Quinto ocupante da cadeira 15, foi eleito em 20 de março de 1980, na sucessão de Odilo Costa, filho e recebido pelo acadêmico Alceu Amoroso Lima em 23 de maio de 1980.
Dom Marcos Barbosa (nome civil: Lauro de Araújo Barbosa), monge beneditino, poeta e tradutor, nasceu em Cristina, MG, em 12 de setembro de 1915, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 5 de março de 1997.
Concluiu o ginásio em Itajubá, matriculou-se, em 1934, na Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro, tendo participado então da Ação Universitária Católica e do Centro Dom Vital, quando conheceu Alceu Amoroso Lima, de quem se tornou secretário particular. Em 1940 ingressou no Mosteiro de São Bento, com vários outros universitários, interrompendo o Curso de Letras Clássicas, que começara ao terminar o de Direito. Ordenado sacerdote em 1946, foi retomando aos poucos a vocação de escritor, pois já publicara antes crônicas e poemas não só em A Ordem e Vida, revistas de que foi redator, como ainda em O Jornal e na Revista do Brasil. Após uma breve passagem pelas rádios Cruzeiro e Mayrink Veiga, manteve, de 1959 a 1993, na Rádio Jornal do Brasil, o programa Encontro Marcado, apresentado diariamente às 18 horas. Esse programa passou a ser transmitido depois pelas rádios Carioca-AM e Catedral-FM, também diariamente. Colaborou, todas as quintas-feiras, no Jornal do Brasil.
Dom Marcos, ingressando no mosteiro após ter publicado alguns poemas e artigos, julgava ter renunciado à vocação literária, que veio, no entanto, a desabrochar de novo em autos e poemas depois reunidos em livro. Um desses poemas, “O varredor” (“Varredor que varres a rua, / tu varres o Reino de Deus.”), foi muito divulgado pela Ação Católica, à qual pertencia ainda como estudante. Outro poema seu, “Cântico de núpcias”, teria igual repercussão, lido em celebrações de casamento e até mesmo em novelas de televisão. Inovou a oratória sacra, pelo estilo manso e poético dos seus sermões.
Obteve os dois primeiros lugares no concurso para a letra do Hino do XXXVI Congresso Eucarístico Internacional realizado no Rio de Janeiro, em 1955, como também fez parte da equipe de tradutores de textos litúrgicos da Conferência Nacional dos Bispos. Traduziu também, além de obras de Paul Claudel e François Mauriac, três livros que se tornaram famosos: O pequeno príncipe, O menino do dedo verde e Marcelino pão e vinho. Integrou por vários anos o Conselho Federal de Cultura. Foi escolhido para saudar, em nome dos intelectuais, o Papa João Paulo II em sua primeira viagem ao Brasil. Sucedeu a Otávio de Faria no Pen Clube, em 15 de outubro de 1981, tendo sido saudado por Antonio Carlos Villaça. Recebeu o Prêmio de Poesia do Pen Clube do Brasil (1986); foi agraciado, em 7 de junho de 1990, com a condecoração de Chévalier des Arts et des Lettres, concedida pela República Francesa, e recebeu, em 1995, o Prêmio São Sebastião de Cultura da Arquidiocese do Rio de Janeiro, como Personalidade do Ano.
Atualizado em 31/05/2017.