Do erro ao acerto exemplar
Em tempos de cólera e “clima de faca nos dentes”, como lamenta o ex-ministro do STF Ayres Brito, não há como não dizer: Ah, se todos fossem iguais a vocês
Em tempos de cólera e “clima de faca nos dentes”, como lamenta o ex-ministro do STF Ayres Brito, não há como não dizer: Ah, se todos fossem iguais a vocês
A divulgação, sem autorização judicial, de uma lista com centenas de nomes de políticos de diversos partidos que teriam recebido doações da empreiteira Odebrecht, é sinal de que algum grupo dentro da Polícia Federal está querendo misturar alhos com bugalhos, sabotando as investigações. A lista foi apreendida há um mês, e estava sendo analisada.
As manifestações de rua das últimas semanas tornaram nítida a distância de apoio entre a oposição e o governo. Foram 3 milhões contra 300 mil, num destaque que desarticula todo o equilíbrio da convivência dos dois "Brasis". E a constituição, pelo Congresso, da comissão de impeachment manifestou, de logo, o confronto de muitos de seus componentes com Dilma. De imediato, também, cresce o movimento de alternativa à Presidência de Temer, com a proposta de uma convocatória de novas eleições.
Se a intenção da defesa de Lula é, como está evidente em todos os seus movimentos, evitar que ele fique sob a investigação do Juiz Sérgio Moro, a reclamação que a Advocacia-Geral da União fez junto ao Supremo Tribunal Federal contra a divulgação das conversas da presidente Dilma com Lula teve o condão de reverter o processo contra ela, que será investigada sobre a tentativa de obstrução da Justiça.
Não que São Lourenço seja alienada e não tome conhecimento do que está ocorrendo na política. Só que, em vez de ficar voltada para Brasília, prioriza o mais próximo.
À primeira vista, o ex-presidente Lula conseguiu o que queria com a decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF): algumas noites de sono tranqüilo sem receio de ser preso por determinação do Juiz Sérgio Moro.
Vamos ter uma nova Base Nacional Comum Curricular, fruto de obrigação constitucional. O MEC disfarça bem os seus objetivos, pedindo a contribuição democrática dos parceiros envolvidos no processo. Hoje, há mais de 10,3 milhões de sugestões. Muita bobagem tem sido proposta, a mais recente das quais a ideia de eliminar a literatura portuguesa dos currículos.
Além da retórica petista, que se desdobra em vários setores da sociedade tentando dar à minoria que apóia o governo (?) Dilma uma aparência de protagonismo político, na vida real as manobras para invalidar a decisão do ministro Gilmar Mendes de anular a posse de Lula no Gabinete Civil até agora foram infrutíferas.
Adolpho amava o Brasil. Amigo de artistas e políticos, notabilizou-se pela fraterna ligação com o ex-presidente Juscelino, de quem nada recebeu. Em virtude da cobertura dada a JK, sobretudo após a sua morte, foi muitas vezes ameaçado de retaliação Adolpho Bloch foi uma figura controvertida. Eram dele os maiores feitos da sua empresa, mas também algumas indelicadezas que o faziam temido por seus funcionários, cerca de 5 mil no auge da TV Manchete (década de 80).
O sub-procurador Geral da República, Eugênio Aragão, resolveu mostrar para Lula toda sua lealdade e, nomeado ministro da Justiça, desandou a falar contra a Operação Lava-Jato. Ameaçou afastar de investigações criminais delegados e agentes suspeitos de vazamento de informações sigilosas, e classificou de “extorsão” o método usado pelos procuradores para obterem as delações premiadas.
Poucas vezes foi tão dramática a busca de uma solução das muitas crises que abalaram o Brasil, entre elas, a proclamação da República, a Revolução de 30, as Intentonas de 35 e 38, sem esquecer os traumas que foram o golpe de 64 e o golpe de 68 (o AI-5).
As manifestações de ontem pelo país, notadamente a da Avenida Paulista em São Paulo, definiram bem os limites das forças em disputa. O petismo tem ainda uma base de apoio nada desprezível, mas que se torna insuficiente como instrumento político quando comparada à que foi às ruas no domingo passado em repúdio ao governo.
Caluniam-se adversários, promete-se qualquer coisa, varia-se de ‘paz e amor’a jararaca, conforme a necessidade.
Ouvindo os áudios e lendo as transcrições, me lembrei do recurso inventado pelo ‘Pasquim’ para driblar a censura e evitar inconveniências vocabulares.
Os países desenvolvidos sabem o que esperar dos seus jovens formandos. Eles não se diplomam ao deus-dará. Desde a educação infantil, os diversificados componentes curriculares originam-se de propostas adequadas, caracterizando-se por amplo entendimento horizontal e vertical. Quer dizer que há diálogo entre as matérias. Entre nós, infelizmente, isso não acontece.