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Artigos

 
  • O preço da democracia

    Folha de S. Paulo (SP), em 02/11/2008

    RIO DE JANEIRO - Não me dei ao respeito de acompanhar a complicada e dispendiosa sucessão presidencial dos Estados Unidos. Ao contrário da mídia internacional, que se empolgou desde cedo com a possibilidade do candidato Obama sair vitorioso na próxima terça-feira, preferi ficar na minha, com ocupações e preocupações de um alienado assumido.

  • Quando o Rio cresce é bom para todos

    Jornal do Brasil (RJ), em 01/11/2008

    Desde que houve a fusão do Estado do Rio de Janeiro com o antigo Estado da Guanabara, sempre foi tema, nas discussões entre empresários, o chamado esvaziamento econômico. A idéia, que não foi submetida a plebiscito, teria prejudicado sobretudo a capital, cujos impostos deveriam ser, a partir de então, repartidos com a pobreza fluminense, apesar dos seus bolsões de progresso.

  • A difícil volta

    Jornal do Brasil (RJ), em 31/10/2008

    FOI LORDE Callaghan, então primeiro-ministro britânico, quem, questionado por jornalistas sobre a crise provocada pelas greves e agitações sociais que varriam o país em 1979, primeiro respondeu com outra pergunta: ‘Crise? Que crise?’. É que, quando elas aparecem, vêm de mansinho e só são visíveis quando se instalam.A Grande Depressão, marcada pela crise da Bolsa de Nova York em 1929, só alcançou seu ponto mais dramático em 1933. O Brasil, naquele tempo, tinha uma vulnerabilidade total, pois toda nossa economia girava em torno do café, responsável por 70% de nossas exportações. O seu impacto sobre o país abriu caminho para que a Revolução de 30, que estava germinando, eclodisse de uma vez logo em seguida.

  • Machado e o nosso panteão preguiçoso

    Jornal do Commercio (RJ), em 31/10/2008

    Começamos a nos dar conta desse fenômeno desmedido, em que a celebração do centenário da morte de Machado de Assis entra nos anais da cultura brasileira. Tem magnitude ainda mal balizada do que seja, num país de tardia toma de consciência, a avaliação de seus valores, num reconhecimento nacional e já num corte canônico de gerações. Mal construímos ainda, de fato, o nosso pódio, e nele do que, nas memórias de fastos e proezas, dos destaques de onde arranque a façanha os desempenhos antológicos.

  • O estado da arte da EAD

    Jornal do Commercio (RJ), em 31/10/2008

    Para os professores Frederic M. Litto e Marcos Formiga, a educação à distância no Brasil é uma realidade em ascensão. Eles prevêem, como bons especialistas, que nas próximas décadas deverá reunir mais alunos do que a educação presencial, “e com formatos mais ricos e mais variados, como jamais anteriormente foi imaginado.”

  • Dificuldades

    Jornal do Commercio (RJ), em 30/10/2008

    Nunca antes, o atual governo deu mostras de estar embananado com uma crise econômica que a princípio negou e agora admite como grave e inédita. Grave também, sem ser inédita, é a medida provisória que transita no Congresso, com apoio sistemático da base governista e pesadas críticas da oposição. Tudo nos conformes, cada facção fazendo a sua parte.

  • Oposição: paga-se bem, ainda

    Jornal do Brasil (RJ), em 29/10/2008

    As eleições municipais garantiram um avanço excepcional na contabilidade democrática do país. Ou melhor, na emergência de novas lideranças, a partir de critérios mais exigentes de êxito eleitoral, do que o da velha pajelança político-partidária e sua inércia nos palanques. Verificamos, sobretudo, no quadro da consciência de mudança, o arquivo rápido de forças que se tornaram obsoletas, diante do impulso do governo Lula. Marca-o a conservação da popularidade presidencial nesses 68% ímpares em nossa história política, à margem do partido, ou das composições políticas que o trouxeram ao poder.

  • O voto que não dei

    Jornal do Commercio (RJ), em 28/10/2008

    Péssimo cidadão que sempre fui, não cumpri o chamado "cívico dever" de votar no último domingo. Votaria nos dois candidatos a prefeito que se apresentaram ao eleitorado carioca, mas a lei proibiria este gesto de solidariedade e reconhecimento. Meu voto seria anulado. Queimando etapas, preferi ficar em casa.

  • A Lua que vem da Ásia

    Tribuna da Imprensa (RJ), em 28/10/2008

    Nesta vida agitada de ler livros e mais livros, principalmente brasileiros, dos que possam elevar nossa literatura a nível mais alto - e a nós mesmos, como leitores, a um plano maior de entendimento - encontramos de vez em quando obras que abrem caminhos. Meu espanto diante de um livro nunca foi tão grande como o que senti há muitos anos, ao ler o romance "A lua vem da Ásia", de Campos de Carvalho.

  • A impossível arte de prever o futuro

    Zero Hora (RS), em 28/10/2008

    Quando começou a atual crise econômica, o presidente Lula fez um bem-humorado pronunciamento, usando uma expressão que desde então tem sido repetida, sempre com ironia, pelos comentaristas: nos Estados Unidos, disse Lula, a crise pode ser um tsunami, mas aqui no Brasil chegará como uma marolinha.

  • Os jovens e seus pais

    Zero Hora (RS), em 26/10/2008

    Tempos atrás, escrevi aqui em ZH um texto (depois publicado no livro Um País Chamado Infância, Ed. Ática) intitulado Oração de um Pai.

  • Um exemplo

    Folha de S. Paulo (SP), em 26/10/2008

    RIO DE JANEIRO - Refletindo a comoção pública, e de certo modo a incentivando, a televisão, o rádio e a mídia em geral deram minuciosa cobertura do seqüestro e morte da menina Eloá – vítima de um crime passional que por coincidência provocaria outros casos iguais.

  • O que dizem as mãos

    O Globo (RJ), em 26/10/2008

    Na fímbria longínqua do horizonte, emoldurada por nuvens etéreas, a rododáctila deusa Aurora, entre cores de matizes indizíveis, já afasta os véus arautos da ascensão gloriosa do Astro-Rei, que logo cruzará mais uma vez o nosso céu abençoado, alardeando ao mundo a grandeza da Criação e a sublime dádiva da Existência. Entre as cobertas macias que lhes envolviam os corpos tão felizes quanto suas almas afortunadas, os brasileiros principiam seu garrido despertar, tornado ainda mais venturoso que de hábito, pela lembrança que logo lhes vem às mentes jubilosas: hoje é novamente dia de eleição!

  • Angústia é problema médico?

    Zero Hora (RS), em 25/10/2008

    A palavra angústia vem do latim angustus, que significa estreito, apertado. Tem muito a ver com o termo alemão angst, cuja raiz indo-européia, anghu, significa a mesma coisa, restrição, aperto. Mas a palavra angst adquiriu uma conotação muito mais ampla, sobretudo por causa daquela importante corrente filosófica que é o existencialismo, e sobretudo por causa de dois importantes filósofos, Soren Kierkegaard e, nazismo à parte, Martin Heidegger. Para Kierkegaard, a angústia era o resultado da insegurança humana diante das responsabilidades para com Deus. Já Heidegger fala do angst frente ao Nada, à morte, algo que todos nós sentimos e que é inerente à condição humana.

  • Machado e Carolina

    Folha de S. Paulo (SP), em 24/10/2008

    AO CELEBRARMOS Machado de Assis, no centenário de sua morte, lembremos que o ano de 1904 foi todo marcado pela doença e morte de Carolina. Irmã do poeta Faustino Xavier de Novais, a jovem viera para o Brasil em 1868. Era uma bela portuguesinha, embora quatro anos mais velha do que Machado. Casados em 1869, vivem anos de crescente felicidade, que desmentem no homem as "rabugens de pessimismo" que anuncia no Brás Cubas. Ela era o centro de sua vida física e psíquica. Sem Carolina, é tênue o laço que o prende à vida, como no verso do soneto A Carolina: "E ora mortos nos deixa e separados". A epilepsia fica fora de controle, e a decadência física é rápida.