O diretor Cacá Diegues, conhecido por filmes como Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1980), Tieta do Agreste (1996) e Deus é Brasileiro (2003), morreu no Rio de Janeiro aos 84 anos. A informação foi confirmada pelo G1, indicando que Diegues estava internado para uma cirurgia e sofreu complicações.
Nascido em Maceió, em Alagoas, Diegues se mudou para o Rio aos 6 anos de idade. Foi por lá que ajudou a fundar o movimento conhecido como Cinema Novo, ao lado de colegas cineastas como Glauber Rocha, Leon Hirszman e Joaquim Pedro de Andrade.
A estreia nos longas metragens veio com Ganga Zumba (1963), que trouxe Antonio Pitanga como o escravo fugitivo responsável por fundar o Quilombo dos Palmares. Seguiram-se títulos de sucesso, como Os Herdeiros (1968), com Odete Lara e Mário Lago contracenando com o francês Jean-Pierre Léaud; Quando o Carnaval Chegar (1972), musical com Chico Buarque, Nara Leão e Maria Bethânia; e Joanna Francesa (1973), que trouxe Jeanne Moreau para filmar no Brasil.
O filme seguinte de Diegues, Xica da Silva (1976), solidificou o seu nome como um dos mais importantes da geração, e lançou a estrela de Zezé Motta como a escrava que ascende socialmente utilizando os seus charmes femininos. Bye Bye Brasil (1980), enquanto isso, o levou para o Festival de Cannes, onde competiu pela Palma de Ouro com a história de uma trupe de artistas teatrais liderada por José Wilker e Betty Faria.
Diegues voltou para Cannes com seus dois filmes seguintes, Quilombo (1984) e Um Trem Para as Estrelas (1987), sempre competindo pelo prêmio maior do festival. Depois, dirigiu Marília Pêra na comédia Dias Melhores Virão (1989), que inaugurou um período de sucesso comercial na carreira do cineasta.
Tieta do Agreste (1996), adaptação do clássico de Jorge Amado com Sônia Braga no papel título; e Deus é Brasileiro (2003), com Antônio Fagundes, se provaram fenômenos de bilheteria. Ainda este ano, a sequência Deus Ainda é Brasileiro deve chegar aos cinemas, com Diegues de volta à cadeira de direção.
Os dois últimos filmes que o diretor completou e lançou em vida foram O Maior Amor do Mundo (2006) e O Grande Circo Místico (2018) este último escolhido para representar o Brasil na corrida de melhor filme estrangeiro (como ainda era chamado na época) no Oscar.
Em 2016, Diegues foi homenageado no Carnaval do Rio de Janeiro, pela escola Belford Roxo, com o enredo Cacá Diegues — Retratos de um Brasil em Cena - o diretor desfilou junto com a escola, no último carro do cortejo. Já em 2018, foi eleito para a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras, substituindo o amigo cineasta Nelson Pereira do Santos.
Diegues deixa a esposa, a produtora de cinema Renata Magalhães, quatro filhos e três netos.
Matéria na íntegra: https://www.omelete.com.br/filmes/caca-diegues-obituario
14/02/2025
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