A Academia Brasileira de Letras celebra o aniversário de 60 anos de publicação do primeiro livro da Acadêmica Nélida Piñon em um vídeo especial, gravado pelo Presidente da ABL e Acadêmico Marco Lucchesi. O livro “Guia Mapa de Gabriel Arcanjo”, foi publicado em 13 de outubro de 1961, pelas Edições GRD.
No vídeo, o Acadêmico Marco Lucchesi celebra a longa trajetória da Acadêmica e sua contribuição para a Literatura Brasileira: “Eu diria que Nélida Piñon não existe. O que existe talvez seja uma ideia de literatura de fronteira e imigração. (...) o que existe talvez não é Nélida Piñon, mas o grande estilo fervoroso, mítico, luminoso, com a frase musical, quase que wagneriana num certo sentido, cheia de motivos centrais que se retomam e se complexificam como teias belas e cristalinas. Não, Nélida Pinõn não existe. O que existe talvez seja uma experiência de uma Galiza universal. Talvez as florestas da Galiza se realizem nesse nome que se atribui como Nélida Piñon. E como tudo isso devia ter um nome, um simples nome, deu-se o nome de Nélida.”
Nélida Piñon é a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda, e foi recebida em 3 de maio de 1990 pelo acadêmico Lêdo Ivo. Em 1996-1997 tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a Academia Brasileira de Letras, no ano do seu I Centenário. Formou-se em Jornalismo em 1956 na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Colaborou em vários jornais e revistas literárias e foi correspondente no Brasil da revista Mundo Nuevo, de Paris. Nélida publicou seu primeiro romance em 1961, “Guia Mapa de Gabriel Arcanjo”. O início dos anos 70 é marcado pelo lançamento, em 1972, de um de seus melhores e mais conhecidos romances, “A Casa da Paixão”, que recebeu o Prêmio Mário de Andrade. Autora de mais de 20 livros, entre romances, contos, crônicas e infantojuvenis, sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios nacionais e internacionais. Entre os prêmios ganhos, destacam-se o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995 (pela primeira vez para uma mulher e para um autor de língua portuguesa); o Bienal Nestlé, categoria romance, pelo conjunto da obra, em 1991; e o da APCA e o Prêmio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance “A República dos Sonhos”.
13/10/2021