Um país amnésico
Como ficou demonstrado com o incêndio do Museu Nacional, o Brasil parece só usar a memória para se lembrar de que não a tem ou a tem incompleta — é o país da amnésia crônica e do pretérito imperfeito.
Como ficou demonstrado com o incêndio do Museu Nacional, o Brasil parece só usar a memória para se lembrar de que não a tem ou a tem incompleta — é o país da amnésia crônica e do pretérito imperfeito.
A radicalização da política brasileira teve seu ápice até agora com o ataque sofrido ontem pelo candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, que lidera a corrida eleitoral quando o quadro real é apresentado ao eleitor, sem a presença de Lula por decisão da justiça eleitoral. É uma situação de ruptura que se agrava pela crise econômica e social do pais.
A realidade deve se impor nos próximos dias e a máquina propagandística do PT terá que carregar Haddad ao segundo turno. Por enquanto, essa confusão toda não o tem beneficiado. Ele cresceu dentro da margem de erro na pesquisa do Ibope divulgada ontem, e Ciro é quem mais ganhou o espólio do lulismo órfão de seu líder.
A candidatura fake do ex-presidente Lula à presidência da República continua sendo propagada em vários programas eleitorais e nos cartazes espalhados pelo país, obrigando os ministros encarregados pela propaganda oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a vetar seguidamente os anúncios e inserções do PT que insistem em vender a imagem de Lula como candidato a presidente, mesmo depois que sua candidatura foi impugnada devido à Lei da Ficha Limpa.
Não tive com o Museu Nacional a relação afetiva que tinha com o Museu de Arte Moderna, que na madrugada de 8 de julho de 1978 foi também destruído por um incêndio.
Não foi surpresa a decisão pessoal do ex-presidente Lula de esticar a corda até onde for possível para manter sua candidatura à presidência da República no centro do debate político.
Evitemos ferir suscetibilidades falando em candidatura fake, farsa, palhaçada, carnaval, molecagem, chanchada, em relação ao circo armado para não cumprir a Lei da Ficha Limpa — promulgada por Lula nos tempos em que era presidente, e os anos não trazem mais.
A decisão Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de permitir que o candidato a vice Fernando Haddad participe da propaganda eleitoral no rádio e televisão como se candidato a presidente fosse, é mais uma das muitas heterodoxias a que tem se submetido os tribunais superiores da Justiça brasileira no pedregoso caminho provocado pela crise política e econômica que retira do PT a hegemonia política do país.
Todos nós somos arqueiros da vontade Divina. E, portanto, é indispensável saber que instrumentos temos à nossa disposição.
Em todas as entrevistas, sabatinas e debates de que têm participado, os candidatos à presidência da República mais viáveis até o momento apresentam ao eleitor metas sem levar em consideração a realidade das contas públicas.
Muito oportuna neste ano eleitoral a série “Política: modo de fazer” que a GloboNews inicia hoje em parceria com a Maria Farinha Filmes e o Instituto Update, revelando novas práticas surgidas em comunidades e periferias.
O episódio em que o ex-ministro José Dirceu levou uma bronca do então presidente Lula, incluído no seu livro de memórias, que Ancelmo Gois revelou ontem, foi talvez o primeiro choque petista na burguesia brasileira, poucos meses depois de chegar ao poder.
A eleição presidencial mais atípica desde a redemocratização tem características singulares, como já salientou Fernando Gabeira em recente artigo em que ressaltou a estranheza de um candidato concorrer da prisão, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, e outro, referindo-se ao Cabo Daciolo que subiu a uma montanha para orar, estar “a caminho do hospício”.
Fizeram para mim a pergunta do momento: “Você já sabe em quem vai votar pra presidente?”. Respondi que não, eu e a torcida do Flamengo, exagerando um pouco.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pode tornar hoje o candidato à presidência da República do PSL, Jair Bolsonaro réu pela segunda vez. Ele já o é por incentivo ao estupro, devido ao episódio envolvendo a deputada Maria do Rosário.