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No mesmo time
A importância desta eleição presidencial é dada pelo clima de radicalização política que a dominou.
A importância desta eleição presidencial é dada pelo clima de radicalização política que a dominou.
O que poderia ser uma “onda vermelha” não se confirmou. Nenhum fato novo ocorreu ontem para reforçar essa possibilidade, e a média das pesquisas divulgadas mostra uma situação estável, indicando que o segundo turno está praticamente definido a favor de Bolsonaro.
A redução da diferença entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad na reta final da campanha adiciona mais emoção a um resultado que parecia já estar dado.
Essa eleição é tão atípica que os disputantes do segundo turno, além de terem índices de rejeição semelhantemente altos, vivem às voltas com problemas que seus próprios aliados ou seguidores criam.
A manutenção de distância confortável do candidato Jair Bolsonaro a quatro dias da eleição presidencial mostra como os votos cristalizados dos dois candidatos praticamente impedem uma reviravolta na reta final, a não ser que algo inacreditável aconteça.
A declaração do deputado Eduardo Bolsonaro sobre fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) é absurda e irresponsável, e se torna muito mais grave por se tratar do deputado federal mais votado da história do país, com 1.814.443, e filho do provável eleito à presidência da República, Jair Bolsonaro.
Manuel Bandeira foi quem melhor situou os escritos de Portinari. Não reduziu os poemas a meros satélites de sua obra principal. Antes, fixou passagens de alta densidade lírica, reconhecendo-lhe uma legítima herança memorial do Brasil: nos temas da infância que unem o menino impossível, de Jorge de Lima, ao menino de engenho, de José Lins do Rego...
O Brasil que está saindo das urnas merecerá no futuro próximo análises mais aprofundadas de sociólogos, antropólogos, cientistas políticos, mas os desdobramentos das pesquisas de intenção de votos já permitem fazer um retrato da sociedade brasileira que Bolsonaro, por instinto próprio ou orientação de alguém ainda não identificado, compreendeu melhor do que o PT e outros partidos.
A situação é mais simples do que parece nessa guerra de informações, falsas ou verdadeiras, sobre a suposta – embora plausível – guerrilha ilegal de WhatsApp na campanha presidencial.
A manutenção da distância entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, confirmada pelo Datafolha, leva à conclusão de que, com mais uma semana passada sem que o candidato do PT conseguisse se aproximar do adversário, sua vitória parece inexorável.
Bolsonaro não deixa dúvida. Sua primeira agenda externa para o segundo turno foi uma simbólica visita a um batalhão da PM, onde revelou sua versão do “nós e eles” ao anunciar: “Teremos um dos nossos lá em Brasília. Caveira!”.
Antes de colocar a outra mão na faixa presidencial, Bolsonaro anda metendo as duas mãos em cumbuca.
O maior problema para o PT não é não ter conseguido formar a tal “frente democrática”, pode até ser que consiga, mas o tempo está curto e os fatos estão atropelando a estratégia.
O candidato ao governo do estado pelo PSC não para de surpreender, a começar pelo resultado das urnas.
Foi uma semana perdida para o candidato petista Fernando Haddad.