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Academia Brasileira de Letras comemora 126 anos com entrega de prêmios, música e lançamento de selo

 

A Academia Brasileira de Letras recebe convidados no próximo dia 21, no Salão Nobre do Petit Trianon para comemorar seus 126 anos e homenagear a escritora Marina Colasanti, vencedora do prêmio Machado de Assis 2023 pelo conjunto de sua obra literária. Outros homenageados serão o publicitário Nizan Guanaes, que receberá a medalha Machado de Assis, em reconhecimento a serviços relevantes prestados à Academia; o Prêmio Francisco Alves, concedido quinquenalmente a trabalhos sobre o ensino fundamental no Brasil, será agraciado à secretária de Educação do Estado do Rio, Roberta Barreto e os funcionários da ABL receberão a medalha João Ribeiro, pelos serviços prestados à cultura. A Acadêmica Lygia Fagundes Telles, morta em 2022, foi homenageada pelos Correios com um selo comemorativo, que será lançado durante a cerimônia. O harpista belga, Jacques Vandevelde, fará uma apresentação. O prêmio Machado de Assis, que oferece R$ 100 mil à vencedora, tem o patrocínio da Light.

A transmissão do evento começa às 20h e pode ser assistida online pelo canal de Youtube da ABL.

Exposição da trajetória dos 126 anos da Academia Brasileira de Letras

Uma exposição sobre a trajetória dos 126 anos da Academia Brasileira de Letras e a construção dos seus acervos arquivístico, bibliográfico e museológico estará aberta na recepção do Centro Cultural.

Alguns documentos expostos:

Os Lusíadas / Arquivo Biblioteca                              

 

Para o presidente Merval Pereira, a Academia tenta fazer com que a cultura tenha participação no cotidiano da vida brasileira, e tenta estar presente nas decisões do país, ou pelo menos dar o caminho para o debate nas questões que ela, por lei, é responsável, como a língua brasileira. “Fazer 126 anos num país como o Brasil, que esquece o passado muito rapidamente é importante, é sinal de que a instituição está firmemente fincada na história brasileira e na história da cultura brasileira.”

 

“A Academia tem mais de um século e foi fundada por pessoas já pensando o Brasil culturalmente, com uma exigência de conceitos e de profundidade muito grande. É um lugar de pensar o Brasil e a cultura, o que é muito importante”, diz Ana Maria Machado.

Em 20 de julho de 1897, numa sala do museu Pedagogium, à Rua do Passeio, na sessão inaugural da ABL, Machado de Assis fez seu primeiro discurso como presidente:

“Não é preciso definir esta instituição, iniciada por um moço, aceita e completada por moços, a Academia nasce com a alma nova, naturalmente ambiciosa. O vosso desejo é conservar, no meio da federação política, a unidade literária. Tal obra exige, não só a compreensão pública, mas ainda e principalmente a vossa constância. A Academia Francesa, pela qual esta se modelou, sobrevive aos acontecimentos de toda casta, às escolas literárias e às transformações civis. A vossa há de querer ter as mesmas feições de estabilidade e progresso. Já o batismo das suas cadeiras com os nomes preclaros e saudosos da ficção, da lírica, da crítica e da eloquência nacionais é indício de que a tradição é o seu primeiro voto. Cabe-vos fazer com que ele perdure. Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles o transmitam aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira. Está aberta a sessão.”

Sobre Marina Colasanti

Marina Colasanti nasce em 1937, em Asmara, Eritréia. Reside depois em Tripoli, na Líbia, muda-se para a Itália com o início da II Guerra. Em 48 transfere-se para o Brasil.

- Em 1952 começa estudos de pintura que a levariam a cursar a Escola Nacional de Belas Artes e a especializar-se em gravura em metal. Depois de numerosas participações em exposições coletivas, ingressa na imprensa.

- De 1962 até 1973 desenvolve no segundo caderno do Jornal do Brasil atividades de editora, secretária de texto, cronista, colunista e ilustradora. Nesse período inicia sua carreira literária, com a publicação do primeiro livro. Dedica-se também à tradução.

- Colabora com numerosas revistas, edita o suplemento cultural do Jornal dos Sports, em 1977 ingressa como editora de comportamento na revista Nova, onde permanece até 1991.

- Paralelamente desenvolve atividades em televisão, como entrevistadora, redatora e apresentadora, em programas jornalísticos ou culturais. Entre eles, um programa de debates sobre cinema (Sábado Forte) e outro sobre cultura italiana (Imagens da Itália).

- A partir de 1975, começa a trabalhar como publicitária, atividade em que permaneceria até 1982. - Seu primeiro livro, Eu Sozinha, data de 1968. Hoje são mais de 70 livros, de contos, poesia, contos de fadas, crônicas, livros para crianças e jovens, um ensaio sobre o amor (E Por Falar Em Amor), ensaios jornalísticos sobre a condição da mulher. Traduziu importantes textos da literatura italiana.

- A atividade de artista plástica é retomada a partir de 1978, quando ilustra seu livro Uma Ideia Toda Azul. A partir daí, ilustraria a quase totalidade de seus textos para jovens e crianças. Realiza duas exposições individuais, em 1981 e 1987.

- Desde os primeiros tempos como jornalista, volta sua atenção para a questão da mulher. Seu pensamento feminista a levará a realizar palestras no país inteiro, e está na base de quatro de seus livros (A Nova Mulher, Mulher Daqui Pra Frente; Aqui entre Nós; Intimidade Pública ). De 1985 a 1989 é membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.

- Ganhou numerosos prêmios, entre eles mais de 20 em publicidade; 9 prêmios Jabuti, em poesia, crônicas e em literatura infantil (1993, 1994, 1997, 2009, 2010, 2011 e, em 2014, venceu o prêmio na categoria Livro do Ano de Ficção); seu livro de contos Uma Ideia Toda Azul recebeu o prêmio O Melhor para o Jovem, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, entre outros da FNLIJ (1980, 1983, 1994, 2002, 2003, 2004, 2008, 2010, 2014, 2015, 2017) ; prêmio O Melhor Livro do Ano, da Câmara Brasileira do Livro; Grande Prêmio da Crítica, da APCA (Associação Brasileira de Críticos de Arte); ganhou o Concurso Latinoamericano de Cuentos para Niños, promovido em Costa Rica por FUNCEC/UNICEF; e o latino-americano Prêmio Norma-Fundalectura. Em 2010 recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro Passageira em trânsito. Em 2017, ela recebeu o 13º Prêmio Ibero-americano SM de Literatura Infantil..

- Sua obra foi tema de várias teses universitárias. - Sua obra foi traduzida em diversas línguas.

- Casada com o poeta Affonso Romano de Sant’ Anna, tem duas filhas.

Nizan Guanaes

O publicitário foi peça fundamental nas comemorações dos 125 anos da ABL, em 2022, não apenas pela criatividade, mas, sobretudo, pela compreensão da importância da cultura na vida nacional e, dentro dela, do papel da ABL. — diz Merval Pereira. A simbiose da literatura com a música e a dramaturgia, que tanto marcou os anos recentes, foi destacada com emoção nos vídeos criados para comemorar o sucesso das novelas da Globo nascidas de grandes romances brasileiros escritos por acadêmicos.

17/07/2023