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  • Os políticos em xeque

    A tomada simbólica da cúpula do Congresso Nacional pelos manifestantes de Brasília, e os ataques à Assembléia Legislativa no Rio, apesar de inaceitáveis como parte de manifestações democráticas que não deveriam dar lugar a depredações e vandalismos, sintetizam o espírito dos protestos espalhados por várias capitais do país.

  • Corrupção é o foco

    Mesmo que as reivindicações sejam várias e muitos cartazes exibam anseios mal explicados ou utopias inalcançáveis, há um ponto comum nessas manifestações dos últimos dias: a luta contra a corrupção. A vontade de que o dinheiro público seja gasto com transparência e que as prioridades dos governos sejam as questões que afetam o dia a dia do cidadão comum, como a saúde, a educação, os transportes públicos, está revelada em cada palavra de ordem, até mesmo nas que parecem nada ter a ver com o fulcro das reivindicações, como no protesto contra a PEC 37.

  • Algumas explicações

    Prosseguindo na tentativa de entender os últimos acontecimentos, trago hoje para os leitores a opinião de dois cientistas políticos. Octavio Amorim Neto, da Fundação Getulio Vargas do Rio, lembra que há uma regra da política que finalmente se cumpre no Brasil: quando a oposição é impotente no parlamento, acaba indo para as ruas.

  • Partidarismo rejeitado

    O fato de militantes petistas com suas bandeiras terem sido rechaçados nas manifestações em diversos estados do país ontem é um bom indício de que o movimento que chegou aos corações e mentes da classe média não se deixou contaminar por partidarismos.

  • Buscando saídas

    Para quem estava acuada nas cordas por manifestações de caráter nacional, a presidente Dilma saiu-se bem em seu pronunciamento, demonstrando jogo de cintura. Não foi arrogante, ao contrário, foi humilde para aceitar que as vozes das ruas têm que ser ouvidas, mas soube ser firme na condenação dos arruaceiros que aproveitaram as manifestações para fazer saques e depredações pelas cidades.

  • A classe média

    A decisão do Movimento Passe Livre de não convocar novas manifestações por que “grupos conservadores” infiltraram-se nos últimos atos serve para retirar a máscara desse movimento, que começou o protesto contra o aumento do preço das passagens de ônibus como se fosse apartidário, com foco específico na melhoria dos transportes públicos – com a utopia de alcançar o transporte gratuito como política de governo – e acabou se revelando o que sempre foi: uma organização política ligada a movimentos de esquerda radical, que tem uma pauta muito além da melhoria dos transportes públicos.

  • Democracia direta

    A presidente Dilma está tentando aproveitar-se de um momento delicado das relações partidárias com a opinião pública para passar por cima do Congresso, tão desprezado pelas vozes das ruas, e assumir uma proposta de Constituinte exclusiva para reforma política que não é nova e, sendo lançada pelo Executivo, cria um clima de suspeição.

  • Você decide

    A desistência da presidente Dilma de convocar uma Constituinte restrita para fazer uma reforma política deveu-se à reação contrária da classe política e de juristas, e demonstrou o desnorteamento do governo diante das reivindicações vindas das ruas. Restou na mesa de negociações a discussão de uma reforma política que seja aprovada por um referendo, ou originada em uma consulta popular.

  • Doações x corrupção

    A tendência de proibir o financiamento por pessoas jurídicas ficou clara na audiência pública em que o ministro Luiz Fux ouviu especialistas e representantes da sociedade civil a respeito do financiamento das campanhas eleitorais. Mas não há consenso sobre o financiamento público exclusivo, como propõe o PT.

  • Fora da curva

    O presidente do Supremo Tribunal Federal ministro Joaquim Barbosa prepara-se para convocar por volta de 15 de agosto a continuação do julgamento do mensalão dentro de um clima totalmente diferente daquele do final do ano, quando 25 dos 38 réus foram condenados. A tentativa dos advogados de defesa de reabrir o julgamento através dos embargos infringentes parece fadada ao insucesso neste momento em que as ruas se manifestam contra a corrupção e exigem, tanto do Congresso quanto do Judiciário, um tratamento duro no seu combate.

  • Marina, a evangélica

    A queda espetacular de popularidade da presidente Dilma registrada na pesquisa Datafolha de ontem - apenas 30% dos consultados consideram seu governo “bom” ou “ótimo”, contra 57% na primeira semana deste mês - tem reflexos inevitáveis na corrida presidencial. O PSDB tem uma pesquisa nacional que mostra uma reversão de expectativas, com o segundo turno garantido e os adversários do PT tendo a maioria dos votos, embora a presidente Dilma continue à frente.

  • Subiu no telhado

    Além da tentativa tosca de se apropriar da recente popularidade da seleção brasileira afirmando que seu governo “é padrão Felipão”, mesmo que não tenha ido ao Maracanã com receio das vaias, a presidente Dilma continua sem anunciar medida concreta que dependa diretamente do Executivo para mostrar que compreendeu os anseios das ruas.

  • O golpe do PT

    É claro que a reforma política é fundamental para avançarmos no processo democrático, e não é à toa que há anos buscam-se fórmulas para aperfeiçoar nosso sistema político-partidário, responsável principal pelas distorções na atividade política.

  • Plebiscito inviável

    Com elegância e discrição a mineira Carmem Lucia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostrou na nota oficial distribuída após a reunião com os presidentes dos TREs de todo o país os empecilhos, legais e políticos, para a realização do plebiscito sobre a reforma política, que na prática o inviabilizam. E ainda, citando o também mineiro poeta Carlos Drummond de Andrade, advertiu para os perigos da caminhada: “Cuidado por onde andas, pois é sobre meus sonhos que caminhas".

  • Não entenderam

    Nada ilustra mais exemplarmente o que as ruas estão criticando do que o uso de um avião da FAB para trazer ao Rio no último fim de semana parentes e amigos do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves para assistirem ao jogo do Brasil na final da Copa das Confederações. Ele desculpou-se, admitindo que errara ao dar carona a parentes, mas alegando ter direito a avião da FAB por que teria um almoço de trabalho com o Prefeito do Rio Eduardo Paes.