Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Acadêmicos > Paulo Niemeyer Filho > Paulo Niemeyer Filho

Discurso de posse

Exmo.  Sr.  Merval Pereira, meu querido amigo e Presidente da ABL

 

Exmo. Sr. Luiz Fux, Presidente do Supremo tribunal Federal

 

Exmo. Sr. Luis Roberto Barroso, Ministro do Supremo Tribunal Federal

 

Exmo. Sr. Deputado Christino Áureo, representando a câmara dos Deputados

 

Exmo. Sr. Celso Lafer, segundo-secretário da academia

 

Exmo. Sr. Francisco Sampaio, presidente da academia Nacional de Medicina

 

 

Demais membros da diretoria e autoridades presentes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Senhoras e senhores

 

É com muito orgulhoso que ingresso nesta casa. Uma grande honra, um privilégio que distinguiu apenas 261 brasileiros, em seus 124 anos de existência.

 

Muito obrigado.

 

 

 Serei o primeiro médico a assumir a cadeira de número 12, que foi ocupada por intelectuais de diversas áreas: escritores, jornalistas, poetas, homens públicos, representante do clero e da vida acadêmica. Todos a abrilhantaram.

 

 

Os médicos sempre estiveram presentes na Academia Brasileira de letras. Alguns foram escolhidos como patronos, na sua fundação, e já na primeira turma de membros titulares encontrava-se o Doutor José Alexandre Teixeira de Melo.

 

Desde então, outros 23 médicos foram eleitos, tanto por suas contribuições científicas, como Simão Bacamarte, que chegado da Europa tornou-se imortal pelas letras de Machado de Assis, como Guimarães Rosa, imortal pelo talento literário. Este, apesar de ter abandonado a medicina muito cedo, pontuou sua obra com o conhecimento adquirido.

 

 

Diadorim, sua marcante personagem de “Grande Sertão: Veredas”, teria nascido em Lassance, o mesmo povoado onde Carlos Chagas descreveu a doença que leva o seu nome.

 

 Em sua obra-prima, Guimarães Rosa discorre sobre episódios de viroses e doenças infecto-parasitárias, e a Doutora Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, que muito me honra com sua presença aqui esta noite, ressaltou, em um artigo sobre o autor, que o grande mestre encontrou um fator positivo numa doença tão grave quanto a malária: o delírio de Riobaldo causado pela febre, que segundo o personagem, era “bom para pensar”.  

 

Assim relata: “Nessas horas da noite, em que eu estava acordado, minha cabeça estava cheia de ideias. Eu pensava, como pensava, como o quem-quem remexe no esterco das vacas”.

 

As reflexões de Riobaldo mudaram sua trajetória: tornou-se chefe do bando e assumiu seu amor por Diadorim.

 

 

Outros grandes homens da medicina, que foram membros desta academia, também obtiveram reconhecimento público e hoje são nomes de Hospitais e Institutos. Como Fundação Oswaldo Cruz, Maternidade Fernando Magalhães, Hospital Miguel Couto, Pavilhão Aloysio de Castro, Instituto de Neurologia Deolindo Couto, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho.

 

Ivo Pitanguy foi o último médico a ocupar uma cadeira nesta casa. Abençoado com uma mente brilhante, foi criador de especialidade médica de grande impacto social, que corrige deformidades físicas e restaura a autoestima.

 

Tive o privilégio de conviver com Pitanguy em minha vida pessoal e na Santa Casa, onde ele mantinha uma enfermaria que era referência para os pacientes carentes que necessitavam de reparação estética. Foi um cirurgião primoroso, admirado mundialmente, uma pessoa amável e querida. Saudades do meu amigo.

 

As ciências exatas e as humanas são atividades culturais paralelas em seu aprendizado e evolução, mas igualmente importantes no desenvolvimento da civilização. Apesar de ambas demandarem grande talento e intensa leitura, por muito tempo apenas os literatos mereceram o reconhecimento intelectual.

 

Em maio de 1959, o físico, pesquisador, novelista e político britânico, Charles Percy Snow , proferiu uma famosa palestra sobre este assunto, na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e a intitulou “As Duas Culturas”, referindo-se às Ciências Exatas e às Ciências Humanas.

 

 Snow enfatizou a falta de interação de indivíduos altamente qualificados, em ambas as áreas, mas incapazes de transporem o abismo da incompreensão mútua.

 

Snow, como cientista, lançou um desafio a seus amigos literatos, perguntando quantos seriam capazes de descrever a segunda Lei da Termodinâmica. Nenhum se manifestou. Snow comparou esta pergunta à: “Você já leu alguma peça de Shakespeare?”

 

 

Para dizer a verdade, eu também desconheço a segunda Lei da termodinâmica, mas por influência de Joaquim Nabuco, a Academia Brasileira de Letras passou ao largo dessa discussão acolhendo, ao longo dos anos, personalidades das várias áreas culturais, o que a fez moderna, vigorosa e representativa.

 

A literatura em primeiro lugar, naturalmente, não fosse esta a casa de Machado de Assis, mas também sempre bem-vindas a arte de Fernanda Montenegro, a poesia musical de Gilberto Gil, a erudição jurídica de José Paulo Cavalcanti e a filosofia de Eduardo Gianetti.

 

 

Senhoras e senhores,

 

Coube a mim, prorrogar a presença da ciência nesta casa, justamente quando o mundo científico sai vitorioso no combate ao Corona vírus.

 

O Covid-19 levou amigos e parentes, e a ABL não ficou imune: Viu-se atingida com a perda de um de seus membros mais ilustres, o professor e acadêmico Alfredo Bosi, que não resistiu ao vírus.

 

 Enlutada, a academia abre hoje suas portas para um médico que trabalha pela vida e que é fervorosamente a favor das pesquisas científicas, das vacinas e das artes.

 

A academia sempre se posicionou em defesa de valores civilizatórios.

No início do século XX, o grande sanitarista Oswaldo Cruz comandou, no Rio de Janeiro, a campanha contra a peste, a febre amarela e o sarampo, e teve que enfrentar uma reação popular que ficou conhecida como a Revolta da Vacina.

 O movimento foi tão politizado como o de agora, e quase resultou na queda do governo do presidente Rodrigues Alves.

 

 A razão estava com Oswaldo Cruz, que se imortalizou duplamente: pela vitória sanitária, eliminando o flagelo que corroía a nação, e pelo reconhecimento desta Academia, que o elegeu para a cadeira de número 5.

 Oswaldo Cruz foi dos maiores heróis brasileiros!

 

Senhoras e senhores

 

Iniciei minha carreira médica aos 17 anos, quando ingressei na então Faculdade Nacional de Medicina, na Praia Vermelha, hoje, a nossa UFRJ, Universidade Federal do RJ, muito bem representada aqui, nesta noite, por sua magnífica reitora, Dra Denise Pires de Carvalho.

 

Passei a frequentar a Santa Casa da Misericórdia ainda estudante, numa época em que o mundo passava por grandes transformações tecnológicas e comportamentais, que tive o privilégio de assistir.

 

Beatles, minissaia, pílula anticoncepcional, tomografia computadorizada, as primeiras UTIs e vários outros progressos, que hoje parecem que sempre existiram.

 

A Santa Casa do Rio, outrora meca da medicina brasileira, com a tradição de seus quatrocentos anos de existência, havia se tornado um templo do passado.

 

Seu hospital geral não conseguia acompanhar o progresso, e os atendimentos ainda eram por caridade.

 Um retrato social do país.

 

Na Santa Casa, tive o privilégio de conviver com a elite médica da época,

entretanto, o que marcou minha carreira foi conhecer a fragilidade dos que ocupavam seus leitos:

a pobreza, a ignorância, a desesperança, o abandono, a solidão.

 

Os brasileiros ali recebidos, eram chamados de indigentes, palavra de origem latina que significa: desprotegidos, desprovidos, carentes, incapazes de suprir suas próprias necessidades.

 Não tinham emprego formal, e por isso não tinham direito a assistência social. Eram atendidos por misericórdia e retribuíam seus tratamentos com a gratidão e o “Deus lhe pague”.

 

 A relação médico-paciente era de apadrinhamento. Estes sentiam-se amparados por estarem internados na enfermaria do professor tal ou qual. Havia sempre o nome de um grande médico estampado na porta.

 

 

 

Lá fora o país crescia, se industrializava e surgia uma forte classe operária. A medicina acompanhava o progresso, tornava-se cara, dependente da tecnologia.

Não havia mais lugar para o paternalismo, e nem para hospitais de indigentes. Estava claro que a saúde era um direito de todos e uma obrigação do Estado.

Baseada neste lema, a Constituinte de 1988 criou o Sistema Único de Saúde, o SUS, fator transformador da sociedade brasileira e talvez a maior e mais importante medida de inclusão social do mundo.

 

Acabaram-se os favores, a misericórdia, a caridade.

As instituições filantrópicas que não se adequaram à nova ordem, viram seus hospitais fecharem as portas.

 

Ainda hoje, quando me perguntam o que de mais importante aprendi com meu pai, respondo que foi a preocupação social que o acompanhava, e que eu só entendi quando entrei na Santa Casa.

 

 

 

Por 30 anos dirigi duas enfermarias na Santa Casa e, atualmente, sou diretor médico do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, uma justa homenagem a meu pai por seu pioneirismo, liderança e transformação da neurocirurgia brasileira.

 

 O Instituto Estadual do Cérebro é o único no Brasil, em sua atividade; é também moderno, pujante, eficiente e exclusivo para os pacientes do SUS, ou seja, para todos os brasileiros, sem distinção.

 

A criação do SUS mostra que decisões acertadas podem mudar o Brasil, um país em que tudo pode dar.

 E que já deu muita coisa que não soubemos manter.

Já tivemos uma Cidade Maravilhosa e já fomos um Gigante Adormecido.

 

Há poucos anos, num momento de otimismo, ficamos orgulhosos de ver a estátua do Cristo Redentor, nosso símbolo maior, levantando voo, como um foguete, na capa de revistas internacionais. Era o Brasil que decolava.

Mas o voo foi curto. Infelizmente, os malfeitos o fizeram cair de bico.

 

Veio, a seguir, o radicalismo, a intolerância, a pandemia, um mundo estranho que entrou por nossas portas, complacente com a corrupção, combatendo a cultura, a educação, a democracia e as pesquisas científicas, muitas paralisadas por cortes de verbas.

 

 Num mundo cada vez mais competitivo, o boicote à ciência mostra como planejamos bem o fracasso do nosso futuro.

 

À primeira vista, nosso país parece um caso médico sem solução. Extirpa-se o mal, mas ele retorna com outra forma.

 

Lembra-me a história do paciente que atribuía seus males à uma serpente que teria se instalado em seu ventre.

 

Um grupo de estudantes de medicina se reuniu e simulou a retirada do réptil. O paciente, entretanto, ao ver a cobra dentro de um vidro de formol, exclamou que se tratava de uma fêmea e que ele deveria estar cheio de ovos.

 

 Enfim, um caso incurável, elas renasceriam fatalmente.

 

O Brasil também parece estar cheio de ovos.

 

Como cirurgião, entretanto, posso afirmar que a nossa doença é tratável, e que o remédio está em nossas mãos.

 

Senhoras e senhores

 

Esta academia tem o dom de imortalizar seus membros ao revivê-los em seus encontros

 

 

Assim, relembro meus pares da cadeira número 12.

 

O patrono foi o teatrólogo carioca França Junior, que com suas comédias criticava e satirizava a sociedade da época.

 

Em sua peça mais famosa, O Barão da Cutia, França descreve com humor o esforço de uma senhora em casar sua jovem e linda filha com um rico senhor, Barão, viúvo, porém bronco e caipira, que chegara do interior.

A moça, entretanto, amava um rapaz cheio de qualidades, recém diplomado em medicina, mas sem patrimônio.

O tema não é original, mas a história é divertida, e eu, lendo a peça, naturalmente torci pelo colega.

 

Quando tudo parecia perdido, meu herói recebe uma inesperada e milionária herança e conquista assim o reconhecimento, a admiração e a preferência da futura sogra.

 

 

O primeiro membro titular a ocupar esta cadeira foi o baiano Urbano Duarte, grande cronista humorístico na imprensa e no teatro.

Colaborando com vários jornais da época, Urbano analisava e criticava os costumes e tipos da sociedade fluminense.

 

Escreveu várias obras, e, em 1895, sob o pseudônimo de J. Guerra, publicou um livro de crônicas intitulado “Humorismos”. Numa dessas crônicas, chamada “Os faquistas da rua do ouvidor”, comentou:

 

“O fluminense padece de um achaque crônico e de um sestro maníaco.

O achaque é censurar o governo, o sestro é dizer mal da rua do ouvidor.

Mas em compensação, possui duas excelentes qualidades: pedir favores ao governo e passear pela rua do ouvidor.

Eu, que sou provinciano, diz ele, confesso que considero a rua do Ouvidor a obra prima do Rio de Janeiro.”

 

 

 

Urbano segue analisando as demais ruas da cidade, e por fim declara sua preferência e conclui com ironia:

“mas nada como a rua do Ouvidor... Prefiro-a às suas ilustres coirmãs, como se diz nas sessões solenes da Sociedade Literária Recreativa Beneficente Musical de Auxílios Mútuos Prazer das Famílias de São José de Além-Paraíba.”

 

Sucedeu-o o poeta, escritor, juiz e político mineiro, Augusto de Lima, que foi governador de Minas, quando, em 1891, decidiu a transferência da capital do Estado de Ouro Preto para Belo Horizonte.

Eleito para a ABL, em 1903, presidiu esta academia. Foi deputado federal durante 20 anos, e como curiosidade, foi responsável pela redação do projeto de declaração de guerra do Brasil à Alemanha, na Primeira Guerra Mundial.

 

Augusto de Lima, poeta com forte vertente panteísta, em um de seus artigos se refere a nossa efemeridade: “Mais um ano que passa... Não: nós é que passamos mais uma etapa no tempo. Este é imutável: nunca foi novo e nunca será velho”, e mais adiante- “sim, transitórios somos nós, astros, rochas, flora, fauna, espécie humana. Tudo passa, menos o tempo e o espaço.”

Augusto de Lima não passou, pois ele está aqui conosco.

 

 

Sucedeu-o o jornalista carioca Victor Viana, que foi eleito membro desta casa em 1935, em pleno período de exceção do governo Vargas. Em seu discurso de posse destacou o jornalismo como gênero literário e ressaltou:

 

“Jornalismo e literatura exercem a mesma ação necessária, e neste momento grave da História têm o dever de cooperar na defesa da liberdade de pensamento”.

 

 E complementou:

 

 ” Não há povo que resista a desagregação do espírito público. Para criar e conservar esse espírito é preciso a contribuição de todos os intelectuais. Qualquer afrouxamento, qualquer dúvida nessa atitude caímos naquele erro que é a “trahison des clercs”. (Aqui ele se refere a Traição dos clérigos, obra do filósofo francês Julien Brenda, que pregava que o intelectual não podia ter compromisso com posições políticas ou religiosas, e que tinha o dever de descer à praça pública para a defesa intransigente e exclusiva dos valores eternos e universais da verdade, justiça e liberdade, sempre que ameaçados.)

 

A seguir, tivemos o destacado diplomata paulista, José Carlos de Macedo Soares, que já foi chamado de Chanceler da Paz por ter intermediado conflitos nacionais e internacionais, além de ter sido ministro de diferentes pastas dos governos Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Nereu Ramos.

 

 Em seguida, tivemos um poeta, tradutor e educador, o mineiro Abgar Renault.

 

Veio, então, o também mineiro, Dom Lucas Moreira Neves, dominicano erudito, que foi arcebispo de Salvador e primaz do Brasil.

 

Por fim, devo acrescentar ao grupo o sétimo ocupante dessa Cadeira, um brilhante intelectual, humanista, escritor, crítico literário, historiador e professor universitário, o paulista Alfredo Bosi .

 

 

Senhoras e senhores,

 

Nunca imaginei ter a honra de ocupar uma Cadeira da ABL,

 e muito menos a que pertenceu ao admirável acadêmico Alfredo Bosi, por quem sempre tive grande respeito e admiração.

Autor de uma obra literária consagrada, Bosi distinguiu-se ainda pelo ativismo em defesa dos valores humanos e democráticos, num período em que só os fortes ousariam.

Por muitos anos, presidiu a Comissão de Ética da USP, foi membro da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, Presidente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos “D. Paulo Evaristo Arns” e membro do Secretariado Nacional de Justiça e Não-Violência.

 

 Cristão, ligado à corrente progressista do catolicismo, Bosi lutou por um mundo mais justo, e parecia falar de si próprio quando disse ter convicção “de que o caráter de um homem é a somatória de todos seus atos.”

 

 

 

Descendente de imigrantes italianos, Bosi formou-se em Letras, na USP, onde fez toda sua carreira universitária, como professor de literatura brasileira, italiana e filologia românica e, mais importante, foi onde conheceu e se casou com a escritora e professora de psicologia, Ecléa Bosi, com quem teve dois filhos.

 

 Bosi foi sempre ligado aos grupos católicos, e teve uma rica formação acadêmica e filosófica, marcada inicialmente pelo liberalismo idealista de Benedetto Croce.

 

Para se aperfeiçoar no estudo da literatura italiana, Bosi passou um ano na Faculdade de Letras da Universidade de Florença, onde, além das disciplinas curriculares, tomou conhecimento das ideias marxistas de Antônio Gramsci. Essas novas experiências marcaram sua trajetória pessoal e literária, e, segundo ele, “abriram minha cabeça”.

 

Bosi ocupou todas as posições universitárias na USP, onde foi homenageado com o título de professor emérito, e na fundação Maison des Sciences de l’Homme, em Paris, foi titular da Cátedra Brasileira de Ciências Sociais Sérgio Buarque de Holanda.  

 

Ele foi incansável. Seriam necessárias algumas sessões como esta para que eu pudesse ser justo com sua memória.

 

Participou de inúmeros conselhos, júris, comissões, recebeu os mais importantes prêmios literários, como Casa Grande e Senzala, Jabuti, por duas vezes, e ainda a Ordem do mérito Cultural.

 

Suas obras tornaram-se referencias, como a “História concisa da literatura brasileira”, reproduzida em mais de 50 edições.

 

 Em um ensaio apresentado para livre-docência, intitulado “Mito e Poesia em Leopardi”, Bosi relata um trecho em que o poeta fala da sobrevivência de uma flor silvestre, a giesta, que não sucumbe mesmo depois de soterrada pelas lavas do Vesúvio, em cujas encostas cresce e rebrota há séculos.

 

Assim também é a obra e a vida de Alfredo Bosi, marcadas pela mesma resistência e beleza que encontramos nas pétalas amarelo-ouro da flor giesta.

 

 

Senhoras e senhores,

 

Quando o eminente acadêmico Miguel Couto tomou posse nesta casa, ressaltou em seu discurso:

 

 “Como médico me apresentei aos vossos sufrágios, ao médico os concedestes, e é só o médico que tendes em vossa presença.  Retirai-me os atributos da medicina e nada mais me resta.”

 

É assim que também me vejo diante de vocês e é desta maneira que espero contribuir para a grandeza da ABL.

 

 

FINAL

 

Encerro dedicando esta noite a meus pais, pelo exemplo que tive e por me fazerem acreditar nos sonhos que deram sentido a minha vida.

 

Abraço a todos aqui presentes, e com muito carinho à Marisa Niemeyer, viúva do meu pai, sua companheira por mais de 40 anos.

 

Agradeço de coração aos queridos amigos que viabilizaram com suas parcerias projetos sociais que idealizei e que salvaram inúmeras vidas:

 

Júlio Bozano, José Isaac Peres, Jonas Barcelos, Eike Batista, Carlos Alberto Ribeiro, Aldo Floris, Luiz Alfredo Taunay, Fundação Vale, Fundação Roberto Marinho, e tantos outros.

 

Minha gratidão

 

 

Quero ainda enaltecer a dedicação da minha querida Bebel, amor e parceira de minha vida, que divide comigo os méritos deste fardão.

 

E beijar meus filhos amados, Bel, Paulinho, Maria, Bebelzinha, Patrícia e Rafael,

 

 

Muito obrigado