- Seja bem-vindo, Paulo Niemeyer Soares Filho. Esta noite, nesta Casa, é seu dia.
- Hoje, renovamos um ritual. Que nos é muito caro: o de receber mais um Acadêmico.
- Nesta sociedade global da pressa e da velocidade, onde o tempo, de tão solido, se desfaz no instante, não basta estarmos apenas no mundo.
- Como diz Byung-Chul Han, precisamos estar no mundo e em casa. Ao mesmo tempo. Não é por menos que nos denominamos Casa de Machado de Assis.
- Agora, esta Casa também é sua.
- Fui escolhido para, neste ritual, saudá-lo em nome da Casa.
- Como fazê-lo? São muitos os caminhos para um discurso de recepção. É preciso, porém, decidir. Escolher um como ideia central desta homenagem que lhe fazemos.
- Convido, portanto, todos a visitarem comigo o claustro do Convento de São Francisco. Em Salvador, terra de Gilberto Gil, na Bahia. De belíssima capela dourada, deslumbrante azulejaria. Patrimônio do século XVII.
- São trinta e sete painéis nas quatro alas do claustro. Reproduzem, em azul e branco, diversas cenas e dísticos bíblicos. Inspirados em Horácio, poeta e filosofo estoico.
- Um destes painéis diz: “A virtude se revela na ação”.
- Cabe-me, então, revelar suas ações para
encontrar suas virtudes.
- Você já deve ter percebido aonde vamos chegar. Acostumado a abrir os cérebros de seus pacientes, hoje, os papeis se inverterão. Nós é que vamos desvendar seu cérebro. Sua mente. De onde partem suas ações. Sua vida!
= II =
A importância do ritual
- Mas antes, permitam, bem dizer da importância deste ritual.
- Ritual não é rotina. Ao contrário. Saímos do dia a dia. Vestimos nossos fardões. Abrimos o Salão Verde. Cumprimos rito que define nossa própria identidade.
- O ritual se distingue da rotina porque consegue produzir intensidade na permanência. Para continuarmos a sermos quem somos.
- Não é fugaz conjuntura. Não é um evento. Não é vento. Um aparecer de repente. É repetição. Rituais criam comunidade com identidade.
- E vou além. Este ritual celebra, de corpo e alma, a pluralidade de que somos feitos.
- Somos uma Casa de integração, diálogos, múltiplas visões de Brasil, múltiplas profissões, talentos e habilidades.
- Sentaram-se e nos sentamos, lado a lado, nas cadeiras verdes, poetas e cantadores, romancistas, jornalistas, artistas, cineastas, juristas, médicos, políticos, economistas, filósofos, historiadores, filólogos e tantos outros.
- Como você apontou, você é o 24º médico a estar entre nós. Soma-se a Miguel Couto, Oswaldo Cruz, Clementino Fraga, Carlos Chagas Filho, Aloysio de Castro e outros que nos honraram.
- Somos múltiplos. Num Brasil ainda mais múltiplo. Plural em suas sensualidades, sexualidades, homens, mulheres, brancos, pretos, índios e, sobretudo, mestiços. Somos mestiços, sincréticos, e não multiculturais sectários, como nos lembram o Acadêmico Eduardo Giannetti e Miguel Darcy de Oliveira.
- Você, Paulo Niemeyer, é múltiplo também: médico, cientista, educador, empreendedor, líder profissional, comunitário e nacional. “Faz a diferença”. Cidadão pleno.
- Vivemos novos tempos na produção e difusão do pensamento, do conhecimento, do sentimento e do encantamento. Ciência exata e humana de mãos dadas. A intuição guiando a razão. A memória fundamentando o futuro.
- Aqui, na fragmentação profissional e cultural dos Acadêmicos, em nossas diferenças, celebramos a energia vital coletiva para a construção da língua, do conhecimento e do encantamento. Do Brasil. Com, através e além das letras.
- Somos disciplinares. Também, interdisciplinares, multidisciplinares, transdisciplinares e extradisciplinares. Até mesmo a-disciplinares, poderia ter dito Gilberto Freyre. Concomitantemente.
- Vivemos cérebro e mente. Ciências exatas e ciências humanas de mãos dadas. O saber e o fazer.
- Na diferença convergente, construímos nossa permanência no tempo. Em julho, completaremos 125 anos de existência. O Presidente Merval Pereira vai liderar e celebrar justamente isto.
= III =
Homenagem aos profissionais da saúde
- Paulo Niemeyer opera com a sala escura. Proíbe celulares. Impõe silencio absoluto. A única luz que se vê, solitária, é a do seu microscópio. Há muito de simbolismo nesta luz.
- Senhores e senhoras, médicos, médicas, cientistas, enfermeiros e enfermeiras, profissionais da saúde, fisioterapeutas aqui presentes: vocês foram luz da esperança contra a mentira, a chacota, o desprezo, a politização da pandemia da covid-19.
- Parafraseando os Acadêmicos Gilberto Gil e Antônio Carlos Secchin, vocês foram a noite de luar na escuridão pela qual passamos.
- Peço a todos uma salva de palmas de agradecimento.
= IV =
O conceito de decisão
- No dia em que completou 50 anos, cumprindo requisito para entrar na Academia Nacional de Medicina, Paulo escreveu a tese “Experiência com a Cirurgia dos Aneurismas Intracranianos da Fossa Posterior”.
- Sua tese, para surpresa minha, inicia com ninguém mais, ninguém menos, que Marcel Proust em “A Busca do Tempo Perdido”: “É o faro (em
francês, le flair) que ocasiona tanto a decisão do grande general como do grande médico”. Faro enquanto intuição.
- Pergunto: quais decisões fazem de um médico, um grande médico? De onde vêm? Em que se fundamentam? Que valores respeitam? Que fins almejam?
- Este é meu tema central. Meu fio condutor. Quais os fatores que fazem, de uma decisão, uma grande decisão? Você é o personagem central.
- Ao tentar desvendar seu cérebro, Paulo, precisamos antes estar de acordo sobre o que é uma decisão. Como a que tomei quando os levei há pouco ao Claustro de São Francisco.
- Ao contrário do senso comum, não se trata apenas do exercício de uma preferência. Trata-se também do exercício de uma não preferência. Opta-se por um caminho ao mesmo tempo em que abandonamos todos os demais.
- Decisão é inclusão e exclusão ao mesmo tempo. Movimento. Do contrário, temos paralisia.
- Um neurocirurgião tem que agir. Não se paralisar. No momento exato, é preciso antecipar as consequências da alterativas escolhida. E estimar as consequências das alternativas não escolhidas.
- Como é possível, por exemplo, avançar numa cirurgia de aneurisma, quando, após horas de manipulação cerebral, o obstáculo, o aneurisma, não é encontrado? Aumentando o risco de sequelas. É melhor prosseguir ou recuar?
- Assumir o risco ou se frustrar?
- Quantas vezes Paulo Niemeyer já enfrentou esse problema? Recuou um passo para marchar todos em frente? E manter a energia vital.
- Por analogia, quantas vezes João Cabral de Melo Neto teve o mesmo problema? Colocar mais uma palavra, uma estrofe, retirar outras para fazer de “Morte e Vida Severina” uma grande poesia?
- Como escolher caminhos para que um órgão não falhe ao outro? Que um fluxo não se rompa e interrompa. Sejam sincrônicos. É uma grande decisão. Vital.
= V =
Os cinco pressupostos das grandes decisões na vida de Paulo Niemeyer
=1=
Formação
- E quais os pressupostos da grande decisão? Muitos. Na sua história, ressalto cinco.
- O primeiro é a excelente formação. Nacional e internacional. Teórica e prática.
- Formou-se na Faculdade de Medicina da UFRJ. Ganhou o mundo. Viu Oropa, França e Bahia, como dizemos lá no Nordeste. Logo estagiário na Santa Casa de Misericórdia, depois médico e chefe de setor de neurologia. Estagiário, médico e chefe da Beneficência Portuguesa.
- Foi à Universidade de Londres, ao Canadá, Pittsburg. Escreveu mais de 60 artigos ou capítulos de livros. Escreveu um delicioso, educativo e cativante livro de linguagem clara: “No labirinto do cérebro”.
- Professor titular, vice-diretor e diretor da Escola Médica de Pós-Graduação da nossa PUC- Rio. Pioneirismo no conceito de residência médica como especialização.
- Formação decorrente de seu pioneirismo com pesquisas de impacto nacional e internacional. Como com o Sheba Medical Center, de Israel, com instituições da Áustria, Alemanha e Argentina na busca de uma medicina de precisão para tratar tumores cerebrais.
- Participou da implementação de técnica de edição gênica ganhadora do Prêmio Nobel de Química de 2020 para o mapeamento de genes importantes para tratamento de tumores cerebrais graves.
- Cirurgias que hoje retiram órgãos, tecidos e estruturas se transformarão, amanhã, em mero ressequenciamento genético. Mais eficiência, sem sacrifício ao paciente.
=2=
Serenidade
- O segundo pressuposto é a serenidade. Inclusive para dizer não. Mesmo quando inicialmente preferiu o sim.
- “Toda noite, lá em casa, antes de uma cirurgia, tenho que rever o caso. Mando trazer todos os exames. Analiso. Estudo. Testo se a decisão está correta. Defino os caminhos. Avalio a oportunidade ou não da cirurgia.”
- Muita vez, cancela. É cedo demais. Ou tem dúvidas. Paulo Niemeyer, calmamente, cede à prudência e à serenidade. Na profissão e na vida.
- Ângela Merkel, líder do mundo, costumava dizer que “há força na calma”. Serenidade é a sabedoria da calma, acrescento.
- “A única coisa que me relaxa é a leitura. Nas ‘tardes de domingo’, me deito no sofá da biblioteca e não saio mais. Fecho as portas e desapareço. Quando saio, parece que dormi três dias seguidos.”
=3=
Confiança
- Ao lado da formação de excelência e da serenidade, a mútua confiança entre médico e paciente é o terceiro pressuposto da grande decisão.
- Como você mesmo diz: “Entre a doença e o paciente, fico com o paciente”.
- A mútua esperança é a base da mútua confiança. Retirar a esperança do doente é desistir. Morrer por antecipação. A esperança move montanhas.
- Segundo você, “a vida do paciente pode ser salva por uma manobra arriscada, mas decisiva, que só será feita se o cirurgião sentir que tem o apoio e confiança irrestrita do paciente e de sua família.”
- Em seu gabinete, tem uma foto de Pierre Verger de um grupo de pescadores, na beira-mar, puxando uma rede do mar com vigor baiano. Todos na mesma direção. Simboliza a rede do esforço pela mútua confiança.
- Conto-lhes uma história.
- O casal foi ao consultório de Paulo para avaliação do tratamento que o marido recebera. Estava tudo bem com ele. Na despedida, a esposa chamou-lhe a atenção. Algo no seu olhar. Quis examinar. Estranho. Quase um susto. Quem
necessitava de tratamento era ela, a esposa, acompanhante, e não ele, o marido, paciente.
- Diagnóstico feito, operada, curada e passa bem. E muito bem. Em Nova Iorque.
66.O consultório, como lócus da confiança e esperança, é quase sempre maior do que a consulta.
- O pressuposto da escolha profissional – ser médico – é a solidariedade com a dor do outro.
- Mas existe uma espécie de paradoxo. Esta solidariedade é, muita vez, feita de solidão.
- Como a Acadêmica Fernanda Montenegro, no seu discurso de posse, nos ensinou: interpretar “é um ofício de absoluta solidão em que ‘o outro’ é fundamental”. Este outro são os demais atores da realização cênica. Mas é também, e sobretudo, o público. A solidão
para com o público é a solidariedade para com o público.
- Assim como, por analogia, existe a solidão do escritor, do escrever. Nélida Piñon, por exemplo, precisou ir a Portugal para encontrar a solidão do escrever. Mas voltou acompanhada de Sagres. O leitor é a companhia na solidão do escritor.
- Com microscópio, na sala de operação, o neurocirurgião é também solitário.
=4=
Exemplo paterno
- Além da excelência da (i) formação; (ii) da serenidade e (iii) da mútua esperança, quais os outros pressupostos da virtude de Paulo? O exemplo que teve em casa. Com seu pai.
- Conto-lhes outra história.
- A “Descompressão Neurovascular Microcirúrgica” como “Opção no Tratamento da Nevralgia Essencial do Trigêmeo” foi o tema de sua tese de doutoramento na USP. Aprovada com nota máxima. Era membro da Banca Examinadora o neurologista Fernando Pompeu.
- Coincidentemente, Dr. Pompeu tinha dores insuportáveis por causa da nevralgia. Mas hesitava em se operar. A consistência de sua tese deu-lhe segurança. Operou-se. Foi curado.
- Durante a cirurgia de Dr. Pompeu, Paulo Niemeyer, com apenas 31 anos, sentiu o peso da responsabilidade. Convidou, então, seu pai para assistir à operação.
- Na sala, com o paciente anestesiado, encontrou-se diante de situação atípica. Perguntou ao pai o que deveria fazer. Que lhe respondeu. “O paciente é seu. Faça o que acha que deve fazer.” Fez. Deu certo.
- Foi a homenagem maior de seu pai a você. Um segundo diploma.
- O problema é que, para a medicina baseada em evidências – “Só acredito no que vejo”, você diz – não se pode prescindir dos objetos palpáveis, físicos, reais, evidentes.
- Mas como ver se, em 1970, na sua Faculdade de Medicina, não havia peças suficientes? Como adquirir o saber de experiência feito, da inteligência das mãos, sem poder praticá-lo com os próprios órgãos?
- “Numas férias de verão, no final do terceiro ano, conheci um funcionário do Instituto Médico Legal que fornecia peças para o estudo de anatomia [...] não poderia ser cirurgião sem conhecer a anatomia cerebral.”
- “Aos sábados, eu subia e descia as escadas daquele prédio malcheiroso, carregando uma caixa de isopor para o transporte dos cérebros. Se me parassem para uma blitz certamente me tomariam por louco. Sentia-me como um personagem do inesquecível Henfil, o Tamanduá, que aspirava o cérebro de seus adversários pelo
olho. Levava os cérebros para a garagem de minha casa, onde os dissecava.”
- “Foi um verão solitário, porém proveitoso.”
=5=
Humanismo
- O humanismo em favor do coletivo é a quinta e não menos importante de suas virtudes.
- Por ele, a técnica, a ciência e a racionalidade estão subordinadas aos valores do empiricamente humano. Seu humanismo é amplo. Pleno de responsabilidade social.
- Humanismo solidário para com a saúde do publico, além de seus pacientes privados. Com a saúde dos brasileiros mais necessitados.
- Solidário para com o Brasil profundo. E isto é virtude que muito lhe distingue.
- Desde sua dedicação voluntaria, ainda estudante, à Santa Casa de Misericórdia e à Beneficência Portuguesa. Até hoje com Instituto do Câncer, criado pelo grande oncologista Marcos Moraes, líder pelo silêncio.
- Você responde com sua permanente campanha de saúde publica para incluir o cérebro nas áreas que mereceriam um check up anual. Afinal, como você bem pergunta: “Por que o check up tem que ser apenas do pescoço para baixo?”
- Como hipocondríaco que sou, não posso deixar passar a oportunidade. Peço logo aos meus competentes doutores Enio Duarte e Raul Cutait, que adiram a esta campanha.
- Mas atenção. Incluam a ressonância magnética apenas de meu cérebro. De minha cabeça, não.
- Contra o egoísmo social, você responde com a idealização, criação e liderança no Instituto Estadual do Cérebro, especializado em cirurgias
complexas para os mais necessitados. Centro de excelência de importância mundial.
- O Instituto faz mais de 1000 neurocirurgias por ano. Só atende pacientes do SUS. Faz parte do esforço da universalização, verticalização e excelência da medicina.
- Segundo você, o SUS “foi o que mais de importante se fez neste país. Nunca houve um movimento de inclusão social tão grande no mundo como o que resultou da criação do SUS”.
- E mais. Esta parceria, para você, é fonte de felicidade: “Para mim o Instituto do Cérebro parece uma Disneylandia!”
- Ocorre que vivemos tempos em que valores se invertem e instituições se desfiguram. Tempos de crescente egoísmo.
- Afronta maior ocorreu ainda há pouco. Foi o veto presidencial ao altruísmo social praticado e simbolizado pela médica psiquiatra
Drª. Nise da Silveira, aclamada pelo Congresso Nacional, para ser inscrita no Livro de Heróis e Heroínas do Panteão da Pátria. Revolucionou o tratamento terapêutico na psiquiatria. Revelou virtuosos artistas, cuja vocação se liberou com sua inovação.
- O acervo do Museu do Inconsciente é tombado como Patrimônio Nacional pelo IPHAN. Os arquivos de Nise da Silveira foram incorporados ao Programa Memória do Mundo da UNESCO.
- Nossos grandes médicos, especialmente após seu heroísmo pós-pandemia, não merecem vetos arbitrários. Ela será, como propõe Nélida Piñon, heroína e patrimônio nosso. É o suficiente.
- Saúde, cultura, ciência e educação não devem estar a mercê do discurso antidemocrático e irrefletido dos cortes do déficit público. Que minguam nossos orçamentos e desvalorizam nossos profissionais.
- Dizem que somos indispensáveis ao desenvolvimento econômico. Mas agem como se fôssemos desperdício.
- Saúde, cultura, ciência e educação não são desperdícios orçamentários, não.
- Não se trata de ser contra ou a favor do controle fiscal. Trata-se de escolher com base em que urgências, valores e fins se corta esta ou aquela despesa.
- A decisão é sobre a qualidade democrática da alocação de escassos recursos.
- É infraestrutura do Estado democrático de direito que aqui está em jogo. Da liberdade e da igualdade.
- Cacá Diegues, na excelente série sobre Nara Leão, nos lembrou que os ideais do Cinema Novo eram apenas três: mudar o cinema, mudar o Brasil e mudar o mundo. Estamos indo em direção contrária a esta saudável ambição.
- Estamos sem projeto democrático, minimamente solidário do Brasil para com o Brasil. Um Brasil a longo prazo.
- É na luz do humanismo de Dr. Paulo Niemeyer, dos heróis profissionais da saúde, aqui presentes, e de todos que trabalham a favor de uma visão de Brasil onde mora a esperança da guia por dias melhores.
= VI =
Encerramento
- Encerro, Dr. Paulo.
- As virtudes de seu cérebro são: (i) a sólida formação, (ii) a serenidade, (iii) a esperança de mãos dadas com o paciente, (iv) o bom exemplo profissional e (v) o humanismo a favor do Brasil dos mais necessitados.
- São virtudes caras a esta nossa comunidade também. Presentes em nossos rituais. Nesta Casa.
- Infelizmente, senhores e senhoras, não posso mais prosseguir. Encontrei um obstáculo. Previsível, mas difícil de ultrapassar. Não posso ir mais adiante.
- Tenho que terminar. Estou diante de uma só via de acesso ao funcionamento do cérebro de Dr. Paulo Niemeyer Soares Filho. Esta via está ocupada. Bloqueada. Interditada.
- Tem dona de corpo e alma. Chama-se Maria Isabel Feijó Bittencourt Niemeyer. Bebel. Um rio que passou em sua vida e seu coração se deixou levar.
- Vocês dois, ao se encontrarem, se fizeram espelhos. Em looping permanente. Juntos com Paulinho, Bel, Maria, Bebelzinha, Patrícia e Rafael.
- Sejam todos bem-vindos.
- És agora imortal no sentido de Rosiska Darcy de Oliveira: imortal é o desejo de ser e fazer feliz. Como Gonzaguinha cantou: “viver e não ter a vergonha de ser feliz”.
- Como feliz é este ritual de boas-vindas ao
Acadêmico Paulo Niemeyer Soares Filho.
- Muito obrigado.