Terceiro ocupante da Cadeira 1, eleito em 7 de agosto de 1958, na sucessão de Afonso d`’Escragnolle Taunay e recebido pelo Acadêmico Rodrigo Octavio Filho em 12 de novembro de 1958. Recebeu os Acadêmicos Hermes Lima, Aurélio de Lyra Tavares e Paulo Carneiro.
Ivan Lins (I. Monteiro de Barros L.), jornalista, professor, pensador, ensaísta e conferencista, nasceu em Belo Horizonte, MG, em 16 de abril de 1904, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de junho de 1975. Candidatou-se, pela primeira vez, à Academia Brasileira de Letras em 1943, na vaga de Xavier Marques, concorrendo com Wanderley de Pinho e Menotti del Picchia, que foi o eleito. Pela segunda vez candidato, foi eleito, em 7 de agosto de 1958, na vaga de Afonso d’Escragnolle Taunay.
Era filho de Edmundo Pereira Lins, então desembargador da Relação de Minas, e de D. Maria Leonor Monteiro de Barros Lins. Na capital mineira, estudou no Colégio Anglo-Americano e no Colégio Arnaldo, estudou com seu pai português e latim,o que despertou o seu gosto pelos clássicos latinos.
Com a nomeação de seu pai como ministro do Supremo Tribunal Federal, transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro, matriculando-se no Ateneu Bôscoli, onde fez os estudos secundários. Por essa época descobriu o Positivismo através do livro de Teixeira Mendes Esboço biográfico de Benjamin Constant, aderindo à doutrina de Comte e iniciou o estudo metódico do Positivismo. Em 1925 ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, formando-se em 30. Com um longo artigo sobre "Francia e o Positivismo", publicado no Jornal do Commercio em 12 de agosto de 1928, iniciou sua atividade de difusão das ideias positivistas no Brasil. O Positivismo, para ele, é sobretudo um método de sistematização dos conhecimentos científicos, filosóficos e sociais, fornecendo as bases para o estabelecimento de uma moral científica.
Em 1932 foi nomeado Secretário da Estação Experimental de Combustíveis e Minérios, mais tarde Instituto de Tecnologia, do Ministério da Agricultura. Fez na Associação Brasileira de Educação um ciclo de conferências que depois ele reuniu no livro Introdução ao estudo da filosofia. Fez inúmeras conferências, inclusive na Academia Brasileira de Letras, sendo publicadas em livros. Colaborou em vários jornais e revistas: Jornal do Commercio, O Jornal, Correio da Manhã, Diário Carioca, do Rio; Correio Paulista, Folha da Manhã, Digesto Econômico, Revista Brasileira de Filosofia, Revista de História, de São Paulo; Correio do Povo de Porto Alegre; A Tarde de Salvador e Revista Filosófica, de Coimbra.
Em 1937, lecionou História da Filosofia na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil. Em 40, integrou a Missão Cultural Brasileira ao Uruguai, onde pronunciou três conferências. Em 42, foi nomeado, pelo presidente Getúlio Vargas, ministro do Tribunal do Contas do então Distrito Federal, do qual será eleito vice-presidente (1950), presidente (1951 a 1953) e novamente vice-presidente (1953 a 1955). Aposentou-se em 1974, despedindo-se do Tribunal de Contas da União em sessão solene em sua homenagem. Passou a dedicar-se ao preparo de suas Memórias, que ficaram inacabadas. Faleceu aos 71 anos aquele que, nas palavras de Barbosa Lima Sobrinho, "soube fazer de sua vida um apostolado, pela nobreza de seus atos, pela generosidade de suas inspirações".
Deixou uma extensa obra no campo da história das ideias com ensaios à luz do positivismo. Sua obra mais importante é a “História do Positivismo no Brasil”.