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Artigos

 
  • As causas da esquerda

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/05/2005

    Nunca li nem perdi tempo pensando em Tom Wolfe, que andou por aqui durante a Bienal do Livro, da qual não fiz parte por motivos de saúde. Mas, num jantar no bonito apartamento do Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores e Livreiros, o encontrei com seu elegante terno claro, contrastando com a roupa escura dos demais convidados. É magro e tem o rosto bastante enrugado, do contrário poderia parecer o Robert Redford quando faz filme baseado em romance de Scott Fitzgerald.

  • O destino de um técnico

    Diário do Comércio (São Paulo), em 18/05/2005

    Não conheço pessoalmente o banqueiro Henrique Meirelles. Meu território é outro, e, como não tenho mais contas em vários bancos, como nos velhos tempo do Correio Paulistano , não freqüento bancos para descontar títulos, entre as duas fases de pagamento do pessoal.

  • O poema de um povo

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 17/05/2005

    O poema brasileiro por excelência, o poema que fala por nós, que nos representa e que nos fixa para sempre como País que tem alguma coisa de novo para dizer ao mundo - "Invenção de Orfeu", de Jorge de Lima - sai agora em nova edição. Para que chegássemos a essa "Invenção", foram necessários, ao Brasil, mais de quatro séculos de caminho percorrido, de idioma revivido, recriado, recapturado, de experiências dirigidas em várias profundidades, à espera de uma nova seiva de palavras e de sons fornecidos pela terra que é nossa. E o poeta que atingiu esse ponto de desbravamento, Jorge de Lima, teve de percorrer sua própria trilha, durante um bom tempo, em versos de boa feitura, mas ainda não enquadrados no espírito de todo um povo.

  • A amante das letras

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/05/2005

    Merecidíssimo o Prêmio Camões dado, neste ano, a Lygia Fagundes Telles. E olha que tenho convivido com gente que transita, e bem, nos diversos gêneros da literatura, desde a clara e saborosa literatura infantil ao ensaio mais denso, impenetrável.

  • Sul-América e árabes

    Diário do Comércio (São Paulo), em 17/05/2005

    A idéia que fez sucesso nos meados do século passado foi a do Mercado Comum Europeu, ou a abolição das aduanas para a circulação de mercadorias, e, paralelamente, a abolição dos vistos em passaportes, ficando o viajante, homem de negócio ou turistas desobrigado a ter o passaporte de uma das nações que integram o mercado comum.

  • A vida breve

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 16/05/2005

    Mais uma vez, comissão de artistas vai ao governo pedir providências contra a falta de atenção e incentivos à cultura, prometidos durante as campanhas eleitorais, quase que de porta em porta, e esquecidos ou simplesmente negados durante o mandato de cada grupo que chega ao poder.

  • Suando frio

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 16/05/2005

    Suor masculino atrai homossexuais e mulheres, diz estudo. O suor masculino excita o cérebro dos homens homossexuais do mesmo modo como acende luzinhas no cérebro de mulheres heterossexuais, mas deixa insensíveis os homens heterossexuais. No experimento, o suor era colocado em frascos de vidro a 1 cm do nariz. Folha de São Paulo / Ciência, 10.05.2005 

  • Os pecados da carne

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 15/05/2005

    As diversas religiões e seitas dominantes no mundo oriental sempre estiveram em moda. Não contam com muitos praticantes entre nós, só conheço um, que é monge budista e com quem trabalho diariamente na CBN. É um sujeito bacana, culto e honesto em tudo o que faz e pensa.Mas são inúmeros e crescentes os admiradores do Oriente e de suas religiões. "Ex Oriente lux" -do Oriente vem a luz- um ditado que aprendi em criança. Nos meios artísticos e alternativos, o Dalai Lama é uma espécie de papa, embora sofrendo a concorrência do Santo Daime, que fascina os mais radicais, ou os mais desesperados.

  • Avanços que fazem a história

    O Globo (Rio de Janeiro), em 14/05/2005

    A unanimidade mundial nas exéquias de João Paulo II fizeram de um Papa o símbolo contundente contra a “civilização do medo” que nos rodeia. A seu sucessor, no rastro deste momento único, impunha-se desbordar a expectativa do vai-e-vem entre a conservação e o progressismo. O sorriso novo de Bento XVI no balcão da basílica trazia muito desta quase transfiguração, nas palavras do novo pontífice, tão longe do cardeal Ratzinger, como estrito guardião da fé. Refletiu a humildade radical e o peso descomunal da investidura. Ainda na Sistina, cabeça baixa após os votos, um novo homem se levantava, cativo da escolha esmagadora. O fascinante de agora não é uma prospectiva de embate com a prévia lógica de Ratzinger, mas do que seja, nos tempos modernos, um primeiro Papa, teólogo e intelectual exigentíssimo, neste retorno ao profetismo do Vaticano II.

  • O Guedes

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 14/05/2005

    Não tenho certeza, posso estar enganado, como sempre, mas creio que foi o primeiro Guedes que conheci, primeiro, único e bastante. Era magro, muito magro. Eu desconfiava que ele era magro porque se chamava Guedes, mais tarde descobri que se chamava Guedes porque era magro.

  • A reunião de Brasília e a "civilização do medo"

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 13/05/2005

    A reunião em Brasília da primeira Cúpula Árabe-Latino-Americana demonstrou, no êxito e nos percalços, toda uma nova fronteira para a presença internacional das periferias do antigo Terceiro Mundo. Marcou, ao mesmo tempo, essa nossa indiscutível liderança externa, a que Lula tem dado o melhor de nossa visibilidade no após 11 de setembro, e da dita "civilização do medo". A deselegância Argentina, no rompante da saída de Kirchner, só confirmou o desconforto com o paroquial, no rompimento de nossas cláusulas de negociação mundial.A cúpula com os países do crescente foi como que o assento, ou retorno, de um grande salto começado pela busca do eixo Pretória-Nova Deli, que marcou o primeiro ano do Governo petista. O importante é que, ao abrir esses novos espaços, o País também reflui sobre as suas matrizes continentais. Mas, para dissociar-se das velhas amarras do Mercosul, como se aceitássemos um delineio político marcado pela maximização dos mercados aparentes e das projeções naturais do desenvolvimento, na sua expressão geográfica tradicional. É este Brasil largo que já logrou, inclusive, de saída, e nas Conferências de Cancún, o próprio apoio hindu ou sul-africano à quebra das visões tradicionais da OMC, na busca de uma nova perspectiva nos pactos tarifários e, sobretudo, na trazida dos Estados Unidos a um jogo de contrapesos e ao decalque da economia hegemônica no mundo contemporâneo.

  • Cúpula e orgasmo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 13/05/2005

    Minha leitura é positiva sobre a Cúpula América do Sul-Países Árabes, realizada nesta semana em Brasília.

  • O poder da faca em relação ao queijo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 13/05/2005

    Não fica bem recorrer ao lugar-comum, mas ele é inevitável, sobretudo quando revela uma verdade que todos admitem. É o caso de relembrar que a democracia é o pior dos regimes políticos, exceto os demais. Ao se integrar em grupos, tribos e, mais tarde, em sociedades, o homem buscou uma forma de sobreviver com um mínimo de conflitos e um máximo de bem-estar. Experimentou a autogestão, o governo de conselhos, de casta, de elite, experimentou a anarquia e a ditadura.

  • Petróleo nas alturas

    Diário do Comércio (São Paulo), em 13/05/2005

    A revista de alto conceito, The Economist , editada na Inglaterra, dedicou seu último número aqui chegado ao petróleo e seus problemas. Quem puder ler a revista vai ficar amargurado com a previsão da alta do barril, provavelmente a 100 dólares. Quanto teremos de pagar por litro, que já está em mais de 2 reais?