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ABL na mídia - O Globo - Morre Cacá Diegues, diretor de 'Bye bye Brasil' e 'Deus é brasileiro', aos 84 anos

 

O diretor, produtor e escritor Cacá Diegues faleceu nesta sexta-feira aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Um dos fundadores do movimento do cinema novo, ele foi imortal da Academia Brasileira de Letras e assinava uma coluna no Segundo Caderno do GLOBO, publicada aos domingos. O cineasta estava internado na Clínica São Vicente para se submeter a uma cirurgia, mas teve "complicações cardiocirculatórias" durante a madrugada, antes do procedimento. O velório será realizado na sede ABL neste sábado (15), a partir das 11h. Na sequência, ele será cremado em cerimônia privada no Crematório do Caju.

"Lamentamos profundamente a morte do cineasta e Acadêmico Cacá Diegues, aos 84 anos. (...) Sua obra equilibrou popularidade e profundidade artística ao abordar temas sociais e culturais com sensibilidade. Durante a ditadura militar, viveu no exílio, mas se manteve sempre ativo no debate sobre política, cultura e cinema", lamentou a ABL em nota em seu perfil no Instagram. Nos últimos tempos, Cacá vinha trabalhando na finalização de "Deus ainda é brasileiro", continuação para sucesso de 2003 estrelado por Antonio Fagundes e Wagner Moura, com estreia prevista ainda para 2025. No último domingo, o cineasta se reuniu com amigos na casa de Zelito Vianna para dar um depoimento para o documentário "Divino Mestre Zu", sobre Zuenir Ventura.

— O cinema brasileiro está em silêncio hoje. O Cacá era a voz do nosso cinema, uma pessoa acima de tudo generosa, que falava com todas as pessoas, do popular ao intelectual. Ele apontava para o Norte e iluminava o rumo — lamenta Walter Carvalho, diretor que registrou a última fotografia de Cacá. — Do grupo do cinema novo, ele era quem sabia colocar de forma política e cultural as questões do cinema com poesia. Ele era capaz de escrever sobre a economia do cinema com poesia. Ele tinha o gosto pela palavra, como tinha pela imagem do cinema

Nascido no dia 19 de maio de 1940, em Maceió, Alagoas, Carlos José Fontes Diegues se mudou ainda pequeno com a família para o Rio de Janeiro, onde estudou Direito na PUC, antes de ser completamente tomado pelo cinema.

Ativo integrante do Centro Popular de Cultura (CPC), participa da única produção cinematográfica realizada pelo órgão: "Cinco vezes favela" (1961). À frente do episódio "Escola de samba, alegria de viver", ele divide a direção do longa ao lado de Miguel Borges, Joaquim Pedro de Andrade, Marcos Farias e Leon Hirszman.

O primeiro longa solo veio dois anos depois, com "Ganga Zumba" (1963), estrelado por Antonio Pitanga e Léa Garcia, e que, segundo a "Enciclopédia do cinema brasileiro", foi o primeiro filme nacional com protagonistas negros.

Matéria na íntegra: https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2025/02/14/morre-caca-diegues-diretor-de-bye-bye-brasil-e-deus-e-brasileiro-aos-84-anos.ghtml

14/02/2025