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O mundo e seu final
Quando não são as cenas de decapitação e outras formas bárbaras de tortura, são milhares, quase meio milhão, de migrantes fugindo do terror
Quando não são as cenas de decapitação e outras formas bárbaras de tortura, são milhares, quase meio milhão, de migrantes fugindo do terror
O “fatiamento” da Controladoria-Geral da União (CGU), anunciado como consequência da reforma ministerial que o governo pretende fazer para tentar garantir sua base de apoio no Congresso em troca de cargos, pode ter uma conseqüência mais grave para a Operação Lava-Jato do que o “fatiamento” dos processos decididos pelo Supremo Tribunal Federal.
Já ultrapassamos a metade do ano de 2015 e parte do segundo mandato de Dona Dilma. Não se precisa de esforço algum para saber como vão as coisas. Basta uma leitura dos jornais, ouvir os noticiários da TV e acompanhar esporadicamente os debates do Senado e da Câmara.
A disputa entre a Polícia Federal e o Ministério Público pelas investigações da Operação Lava- Jato voltou à tona com o episódio da inclusão do ex- presidente Lula na lista dos que devem ser ouvidos no inquérito instaurado no Supremo Tribunal Federal, iniciado naquela Corte em razão de sua competência originária.
Agora que o Procurador-Geral da República autorizou que o ex-presidente Lula seja ouvido pela Polícia Federal, a princípio como testemunha, no âmbito da Operação Lava-Jato, é preciso deixar claro que desde o início tudo está muito estranho.
Depois de muitos anos, passei esta semana em frente ao prédio onde morou Mário Pedrosa, na rua Visconde de Pirajá, em Ipanema. Fui subitamente arrastado ao passado e me vi entrando por aquele portão, subindo de elevador até o oitavo andar e logo me deparando com ele, de meias e chinelos, na cadeira de embalo onde se sentava para conversar conosco.
Esses gráficos, e vários outros, foram exibidos ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) na sessão em que a maioria dos ministros decidiu “fatiar” os processos da Operação Lava-Jato, dando maior relevância à questão territorial do que ao esquema da organização criminosa que, mesmo atuando em diversos Estados e em várias estatais, tinha um comando único segundo o Ministério Público Federal, e o mesmo objetivo, isto é, acumular dinheiro para o fortalecimento político do grupo petista que está no poder há 13 anos.
O fatiamento do processo seria o começo do fim da Operação Lava-Jato? Será que o país é mesmo masoquista, só gosta das más notícias?
Vão criar diversos Moros pelo país, comenta um experiente advogado criminalista diante da decisão do Supremo Tribunal Federal de “fatiar” a investigação da Operação Lava-Jato. Mesmo que não aconteça um improvável movimento de solidariedade de juízes de primeira instância, declarando-se incompetentes e devolvendo os processos para Curitiba, os que receberem esses processos se sentirão moralmente responsáveis pela continuidade de uma ação do Judiciário que tem amplo apoio da sociedade.
Quando se pensa em reformar a estrutura da educação brasileira, a questão mais delicada certamente envolve o seu confuso ensino médio.
No quadro geral de abate do regime, cresce o ímpeto de desmoralização de Lula, na insistência – trazida à opinião pública – dos possíveis indiciamentos na esteira da Lava Jato.
Se era para segurar o dólar, não deu certo. E por que não deu? Por que, na verdade, a vitória do governo no Congresso na noite de terça-feira não foi definitiva, e é possível detectar-se por trás da manutenção dos vetos presidenciais interesses diversos, e não apenas o compromisso de apoiar o governo.
O ‘maior festival de rock do mundo’, como se anunciava, foi alvo também dessa polêmica: ou se era contra ou a favor, ou se gostava de samba ou de rock
A situação brasileira é tão complicada que é possível surgirem as soluções mais estapafúrdias diante da evidência de que a cada dia este governo perde um pouco sua capacidade de atuar, o que poderia ser chamado de governança, já que governabilidade ainda existe pois não foi dissolvida formalmente a base aliada que comanda os ministérios e órgãos públicos.
No ciclo de conferências “Os críticos pelos críticos”, promovido pela Academia Brasileira de Letras, lançamos luz sobre o percurso da crítica literária, desde a concepção antiga – a crítica como instância situada nos quadros da gramática, da retórica e da poética – à reconcepção moderna, como o sistema de saber sobre a Literatura.