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O Ministério de Ontem
Está tudo tão antigo, tão ligado a ideias que pareciam mortas e enterradas, a ações já tentadas e vencidas em outros tempos
Está tudo tão antigo, tão ligado a ideias que pareciam mortas e enterradas, a ações já tentadas e vencidas em outros tempos
Já contávamos com o Bolsa Família, meritório projeto preliminarmente gestado no governo FHC, desenvolvido e consolidado no governo Lula. Hoje, diante das barbaridades vocabulares, sintáticas e ideológicas perpetradas na reunião ministerial do dia 22 de abril, que tal, evocando a comiseração divina (‘Deus acima de todos’), dar à turma uma chance de redenção?
O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, tenta sair das cordas com retórica, não com atos. Disse, afinal, em nota que “sente desconforto” com a citação de seu nome para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
Com o coronavírus, os que estão sob risco, a partir dos sessenta, devem tomar cuidados especiais, não só pela fragilidade da saúde, entre asma, diabetes, para que este invisível ciclone não os carregue para o outro lado, a morte.
Existe o militar da ativa e o militar da reserva. Os militares da ativa e da reserva que trabalham no governo. E os que não trabalham. Existe a elite militar, e a tropa militar. E por aí vamos. Militar é gênero de múltiplas espécies.
O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, não consegue nem mesmo entrar no elevador cheio na sede de Brasília da instituição que preside, tamanho o desconforto que está provocando entre seus pares.
A humanidade foi surpreendida por uma ameaça que, embora profetizada por esporádicas vozes, nunca foi levada a sério.
O presidente Bolsonaro conseguiu cimentar uma união interna no Supremo Tribunal Federal (STF) que já vinha sendo formada no cotidiano da Corte diante dos riscos à democracia desenhados pela retórica agressiva dos militantes bolsonaristas, em manifestações avalizadas pelo próprio presidente, e em atitudes agressivas das milícias, digitais ou não, contra seus membros.
Na democracia, é possível discordar de decisões judiciais, mas é preciso recorrer dentro das normas. Acredito que sejam praticamente nula a possibilidade de o governo conseguir alguma vitória com os recursos no STF.
O pedido extemporâneo do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, para que seja suspenso o inquérito sobre fake news aberto há um ano no Supremo Tribunal Federal (STF) só tem explicação no clima de tensão que dominou o Palácio do Planalto com a operação de ontem da Polícia Federal contra apoiadores do presidente Bolsonaro.
A fala do presidente Bolsonaro hoje de manhã foi impressionante, pois ele não tem meios legais para afirmar que “acabou”, se referindo à ação da PF autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes contra as fake News.
A operação policial no Palácio Laranjeiras, residência oficial dos governadores do Rio, faz parte de um amplo mosaico de combate à corrupção que é bem vindo, mas traz consigo a desconfiança de que a Polícia Federal esteja sendo usada para objetivos políticos depois da mudança de chefia recente.
Ainda estávamos sob o impacto do vídeo, e algumas imagens teimavam em permanecer na memória, uma das quais se impunha: Bolsonaro plagiando Mussolini. “Só um povo armado é forte e livre” — escancarava. — “Povo armado jamais será escravizado. Eu quero todo mundo armado”. Nos dois casos, por “povo” entenda-se milicianos.
É preciso que órgãos institucionais deem um limite forte na atuação de milícias digitais, pois não há democracia que resista a uma violência dessas. O Estado não pode ficar sujeito a este tipo de ação sem tomar providências.
A mais explícita prova da importância do jornalismo profissional para a saúde da cidadania quem forneceu foi o ministro do Meio-Ambiente Ricardo Salles no seu pronunciamento na reunião ministerial cuja integralidade a Nação, embasbacada, pôde ver e ouvir semana passada, no desdobramento do processo aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a denunciada interferência do presidente Bolsonaro na Polícia Federal.