Segredos e mentiras
E se denúncia não for confirmada? Se não passar de algo plantado de propósito por alguma fonte não identificada?
E se denúncia não for confirmada? Se não passar de algo plantado de propósito por alguma fonte não identificada?
Temporal não foi atípico. Atípica foi a decisão do prefeito de não se constranger em propor à Câmara o extorsivo aumento de até 100% no IPTU.
Dois ministros foram fundamentais ontem na posição do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre acordos de delação premiada: Luis Fux, ao deixar claro que era preciso uma definição do plenário para evitar que mais adiante acordos fossem denunciados, e Luis Roberto Barroso, ao definir que a eficácia do acordo é que deve ser analisada no momento da sentença, não os termos do acordo em si.
Embora o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) termine apenas hoje, a tendência do plenário ficou claramente demarcada com os dois votos já dados – do relator Luis Edson Fachin e do ministro Alexandre de Moraes – e os comentários do decano Celso de Mello, que defendeu vigorosamente o papel da Procuradoria-Geral da República, criticado pelo ministro Gilmar Mendes.
O presidente Michel Temer desmentiu, e não que isso seja a seu favor, os que comparam seu governo com os últimos meses do governo José Sarney. Naquela ocasião, o então senador Fernando Henrique Cardoso dizia com ironia sempre que o presidente ia ao exterior: “A crise viajou”.
A corrupção aqui é democrática, pois contempla outros partidos: um de oposição e o outro que ainda não sabe se será, está pensando.
Como sempre acontece, foi um sucesso o seminário Brasil Brasis promovido pela Academia Brasileira de Letras. Desta feita, o tema foi o “Novo Ensino Médio”. Tive a honra de mediar o debate de que participaram os especialistas Carlos Artexes Simões, diretor do Sesc Nacional, e Carlos Alberto Serpa de Oliveira, presidente da Fundação Cesgranrio, responsável pelas provas nacionais do Enem.
A Procuradoria-Geral da República está anunciando informalmente uma decisão que deveria ter sido tomada desde o início do processo de investigação da Operação Lava Jato: a separação, para fins de punição, dos políticos que receberam dinheiro de Caixa 2 para financiamento de campanha eleitoral e os demais, que receberam propina, muitos até mesmo usando o Caixa 1 como maneira de limpar a propina nas declarações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Quando o tema era Roberto Campos, não havia meia medida. Ou muito elogio ou muita crítica.
O quadro de crise fiscal que afeta o país exige medidas de redução de despesas não só da União, mas de todos os outros entes federados. Desnecessário ser especialista em economia para compreender um princípio básico de gestão orçamentária, válido tanto para a nação quanto para as contas domésticas: os gastos têm de caber na receita.
Repeti a pergunta a minha querida Nélida Piñon, e ela, com sua autoridade literária, confirmou que o eu te amo é uma expressão recente entre nós.
Já não há mais possibilidade de um debate racional sobre a situação do país. Quando jornalistas são constrangidos dentro de aviões por militantes políticos que querem calá-los, como aconteceu com Miriam Leitão e Alexandre Garcia, um após a outra, para demolir as tentativas de desmentido orquestrado.
Benito Mussolini terminou seus dias na face da Terra numa posição incômoda: pendurado de cabeça para baixo num gancho de açougue. Um fim de vida coerente com uma de suas frases mais famosas: "Governar a Itália não é difícil, é impossível". Menos trágicos, os presidentes do Brasil, mesmo sem o fim lastimável do ditador italiano, poderiam dizer: "governar o Brasil não é difícil nem impossível: é inútil".
Mais uma vez o cenário político internacional nos traz exemplos que podem servir de orientação sobre como tratar os graves problemas de financiamentos partidários e a corrupção na política. O caso da Operação Mãos Limpas, na Itália, guarda semelhanças com a nossa Operação Lava Jato e no momento vivemos um quadro de forças políticas antagônicas se unindo contra as investigações, do mesmo modo que aconteceu na Itália.
Até entendo que, por razões de fé, o pastor Marcelo Crivella não goste de carnaval. Basta lembrar que viajou para não assistir como prefeito ao seu primeiro desfile das escolas de samba. Alegou que “seria demagogia” comparecer. Na verdade, não seria, porque faria parte de suas obrigações protocolares como anfitrião oficial de nossa maior festa popular, indispensável fonte de alegria para o povo e de receita para o município.