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Artigos

  • Paulo Autran

    Folha de S. Paulo (SP), em 19/10/2007

    SÃO LUÍS do Maranhão, uma das cidades mais antigas do país e onde está preservado o maior conjunto da arquitetura colonial portuguesa, tinha no teatro uma devoção cultural. Basta dizer que a igreja de Nossa Senhora da Luz foi inaugurada, em 1617, com uma representação teatral, diálogos compostos pelo padre Luís Figueira, um dos mártires jesuítas da evangelização da Amazônia.

  • O STF deve avançar

    Jornal do Brasil (RJ), em 12/10/2007

    NOS ESTADOS Unidos, a Corte Suprema cumpriu função extraordinária para a harmonia e a estruturação da sociedade americana. Ela consolidou a Constituição interpretando o seu espírito. Foi assim no caso dos direitos civis, no acesso dos negros às escolas. Na ausência da lei, ela cumpriu sua parte. Não estou defendendo que o STF assuma o poder de legislar, mas, já que entrou para fazer avançar a reforma política que o Congresso não fez, deve prosseguir em outros temas.

  • Opinião: Ano vai, ano vem

    Jornal do Brasil (RJ), em 29/12/2006

    O sentimento mais profundo do homem é o desejo de imortalidade. Para alcançá-lo, construiu a esperança na imortalidade da alma.

  • Opinião: O jogo dos sete erros

    Jornal do Brasil (RJ), em 24/11/2006

    O Oriente Médio toma uma direção nunca esperada por nenhum dos planejadores da Guerra do Iraque. Até hoje ninguém sabe exatamente as motivações que levaram ao conflito. Bush justificou-as como a necessidade de uma guerra contra o terrorismo, a existência de armas de destruição em massa, químicas, atômicas ou seja lá o que fosse. Essa versão não resistiu dois meses e restou a de que era mesmo uma birra de família porque - expressão do presidente dos EUA - "Saddam quis matar papai". A doutrina Rumsfeld da guerra preventiva também ruiu por terra porque, se a versão da existência das armas não era verdadeira, a tal prevenção também não era.

  • Papai Noel não vai a Caracas

    Jornal do Brasil (RJ), em 10/11/2006

    Chávez proibiu Papai Noel de entrar na Venezuela. É o que dizem os jornais. O argumento é que se trata de um agente americano disfarçado num velhinho de barbas brancas e cara de bondoso para matar os costumes populares venezuelanos, tão bem descritos por Rómulo Gallegos em sua espetacular obra, na qual recordo as coplas de Cantaclaro e a saga de Doña Bárbara, la bonguera.

  • Opinião: A Democracia

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 27/10/2006

    Na Pnix, em Atenas, os gregos reuniam a ecclêsia, os 6 mil que decidiam, no voto, o destino da cidade. A democracia era direta ou exercida pelo boulê, grupo de 500 escolhidos pela sorte. Não era, ainda, o que chamamos de democracia representativa, embora sem dúvida esta proporção de 1/12 dos cidadãos represente muito mais fielmente a cidade que os parlamentos atuais (um parlamentar para 200 mil a 600 mil cidadãos).

  • A vida é frágil

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 13/10/2006

    A humanidade deve a Kennedy e a Kruchev a sua sobrevivência, pois se fosse Stalin e Bush que tivessem, naqueles dias da crise dos mísseis, os botões por apertar, talvez não estivéssemos aqui. O risco de uma catástrofe definitiva, enquanto houver uma ogiva nuclear, é inaceitável.

  • Canto de chegada, choro de adeus

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 06/10/2006

    Em 1998, na minha penúltima eleição para senador, conheci no Amapá uma repórter e apresentadora de televisão simpática, talentosa e inteligente. Era do Maranhão e fora contratada por uma equipe de TV para a campanha eleitoral do Amapá. Sorriso aberto, alegria sempre nos lábios. Era uma moça negra que transmitia aos telespectadores segurança e uma presença carinhosa. De grande coração, alegre, solidária.

  • Que tempos de viver-se

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 22/09/2006

    É difícil cooptar um assunto em meio a tantos que circulam nas manchetes políticas e policiais. Você não vive o dilema de um escritor em busca de personagens, mas a necessidade de convencer um tema a que ele entre em seu artigo. Quase sempre, quando existem muitos, ele resiste.

  • A prudência e o lazer

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 15/09/2006

    Em tempos de eleição duas coisas são impossíveis: lazer e meditação. Quanto ao primeiro, nem pensar. Todos os momentos são tomados e às vezes os organizadores de agenda fixam vários eventos na mesma hora: às oito horas, três cafés em lugares diferentes, para discutir coisas diferentes. E aí entram taxistas com enfermeiros, pequenas empresas com agentes de saúde. A tudo se tem que estar atento. Isto sem perder a paciência e atrasar. Mas políticos não têm horários. Horário foi feito para organizar a vida da gente e dos outros, mas a minha experiência é que o atrasar faz parte de nossa cultura política. Eu fico angustiado. Sou homem de cumprir horário, mas quase sempre recebo a desculpa: "O pessoal não chegou. O senhor chegou na hora…".

  • Uma lei que deu certo

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 08/09/2006

    Muitas queixas se ouvem, muitas observações se fazem e muitas críticas nascem. Alguns políticos e outros assemelhados lamentam que as modificações da lei eleitoral tenham tirado o charme das eleições. Sentem falta dos grandes shows, dos brindes, dos outdoors, e reclamam que o clima de eleição (ou festa) desapareceu. Tudo parece frio e às vezes nem se sabe se existe eleição.

  • a grande ausente

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 01/09/2006

    No Brasil, nunca a política externa fez parte da política interna. As relações internacionais estão, na maioria das vezes, ao nível de relações diplomáticas, bilaterais e quando muito uma quermesse de reuniões em que predominam os comunicados finais.

  • Do cacete à eletrônica

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 25/08/2006

    João Francisco Lisboa escreveu um clássico sobre a evolução do processo eleitoral: Eleições na Antiguidade.

  • Soneto e votos

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 11/08/2006

    Um dos meus amores são os sonetos e as redondilhas de Camões. Transformou-se de encantamento em xodó e deste em hábito. De quando em vez ou de vez em vez, para acabar com as formas de cansaço de cair no sono, no Luís Vaz, o Tira-Trintas (apelido do poeta que por causa desse colérico gênio deve ter perdido um olho) recolho a calmaria necessária que a poesia pede ao seu leitor. Não quero dizer com isso que esqueci ou estou traindo o Vieira, nas madrugadas de insônia, lido ou escutado nos Sermões gravados, como o Dos Peixes, na voz de Ary dos Santos.

  • Cheiro de Mugueta

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 04/08/2006

    O julgamento da política é cada vez mais cruel. A vitória da democracia liberal e da economia de mercado, considerados os objetivos máximos do desenvolvimento político ocidental, levou filósofos e economistas de Chicago a considerar termos chegado ao fim da História.