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Artigos

  • Fim de linha

    O Globo, em 08/12/2022

    O choro do presidente Bolsonaro na segunda-feira, na cerimônia de fim de ano das Forças Armadas no Clube Naval de Brasília, significa o fim de uma tentativa golpista que deu errado. Assim como deu errado a manobra do presidente peruano deposto, Pedro Castillo, preso depois de tentar fechar o Congresso e decretar 'estado de emergência' no país. A perspectiva de que o mesmo aconteça no Brasil é uma assombração para Bolsonaro, que continua deprimido depois da derrota eleitoral e da frustração de seus instintos autoritários.

  • Limites à gastança

    O Globo, em 06/12/2022

    A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição, tachada pela oposição de 'PEC da Gastança', começa a ser analisada amanhã pelo Senado, que definirá sua forma definitiva. As PECs precisam ser aprovadas nas duas Casas (Câmara e Senado) por maioria qualificada, três quintos dos componentes de cada uma, em duas votações. Tudo com o objetivo correto de dificultar mudanças constitucionais frequentes. Apesar disso, já foram feitas 125 mudanças desde que a Constituição foi promulgada em 1988.

  • Pedras no caminho

    O Globo, em 04/12/2022

    A crise originada pela politização dos militares pelo presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de permanecer no poder de qualquer maneira, fosse pelo voto - o que não aconteceu por muito pouco -, ou através de um golpe político-militar, parece estar sendo superada desde que o presidente eleito, Lula, deixou vazar que o ex-deputado José Múcio Monteiro será o novo ministro da Defesa.

  • Desmontando armadilhas

    O Globo, em 01/12/2022

    O governo Lula, que nem mesmo começou, já está tendo de apagar um incêndio na área militar. Tudo indica que está tendo sucesso. Os comandantes das três Forças - Exército, Marinha e Aeronáutica -iniciaram um movimento conjunto para sair de seus postos antes mesmo que Lula assumisse a Presidência da República. Um fato gravíssimo, pois não há outro motivo para essa substituição prematura que não seja a explicitação da rejeição dos comandantes ao sucessor eleito.

  • Hora de parar

    O Globo, em 29/11/2022

    A revolta que a aparição do deputado Eduardo Bolsonaro no jogo do Brasil contra a Suíça na Copa do Mundo do Catar provocou em bolsonaristas nas redes sociais mostra bem o clima delirante em que se envolvem os que buscam um 'terceiro turno' da eleição presidencial, acampando em tomo de quartéis, reivindicando uma intervenção militar para evitar a posse do presidente eleito Lula em l2 de janeiro. Sentiram-se abandonados pelo filho Zero Três de Bolsonaro, entendendo que ele estar vibrando com o futebol do Brasil no Catar é sinal de que nada acontecerá no país nos próximos dias. Mas é preciso que esses lunáticos parem de agir como guerrilheiros, perseguindo seus supostos inimigos pelo mundo afora.

  • Hora da definição

    O Globo, em 27/11/2022

    O desagrado dos agentes do mercado financeiro com a fala do provável futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reflete bem a relação conflituosa que sempre existiu entre o presidente eleito Lula e o mundo financeiro, uma tradução política da tendência anacrônica esquerdista do PT que, depois da China, deveria ter sido adaptada.

  • Um bom cobrador

    O Globo, em 24/11/2022

    O presidente Bolsonaro demonstrou em diversas oportunidades ser resiliente, recuperando-se de situações políticas embaraçosas, como quando foi obrigado a entregar o Orçamento nas mãos do presidente da Câmara, Arthur Lira, para sobreviver a um possível impeachment. Parecia um 'pato manco', mas sua prioridade nunca foi gerir o país, e sim atuar em setores ideológicos específicos, como costumes, religião, armamentos. Dedicou se a esses temas por meio das redes sociais e de suas lives e formou uma base de apoio que se mostrou forte na eleição presidencial.

  • Ainda os militares

    O Globo, em 22/11/2022

    Georges Clemenceau, jornalista, médico e político, primeiroministro dafrança na Primeira Guerra Mundial, definiu:

    - A guerra! É uma coisa séria demais para ser deixada por conta dos militares.

  • Volta ao velho normal

    O Globo, em 20/11/2022

    O Brasil precisa voltar à normalidade, e os militares são parte importante desse retorno. Não é aceitável que as aglomerações em frente aos quartéis sejam consideradas normais, ainda mais quando pedem medidas inconstitucionais, como a intervenção militar, para não permitir que o presidente eleito tome posse. São as novas 'vivandeiras alvoroçadas' que incentivavam os militares a ações golpistas.

  • De volta ao futuro

    O Globo, em 17/11/2022

    A presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva na COP27, no Egito, antes mesmo de ele assumir o cargo para o qual foi eleito em outubro, contrasta com a primeira decisão do atual presidente brasileiro, que cancelou a reunião do clima que seria realizada no Brasil em 2019.

  • Equilíbrio social

    O Globo, em 13/11/2022

    Mesmo que Jair Bolsonaro tivesse vencido a eleição, seria inevitável essa negociação com o Congresso para a PEC que permite extrapolar o teto de gastos, porque as promessas dos dois candidatos tinham pesos semelhantes.

  • Segue o jogo

    O Globo, em 10/11/2022

    O mistério, com objetivos políticos, sobre o relatório de técnicos do Ministério da Defesa a respeito das urnas eletrônicas apenas explicita o retrocesso democrático que vivemos nestes últimos quatro anos, que precisa ser estancado. Em tempos normais, os militares não teriam sido chamados para auditá-las, tarefa que sempre foi delegada a universidades e institutos tecnológicos, além de aos próprios partidos políticos, que usavam seus especialistas para atestar a higidez do sistema.

  • Democracia sob ameaça

    O Globo, em 08/11/2022

    A democracia brasileira vive seu mais longo período de existência contínua, de apenas 34 anos, está sob ataque, mas resiste. Para tanto, está sendo preciso utilizar aforça da lei no seu limite, para que os que querem feri-la de morte não encontrem ambiente propício a seus avanços. Nesse período eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que inexiste na maioria dos países e era tido como mais uma das jabuticabas de nossa legislação, mostrou-se essencial para o controle dos antidemocratas que, vencidos nas urnas, tentam ainda tumultuar o país depois do jogo jogado.

  • O que mudou na cabeça do brasileiro?

    O Globo, em 06/11/2022

    De 2002 até hoje, que mudanças fizeram a cabeça do eleitor brasileiro? O cientista político Alberto Carlos de Almeida vai atrás dessa resposta 20 anos depois de ter feito a primeira pesquisa, que resultou no mais amplo levantamento sobre o que move o eleitor brasileiro. O PT sempre venceu o segundo turno por uma vantagem em torno de 60% a 40% contra o PSDB, exceção feita em 2014, quando Dilma venceu o tucano Aécio por três pontos percentuais. Em 2018 os conservadores cresceram, levando Bolsonaro à Presidência da República e agora dividindo o eleitorado, perdendo pela menor margem já registrada em um segundo turno.

  • Anseios e receios

    O Globo, em 03/11/2022

    As manifestações golpistas em diversas capitais, em frente a prédios do Exército, são consequência não de supostas fraudes eleitorais, que não aconteceram, mas da tentativa permanente do presidente derrotado de virar a mesa durante todo o seu mandato. Ao demorar quase 45 horas para se pronunciar sobre o resultado da eleição, e ao fazê-lo de maneira estudadamente cifrada para permitir que seus seguidores mais radicais - os que estão nas ruas pedindo intervenção militar - entendessem que estimulava suas ações antidemocráticas, Bolsonaro alimenta o ambiente conturbado desde o início de seu governo.