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Razão contra populismo
Em todas as entrevistas, sabatinas e debates de que têm participado, os candidatos à presidência da República mais viáveis até o momento apresentam ao eleitor metas sem levar em consideração a realidade das contas públicas.
Em todas as entrevistas, sabatinas e debates de que têm participado, os candidatos à presidência da República mais viáveis até o momento apresentam ao eleitor metas sem levar em consideração a realidade das contas públicas.
Muito oportuna neste ano eleitoral a série “Política: modo de fazer” que a GloboNews inicia hoje em parceria com a Maria Farinha Filmes e o Instituto Update, revelando novas práticas surgidas em comunidades e periferias.
O episódio em que o ex-ministro José Dirceu levou uma bronca do então presidente Lula, incluído no seu livro de memórias, que Ancelmo Gois revelou ontem, foi talvez o primeiro choque petista na burguesia brasileira, poucos meses depois de chegar ao poder.
A eleição presidencial mais atípica desde a redemocratização tem características singulares, como já salientou Fernando Gabeira em recente artigo em que ressaltou a estranheza de um candidato concorrer da prisão, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, e outro, referindo-se ao Cabo Daciolo que subiu a uma montanha para orar, estar “a caminho do hospício”.
Fizeram para mim a pergunta do momento: “Você já sabe em quem vai votar pra presidente?”. Respondi que não, eu e a torcida do Flamengo, exagerando um pouco.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pode tornar hoje o candidato à presidência da República do PSL, Jair Bolsonaro réu pela segunda vez. Ele já o é por incentivo ao estupro, devido ao episódio envolvendo a deputada Maria do Rosário.
Com a fina ironia que lhe é peculiar, o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan cunhou a frase “no Brasil, até o passado é incerto”, uma decorrência do que um de seus autores preferidos, Millor Fernandes, disse de nosso país: “a cada 15 a 20 anos o Brasil esquece o que aconteceu nos últimos 15 a 20 anos”.
Em 1986, na cidade de Logroño, participávamos de um casamento quando o meu guia, Petrus, começou a falar das três palavras que os gregos usam para designar amor: Eros, Philos e Ágape.
Nelson Rodrigues deve estar mordendo a língua. Como poderia prever que ele próprio desmentiria uma de suas mais famosas afirmações, a de que “toda unanimidade é burra”? Não sei se existe hoje no teatro brasileiro uma unanimidade mais inteligente do que ele.
A partir das eleições de 2006, o Nordeste passou a ser um reduto eleitoral petista. Foram seis turnos de vitórias avassaladoras. Em trabalho recente, o cientista político e professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Jairo Nicolau analisa fatores que podem afetar a intensidade da transferência de votos no principal reduto petista, sem a presença de Lula nas campanhas e, sobretudo, na urna eletrônica.
Quando o já então ex-presidente Lula escolheu o ex-ministro Fernando Haddad para disputar a eleição na prefeitura de São Paulo pelo PT, em 2012, comentou que ele tinha “jeito de tucano”, e talvez a população da capital pudesse votar nele. Haddad foi eleito, mas não conseguiu se reeleger.
O crescimento da candidatura do ex-presidente Lula nas recentes pesquisas Ibope e Data folha confirma o seu favoritismo, que aumentou provavelmente devido à exposição pelo registro no TSE, pois o PT é muito competente na propaganda.
Ainda se comenta o inesperado sucesso de Marina Silva no debate da Rede TV, quando confrontou Jair Bolsonaro, que depois reclamou: “Ela gritou comigo, me interrompeu, e eu a tratei com a maior cordialidade possível”. Na verdade, ela não gritou. Com aquela fala mansa e sem levantar a voz fraca, ela lhe deu uma desconcertante lição.
Sobre a recomendação do Comitê dos Direitos Humanos do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos da ONU, que o PT está vendendo como uma decisão permitindo a candidatura do ex-presidente Lula à presidência da República, é bom lembrar outro instrumento internacional posterior e mais abrangente, o Pacto de San José da Costa Rica, introduzido no Brasil em 1992 por Itamar Franco, considerada a legislação mais importante das Américas nesse tema de direitos políticos.
A reação dos petistas à recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU relativa à candidatura de Lula nas próximas eleições é exemplar do dito popular “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”.