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Artigos

 
  • Da imprensa livre

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 29/06/2004

    Uma democracia só se firma e se desenvolve, consolidando-se como uma instituição, quando tem uma imprensa livre a publicar, com critério e oportunidade, todos os assuntos que dizem respeito à opinião pública. O New York Times publica que tudo deve ser publicado, ou seja, tudo quanto interessa à opinião pública saber, comentar e reagir, se necessário for. A esse respeito, dão lições os franceses, que saem às ruas para as comunas e outras invectivas contra os governos.

  • Altas novidades

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 27/06/2004

    A coisa está boa, pelo menos do ponto de vista de quem precisa achar assunto para escrever, cruel fadário de cronistas, colunistas e assemelhados. Mais uma vez bendigo a sorte de não padecer de falta de assunto, mas de excesso. Olho as gazetas, é um nunca-acabar de novidades, inclusive algumas que a gente não entende bem, ou não entende nada, como o superávit primário. Posso estar esclerosado, mas não me recordo dessa conversa de superávit primário no passado. Deve ser parente do desenvolvimento sustentável ou da já talvez prematuramente abandonada espionagem participativa, de que cogitou o governo faz algum tempo. Vocês podem ter esquecido, mas falaram, sim, em espionagem participativa, a espionagem como direito básico de todo cidadão e mais uma lacuna que seria preenchida pela nova administração.

  • Um velho arretado

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 25/06/2004

    É inevitável, sendo político e sempre em campo oposto, não escrever sobre Leonel Brizola, que tinha na alma a herança dos caudilhos irredentos do Rio Grande do Sul, como Bento Gonçalves, Davi Canabarro e tantos mais, indormidos, de lança em punho, prontos para a peleja e a degola. Foi um pelejador.

  • O intelectual do ano

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 24/06/2004

    Não costumo - nem gosto - de escrever sobre livros neste canto de página. Mas não posso deixar sem registro dois dos mais recentes trabalhos de Alberto da Costa e Silva. Durante anos, em que ele como diplomata de carreira morava fora do Brasil, só o conhecia pela sua poesia, sendo ele filho de outro poeta.

  • Como um gênio morre pobre

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ), em 23/06/2004

    São múltiplas as atrações culturais de Amsterdã. Na última visita feita à capital da Holanda, além da beleza das suas pontes líricas, pude me encantar com a esplendorosa Sinagoga Portuguesa, com as suas luzes eternas, antes passando pelo Rembrandt Corner, bem perto da casa em que morou o maior pintor holandês do século 17, hoje transformada em museu.

  • O vermelho e o negro

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 23/06/2004

    Colar o rótulo de bom ou mau, no fundo, é o ofício humano mais freqüente, aberto diante de cada um de nós diariamente, ou melhor, a cada minuto de nosso cotidiano. Se usamos aquela camisa, se vamos ou não vamos a algum lugar, se falamos ou se calamos, se comemos bife com fritas ou sem elas, nos departamentos mais nobres e nos mais prosaicos, não fazemos outra coisa a não ser navegar entre aquilo que nos parece o bem ou o mal, o necessário ou o supérfluo, o devo ou o não devo.

  • O caso chinês

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 23/06/2004

    O imbróglio China e Brasil, aparentemente resolvido, merece algumas reflexões. Do lado chinês, temos a sua legendária paciência. O chinês aprende, desde criança, a ter paciência, em tudo, na vida, da infância até a morte, O chinês não perde a paciência por nada deste mundo e, em revide, usa a sua arma preferida com tal perícia que o adversário acaba vencido, se também não agir com paciência. É uma luta das mais duras, mas que, no comércio internacional, tem de ser travada entre as partes.

  • Tragédia em ficção

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 22/06/2004

    Numa lista dos melhores romances de todos os tempos, feita há cerca de 50 anos na Europa, "Judas, o obscuro", de Thomas Hardy, ocupou o sexto lugar. A pergunta foi renovada, em Paris e em Londres no começo deste novo milênio, e "Judas" manteve sua posição. Listas e respostas a inquéritos não passam de opiniões, mas a escolha de Hardy como romancista merece atenção porque, ao ser publicado, em 1895, "Judas" foi classificado, por uma parte ponderável da crítica literária inglesa, como "lixo".

  • O salário do logro

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 22/06/2004

    Quando Vargas criou o salário mínimo, sabia que estava criando um caso, mas comprou a briga. Anos depois, quando aumentou o mínimo em 100%, encarou uma briga com os coronéis que deitaram manifesto, hoje considerado o começo do fim de seu segundo mandato e de sua vida.

  • A Unctad em São Paulo

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 21/06/2004

    Está sendo provado, cada vez mais e com mais intensidade, que o Brasil alça-se entre as nações, para vir a se colocar como uma das primeiras. Essa reunião da Unctad, organismo da ONU para o desenvolvimento, nos distingue com uma nota brilhante, que deve nos estimular a mais esforçar-nos, a fim de nos destacar na América do Sul e já visualizar, não diremos com pressa os G-8, mas às nações emergentes batendo á porta dos mais poderosos.

  • A reforma universitária

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 21/06/2004

    Mais um seminário nacional promovido pelo UniFMU, com apoio do Instituto Metropolitano de Altos Estudos (Imae), foi realizado em São Paulo. Durante um dia inteiro, especialistas discutiram o tema “A reforma universitária e o desenvolvimento brasileiro”, para chegar à redação da “Carta de São Paulo - Educação”, com a qual se busca a adesão da sociedade, diante da tragédia em que se vai configurando a nossa pedagogia.

  • Nesta segunda, sem falta

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 20/06/2004

    Eis, finalmente, o dia em que esta coluna, admito que, no caso, meio sem moral, ou sem moral nenhuma, resolve abraçar uma causa. Deve ser, como tudo mais, trauma de infância, mas sempre tive vontade de que alguém se referisse a mim como abraçado a uma causa. Talvez nos tempos de político estudantil eu tenha abraçado uma causa ou outra, mas meio como namoro de carnaval, efemeramente e sem conseqüência alguma. Daí para cá, só causas muito vagas, como o bem-estar da Humanidade, a justiça social, a felicidade do nosso imenso Brasil e similares, que não valem, até porque acho que todo mundo as abraça de uma forma ou de outra e costumam ser mais da boca para fora.

  • Variações sobre a saúde

    O Estado de São Paulo (São Paulo), em 19/06/2004

    Dentre os valores de fundamental importância consagrados pela história da civilização sobressai o relativo à saúde, da qual o homem teve consciência imediata, tão frágil é ele no tocante aos males do corpo e da mente e ante as forças adversas da natureza. Travou-se desde logo uma rude e contínua batalha entre os valores vitais e os fatores negativos que determinam a morte, aqueles empenhados em preservar e salvaguardar a existência humana e estes, tendentes a extingui-la, pondo termo a um projeto existencial.