ABL alimenta sonhos com doação de livros
Publicada em 08/11/2006 (atualizada em 09/11/2006)
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RIO DE JANEIRO - Embora o presidente da República tenha dois meses para escolher sua nova equipe (se é que vai mesmo mudar ministros), está aberta a temporada de caça aos ministérios, estatais e cargos de escalões superiores. Numa hora dessas, é obrigatória a leitura de dois capítulos de "Memórias Póstumas de Brás Cubas". O primeiro deles é "De como não fui ministro d'Estado". Consta de cinco linhas de reticências, dando a entender que tudo se passou nos conformes da política daquele tempo, que, afinal, não é muito diferente do nosso.
Estamos em plena semana da 14ª Paixão de Ler, promovida pela Prefeitura do Rio, quando mais de 1 milhão de jovens participam de sessões de leituras, assistem a esquetes sobre livros, vêem exposições de volumes de histórias, ouvem a palavra de autores conhecidos e com eles conversam.
RIO DE JANEIRO - Nenhuma novidade no fato de Saddam Hussein ter sido condenado à forca por um tribunal que sofreu pressões dos Estados Unidos, que ocupa o território iraquiano, onde se encontram fabulosas reservas de petróleo. Embora ainda caiba a apelação da sentença, é certo que Saddam terá o que merece.
RIO DE JANEIRO - Pergunto: estará passando a onda que andou pesada para os lados da pornografia, entendida em suas manifestações mais óbvias e agressivas: as revistas ditas eróticas e os filmes que foram classificados de pornochanchadas? Li algumas reportagens a respeito do assunto.
RIO DE JANEIRO - Organizada por Heloisa Seixas, uma coletânea de 60 artigos sobre cinema confirma Ruy Castro como um grande biógrafo de pessoas e fatos. Entre as pessoas, é obrigatória a citação das biografias de Nelson Rodrigues, Garrincha e, mais recentemente, Carmem Miranda; entre fatos, a bossa nova, as lendas e mitos de Ipanema etc. etc."Um Filme É para Sempre", seu último livro, é a biografia de dezenas de atos e fatos do cinema internacional. Ele não se limita, como os críticos convencionais, a resumir o enredo e a avaliar qualidades e defeitos das obras cinematográficas, acrescentando a ficha técnica de cada um.Ruy trata cada filme, cada ator, diretor e produtor como se fosse um personagem com gestação, nascimento, vida, paixão e, em alguns casos, morte. Ele não se limita a opinar ou a informar, coloca tudo dentro do contexto e das circunstâncias de sua época, tornando cada um dos artigos uma resenha completa do cinema como um todo. Ao lado de Antonio Moniz Vianna, José Lino Grünewald e Paulo Emilio de Sales Gomes, ele se fixa entre os grandes críticos do cinema de todos os tempos, com a vantagem de conhecer como poucos a música popular norte-americana, tornando seus comentários mais completos e definitivos.A atual coletânea tem pontos altos, como o ensaio sobre Busby Berkeley, o homem que fez a Depressão rebolar; John Wayne enterrado junto com o western; o "Terceiro Homem"; e o gostoso ensaio sobre a Geração Paissandu.No exemplar que me enviou, Ruy colocou uma dedicatória dizendo que "Victor Mature também é cultura!". Concordo. Tudo que passa pela mão de Ruy se transforma em objeto de cultura e, graças ao seu estilo inconfundível, objeto também de prazer.
RIO DE JANEIRO - É troncudo, fala pouco e parece pensar muito. Chama-se Marcos, é motorista de um amigo, volta e meia me dá uma carona. Dele tenho poucas certezas: é fiel ao patrão, fiel até mesmo aos amigos do patrão. Sei pouco sobre ele, além dessa fidelidade e das poucas palavras que se digna pronunciar, como se delas não precisasse.Tem pavor de balas perdidas, de seqüestros, de qualquer tipo de violência urbana, social ou metafísica, pois tem medo de fantasmas e acredita em espíritos.
Os 61% de maioria eleitoral de Lula endossam a força de uma vitória que tem que ser lida em todas as suas dimensões. De saída, pela "virada de página" que representou quanto a derrubada do arcaísmo político brasileiro, que começara com a queda, de vez, de ACM e continua agora com a perda de Roseana e do clã Sarney no Maranhão. O que está em causa é a remoção de vez do coronelismo político do país, a se transformar na maior vitória da consciência política despertada pelo PT.Foi o Nordeste que deu a Lula as vitórias esmagadoras, no impacto mais importante do voto obrigatório. Ou seja, o de que o desmunido fez da ida às urnas um gesto político quando tem, de fato, em quem votar e se libera de vez de toda dominação imemorial do sistema, seus rebenques e seus caminhões, que ditaram a permanência do status quo nos porões do país. Nosso dado emergente é o desse eleitorado que se livra das oligarquias políticas, por sobre as econômicas, e cria um poder de fogo novo como o do "povo de Lula" na contenda política. Comanda-o o toque efetivo da mudança e por ela - no que atingiu o bolsa-família - uma ruptura continuada com os conformismos de todo o sempre.carisma. O 29 de outubro mostra também o caráter personalíssimo da vitória de Lula, sem o PT e sem herdeiros. E, ao mesmo tempo, arredio ao pedido das tentações carismáticas, de que sempre lhe preservara a militância de quadros e a visão grupal da legenda. É também um Presidente que continua no Planalto, desarmado da larga maioria dos seus primeiros companheiros de poder, e a enfrentar, ao mesmo tempo, o peso de uma coligação múltipla no segundo mandato. Seu trunfo maior, entretanto, é o da alforria que o esmagador da vitória lhe emprestou, como novo crédito de espera e paciência do "povo de Lula". Votou, claro, pelo começo inarredável de vantagens que lhe permitiu o bolsa-família, mas continua a gratificação básica do "outro Brasil" no poder; do "Lula-lá" e do povo que chegou ao Planalto.
A programação do Governo fluminense prevê a construção até o final do ano de oito escolas em prisões do Rio de Janeiro. Uma delas foi inaugurada no Complexo da Frei Caneca, numa área que não será implodida. Ali passou a funcionar a Escola Estadual Supletiva Francisco Alcântara Gomes Filho. A particularidade da obra é que ela foi totalmente feita por internos que têm experiência em carpintaria, marcenaria, eletricistas e demais profissionais necessários. Os tijolos ecológicos, que já se transformam num símbolo dessas realizações que juntam a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e a Secretaria Estadual de Educação, foram feitos numa outra penitenciária. A SEE colaborou com a sua equipe pedagógica e a compra de materiais indispensáveis, como móveis, luminárias, livros, etc. A parceria deu mais do que certo.
Não há mais diagnósticos a fazer nem cabe especular sobre as causas, concausas ou delírios. O Brasil tem uns nós a resolver e pedras, não no meio do caminho, mas obstruindo o caminho. Afastemos os julgamentos pessoais. Vamos dar uma pausa no hábito nacional de jogar pedras. Para abreviar o julgamento vamos generalizar, mesmo com o risco de estar errados: somos todos responsáveis.A verdade é que o nosso modelo, que vem dos primórdios do século 20, é de concentração de renda, de sublimação dos extremos de riqueza e pobreza que se exerce sobre pessoas, famílias e território. Nele as regiões pobres e esquecidas do país serviram de abastecedoras de matéria-prima barata, mão-de-obra pior ainda, para criar bolsões de concentração de riqueza em determinadas áreas do Sudeste, que terminaram na tragédia de quase da metade da população nacional viver em favelas, mergulhadas na miséria, na periferia das grandes capitais.O presidente Lula é uma revolução política, porque concluiu o processo democrático de trazer a governar os operários, a classe que se julgava afastada e para sempre condenada a coadjuvante. Sua biografia e o apoio popular que respaldam sua última eleição lhe dão a autoridade, que nenhum outro presidente teve, de procurar um terreno comum que possa reunir não somente as forças políticas, mas todos os segmentos da sociedade para superarmos os entraves que estão aí, atravessando todos os governos e todas as vontades.O primeiro deles, a modernização política. Não se pode ver o contraste da máquina eletrônica apurar a eleição em três horas e convivermos com práticas da República Velha e mecanismos que remontam ao século 19.Não se pode continuar com a situação de penúria do Nordeste e sem nenhuma perspectiva para a Amazônia, mergulhada na sua solidão histórica.Os obstáculos de um corporativismo obstrutivo e uma burocracia arcaica e bolorenta. Temos de enfrentar o problema de distribuição de renda e de estrangulamento pela especulação financeira. Temos de crescer e para crescer temos de ter energia, indústrias de base e descentralização de riqueza.O presidente Lula inverteu as setas. Não se fixou na prioridade econômica e foi fundo nos programas sociais. São um colchão para evitar a explosão. Mas é preciso avançar muito mais. Ter a coragem de desatar os nós. Libertar-se das peias ideológicas de alguns, punir os que o traíram, traindo o seu governo, e fazer um chamamento para que se faça uma cruzada nacional acima de tudo e de todos, e erigir como sua protetora no segundo mandato Nossa Senhora Desatadora dos Nós.
Ele só escreveu sobre a sua aldeia, o Rio, mas atingiu não apenas o universal como o eterno
O Brasil é um país imenso, com segredos e mistérios nem sempre ao alcance do comum dos mortais. Um grupo de educadores do Sesc, com os quais estivemos reunidos, voltou de visita ao Rio Grande do Sul trazendo uma forte impressão favorável do que lhes foi dado assistir no Instituto de Educação Ivoti, situado em São Leopoldo, com existência superior a 90 anos.