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Artigos

  • Teoria e prática

    Aconteça o que acontecer com a Medida Provisória dos Portos, o que fica patente é que o governo não tem uma interlocução competente com sua base aliada. Com a adesão envergonhada do PSD, apesar da aceitação desavergonhada de um ministério, o governo tem, em tese, praticamente 80% do Congresso em suas mãos, seja de que maneira for: ou por meio da adesão ideológica ou do pragmatismo puro e simples.

  • Batalha inglória

    É possível entender tudo de mal que a aprovação da MP dos Portos trouxe para o equilíbrio institucional do país analisando-se os verdadeiros malabarismos, verbais e regimentais, que foram necessários para que a decisão saísse em tempo hábil, antes que a medida provisória perdesse seu efeito.

  • A universidade e a Carta Magna

    Avançam as nossas tomadas de consciência programáticas para as futuras eleições, e, nelas, como uma tônica dominante a do ensino e, sobretudo, a da universidade. O significativo, entretanto, é como as novas políticas apregoadas enfrentam, cada vez mais, incertezas jurídicas que levam a perplexidades, senão ao retrocesso, junto ao Judiciário, para garantir-se o direito de educar. Este que, pela Carta Magna, não é uma concessão, mas uma prerrogativa conjunta da sociedade e do Estado, que hoje se espelha pelos quase dois terços da prestação universitária, pela iniciativa privada. O questionamento começa pela própria competência regulamentar na área, que é indiscutivelmente federal, mas que se vê, hoje, violada pelas Comissões Parlamentares de Inquérito estaduais, em franca afronta ao art. 58 da Carta Magna. Saliente-se que esta vincula o exercício do direto de educar, primariamente, ao desenvolvimento da pessoa e da cidadania, para depois falar da qualificação para o trabalho. Deparamos, contudo, a diretriz do Ministério da Educação de, à base de um possível excesso, em detrimento da qualidade, negar a outorga, em várias áreas do país, à abertura de novos cursos de Direito. Prima, aí, uma inquietante determinação corporativista, vinda da Ordem dos Advogados, desatenta ao preceito constitucional. A opção por esse acesso universitário está, exatamente, muitas vezes ligada ao exercício direto da cidadania, no que, sobretudo, a carreira política é outra opção, e plena para o desempenho social das novas gerações brasileiras.

  • Medindo o vento

    Essa confusão na base aliada, que só fez recrudescer nas últimas duas semanas, vai continuar até que se tenha definição do quadro econômico. O que está agitando muito a base é a formação de palanques e acordos estaduais para a eleição de 2014. Como a presidente Dilma antecipou muito a campanha eleitoral, problemas que só apareceriam ano que vem começaram a aparecer agora, com a companhia desagradável de problemas econômicos: PIB que não cresce, inflação precisando de controle e déficit recorde da balança comercial.

  • Aproximações

    A sensação no Congresso é a de que a presidente Dilma está compreendendo melhor a dinâmica de relacionamento com os parlamentares depois de o governo ter tido que suar a camisa para aprovar a MP dos Portos e visto caducar outras com medidas importantes para seu projeto, como a redução das tarifas de energia elétrica e diversas isenções fiscais.

  • Uma boa escolha

    A atuação do advogado Luis Roberto Barroso na sabatina do Senado que precede sua posse no Supremo Tribunal Federal não me deu motivos para rever o juízo positivo que tenho sobre ele, acatando na coluna, sempre que necessário, suas opiniões, considerado o maior constitucionalista em atividade no país. Já havia expressado esse ponto de vista há dois dias em conversa com o Carlos Alberto Sardenberg na CBN.

  • A responsabilidade do voto

    A participação do ministro Luis Roberto Barroso no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal será muito maior do que ele imaginava. ou desejava, até ontem. Será ele, e não o ministro Teori Zavascki, o primeiro a votar depois do relator e do revisor, no caso dos embargos declaratórios. E também será o primeiro voto na definição do plenário sobre a existência ou não dos embargos infringentes nos tribunais superiores.Embargos infringentes são aqueles que podem reabrir o julgamento quando os condenados receberam pelo menos quatro votos a favor.

  • Tempos estranhos

    Outro dia, um amigo comentou, desconfiado a propósito dos últimos acontecimentos, que o país está "meio estranho" Em situação mais formal, coube ao ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello dizer, num julgamento em que o STF negou recurso sobre a morte em trote da USP, mantendo a decisão do ST} que encerrou a ação penal, que "tudo é possível porque os tempos são muito estranhos"

  • Contra a impunidade

    A comissão formada na Câmara para propor uma nova versão da PEC 37, que impede o Ministério Público de realizar investigações criminais, é um exemplo auspicioso de como encaminhar questões polêmicas como essa para soluções de consenso.

  • Fora da zona de conforto

    Se as pesquisas mostrando um viés de baixa na popularidade da presidente Dilma causaram alguma mudança no ânimo de muitos dos políticos aliados, foi provocá-los a sair da zona de (des)conforto em que estavam, como se o resultado da eleição de 2014 estivesse já decidido, e procurar alternativas. Para os assessores do Planalto, o viés de baixa trouxe novas dores de cabeça, como o "encarecimento" do apoio no Congresso, a mostrar que nada está decidido e que se quiserem se manter no poder terão que suar a camisa.

  • Unidade de ação

    A presidente Dilma Rousseff, disposta a “fazer o diabo” para se reeleger, montou uma estratégia de sufocamento dos possíveis adversários saídos da base governista, mais capazes de lhe roubar votos de eleitores petistas. O senador Eduardo Campos, governador de Pernambuco, e a ex-senadora Marina Silva, são os alvos preferenciais, Marina pela capacidade já demonstrada na eleição de 2010 de penetrar na esquerda ecológica, numa classe média moderna e nos evangélicos, e Campos pela potencialidade de atuação no Nordeste, onde o PT e seus aliados, inclusive o PSB, são fortes a ponto de terem dado a Dilma o dobro de votos que o candidato tucano José Serra recebeu.

  • Práticas rudimentares

    O mais importante das pesquisas que saíram nos últimos dias não é exatamente a queda de popularidade da presidente Dilma em si, pois ela continua muito bem avaliada, mas a confirmação de que essa avaliação é suscetível a mudanças quando a economia não anda bem.

  • Visões camonianas

    Ao se referir ao Velho do Restelo no discurso que fez na quarta-feira no Palácio do Planalto, para criticar os pessimistas, a presidente Dilma Rousseff estava assumindo uma visão apologética da obra de Camões “Os Lusíadas”, que identifica o personagem do Canto IV com uma visão do passado, um conservador que não entendia o seu tempo.

  • Campos contra a corrente

    "Quem não quiser pressão, que saia disso", comenta, rindo, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, mantendo a intenção de se candidatar à Presidência da República em 2014. Na sua avaliação, "eles (o governo) deram uma pressão, fizeram um cerco, achando que era para resolver logo, e não estão conseguindo resolver. Estamos atravessando (as turbulências), convivendo com essa situação, articulando internamente, andando para ver como é que vai ser a composição nos estados".

  • Direitos e deveres

    O país vive nos últimos dias situações de tensão de diversas origens que, misturadas à percepção crescente de pessimismo em relação ao futuro captada por pesquisas de opinião, podem levar a uma crise institucional de grave repercussão.