De Tiananmen a Wall Street
Jornal do Commercio (RJ), em 25/11/2011
O movimento "Ocupemos Wall Street OWS" não é um espasmo cívico, de dias ou semanas, mas um protesto continuado, como reação de fundo ao abuso de riqueza e dominação dos senhores da economia privada americana. Aflorou na dita Praça da Liberdade -antigo parque Zuccotti -, ao lado das sedes do império financeiro, para uma longa resistência. Não há que confiar, apenas, numa onda de rejeição a Wall Street que volte à normalidade nas calçadas de Manhattan. É o que marca a logística da criação de cozinhas, de zonas de conforto e acampamentos sólidos. O OWS não é o resultado de um grupo conhecido de radicais, mas da confluência de vários inconformados de muitas áreas do país. Manteve, todos os dias, uma assembleia geral no debate das diferenças na visão da crise. Avulta o balanço do crescente desemprego, no depoimento das suas vítimas. E, sobretudo, o seu contraste com o que deveria ser o desenvolvimento social, frente ao volume do auxílio bancário pela presidência Obama.