enquanto a defesa do ex-presidente Lula e os procuradores de Curitiba se digladiam em torno da decisão da 2ª Turma, que mandou para a Justiça de São Paulo algumas delações de executivos da Odebrecht relativas ao sítio de Atibaia e ao prédio do Instituto Lula, o juiz Sérgio Moro coloca-se como uma voz sensata, considerando que houve uma precipitação das partes em relação à decisão do STF.
No momento, com Lula preso e Aécio reduzido à sua verdadeira miudeza, seus partidos derretendo e em meio à fedentina geral que emana do MDB, PP e assemelhados, o eleitor começa a avaliar as possíveis candidaturas que são ventiladas. Principalmente para a Presidência. A partir da dor de constatar que foi ludibriado.
Daqui por diante - e por algumas centenas de anos - o Universo vai ajudar os guerreiros da luz, e boicotar os preconceituosos.
A delação premiada do ex-ministro de Lula e Dilma Antonio Palocci parece ser uma bomba de efeito seletivo, e por isso os procuradores de Curitiba não a aceitaram. Mas a Polícia Federal considerou que a seleção, que, por exemplo, evita acusações a pessoas com foro privilegiado, não invalidava as outras denúncias, e agora caberá ao juiz Sérgio Moro decidir se homologa ou não o depoimento.
Em recente seminário na Universidade Harvard, em Boston, numa mesa em que se discutiam os crimes de colarinho branco, alguém da platéia perguntou qual é o meio termo entre a exigência muito estrita de uma contrapartida específica para a corrupção, e uma leitura tão ampla que possa levar à criminalização da política.
A decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal de tirar da jurisdição do juiz Sérgio Moro, de Curitiba, partes da delação da Odebrecht, sob a alegação de que não têm relação com a corrupção da Petrobras, abre um caminho perigoso para a sociedade e benéfico para Lula, que pode chegar até à anulação da condenação do ex-presidente pelo TRF-4.
Cacá Diegues está voltando em breve a Cannes com seu “Grande circo místico”, 54 anos depois de participar do XVIII Festival de Cinema — ele, com “Ganga Zumba”; Glauber Rocha, com “Deus e o diabo na Terra do Sol”; e Nelson Pereira dos Santos, com “Vidas secas”.
Amanhã pode ser armada uma tempestade perfeita no Supremo Tribunal Federal, quando estarão em julgamento dois temas delicados para o futuro institucional do país. É provável que não haja tempo para tratar dos dois assuntos na mesma sessão, ou outra circunstância impossibilite o julgamento de um deles, mas é sempre bom ficar alerta.
Não há tema mais candente, neste momento, do que a escalada, sem volta, das direitas em todo o mundo. E, a ratificá-la, viram todos, nos jornais, a vitória do primeiro-ministro Orbán, na Hungria, consagrando 97% dos votos da expressão política do país.