Não é fácil ser otimista
Temos a sensação de que estamos vivendo o fim do mundo, quando talvez seja apenas o fim de um mundo que precisava mesmo acabar.
Temos a sensação de que estamos vivendo o fim do mundo, quando talvez seja apenas o fim de um mundo que precisava mesmo acabar.
Quando eu disse à escritora Nélida Piñon, autora do famoso “A república dos sonhos”, que estava de viagem a Portugal, ela, de forma veemente, recomendou: “Não deixe de visitar a Fundação José Saramago. Há muito o que aprender com as obras do único escritor em língua portuguesa que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura.”
O que é claro é a nova conjuntura global em que se coloca a Venezuela, frente às clássicas solidariedades continentais.
A sessão de amanhã do Supremo Tribunal Federal (STF) será fundamental para a definição dos rumos das investigações do Ministério Público no âmbito da Operação Lava Jato. Uma sessão histórica, segundo o ministro Gilmar Mendes, que pretende encaminhar a discussão no plenário para a anulação das provas contra o presidente Michel Temer, especificamente a gravação da conversa com Joesley Batista.
"Somos um povo honrado, governado por ladrões". A frase não é minha, é de Carlos Lacerda, na campanha que terminou com o suicídio de Getulio Vargas. De minha parte, não considero o povo brasileiro tão honrado assim. É um povo bom, capaz de fazer algumas maravilhas, inclusive nas duas pontas da moral política.
A prisão de Joesley Batista e de seu assessor Ricardo Saud é o desfecho natural de uma aventura de empresários que se aproveitaram do sistema capitalista selvagem e corrupto que estava instalado no país à medida que os governos petistas, secundados pelo PMDB, institucionalizaram a propina como instrumento de decisões governamentais.
A situação patológica da política brasileira faz com que o presidente Michel Temer sinta-se seguro em relação à confusão instalada sobre os áudios de sua conversa com Joesley Batista e, ao mesmo tempo, esteja em perigo com as denúncias do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot contra a cúpula do PMDB, classificada como “organização criminosa”.
Depoimento de Palocci produziu um estrago definitivo na imagem que é oferecida aos eleitores, a de um partido impoluto e um líder incorruptível.
O risco que corre o povo brasileiro é desacreditar de suas esperanças e cair nos braços de outro aventureiro ou psicopata.
A situação patológica da política brasileira faz com que o presidente Michel Temer sinta-se seguro em relação à confusão instalada sobre os áudios de sua conversa com Joesley Batista e, ao mesmo tempo, esteja em perigo com as denúncias do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot contra a cúpula do PMDB, classificada como “organização criminosa”.
As próximas cenas do drama político brasileiro em curso terão o Supremo Tribunal Federal como protagonista, seja na definição de punições rigorosas aos irmãos Batista e seus delatores, um bando de caipiras metidos a espertos que tentaram desfazer do sistema jurídico brasileiro, quanto na decisão sobre o prosseguimento de processos contra o presidente Michel Temer baseados nas delações da JBS.
O seu sucesso se justifica pela mescla de um belo texto com uma admirável interpretação.
O Ministério Público Federal está empenhado nos últimos dias em encontrar na legislação de direito civil brasileira meios de retirar da família Batista o controle das empresas do grupo J&F, a partir da decisão de rescindir o acordo de colaboração premiada firmado com Joesley Batista.
O governo Temer assume uma atitude cada vez mais distante da realidade. Atribui a si mesmo o papel de novo redentor do Brasil. Pretende-se ilibado, como seus “apóstolos”, cuja sublime presença seria capaz de romper o círculo vicioso da crise, de que ele é parte não assumida.