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Artigos

 
  • A vingança do homem invisível

    Folha de S. Paulo, em 25/08/2008

    Grupo cria material para invisibilidade. Quando a personagem Mulher Maravilha apareceu em gibis pela primeira vez, pilotando um avião invisível, em 1942, a tecnologia para anular a imagem de um objeto ainda era algo impensável. Um estudo agora publicado, porém, mostra que a tarefa já é possível. Construir aquela aeronave, que saiu dos quadrinhos para se tornar o sonho dos militares, pode ser agora só uma questão de tempo. Projetando um material especial que é capaz de desviar raios de luz de uma maneira inusitada, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia obtiveram, pela primeira vez, um objeto capaz de dobrar a luminosidade "para trás", criando a invisibilidade. Folha CiênciaAvisado de que muitas empresas estavam interessadas na nova tecnologia da invisibilidade, o pessoal do laboratório resolveu apressar o ritmo das pesquisas. Trabalharam dia e noite e por fim conseguiram o seu objetivo: uma espécie de vestimenta que cobriria uma pessoa da cabeça aos pés e que, desviando qualquer luminosidade, tornaria essa pessoa invisível.

  • Memória de Caymmi

    O Globo (RJ), em 24/08/2008

    Infelizmente, a linguagem é linear e as coisas têm que ser contadas em sucessão - Que fazer, a gente vive no tempo - há sempre um "antes", um "durante" e um "depois" - Mas eu gostaria que fosse possível fotografar uma amizade de mais de quatro décadas, como a de Dorival Caymmi comigo. Não filmar, cujo resultado, por mais que inventem truques engenhosos, tampouco escapa da linearidade, mas fotografar mesmo. É como se tudo pudesse ter sido simultâneo, do jeito em que agora está na minha cabeça. Não me ocorre uma sucessão ou conjunto de fatos, me vem somente uma espécie de claridade alegre, risonha, festeira. E não há como transmitir isso a ninguém.

  • Cara inchada

    Folha de S. Paulo (SP), em 24/08/2008

    RIO DE JANEIRO - Bateu fundo no orgulho nacional a derrota do Brasil frente a Argentina por três a zero -uma goleada light, mas que não deixa de ser uma goleada. Pior mesmo é que a nossa seleção, na opinião de Maradona e na opinião de muitos interessados (que somos todos nós), nunca se apresentou tão desfalcada de craques, sem falar na ausência dos supercraques que o mundo se habituou a admirar com a camisa amarela.

  • A miniaturização da vida

    Zero Hora (RS), em 24/08/2008

    No final deste notável romance que é Caminhos Cruzados, de Erico Verissimo, Clarimundo, professor de matemática, resolve tocar um projeto antigo: escrever um livro em que um ET relatará como vê o nosso mundo e a humanidade. Começa, naturalmente, pelo prefácio, onde se queixa de que a vida é chata, monótona. Da janela de seu quarto, prossegue o professor, ele vê numerosas pessoas, empenhadas no “ramerrão cotidiano”. Entre parênteses, são estas as pessoas cujos dramas, tragédias e comédias Érico acabou de narrar nas 286 páginas precedentes. Mas, diz Clarimundo, “debalde os romancistas tentam nos convencer de que a vida é um romance”; ele simplesmente não acredita nisso. Ao terminar o prefácio, Clarimundo tem um sobressalto: na chaleira que deixou no fogão, a água ferve, “a tampa dá pulinhos, ameaçando saltar”. Num pulo, Clarimundo tira a ameaçadora chaleira do fogo. “Quase me acontece um desastre!” – pensa.

  • As Guerras Púnicas e Elis Regina

    Folha de S. Paulo (SP), em 22/08/2008

    A QUEM atribuir a terrível mácula de colocar palavras e expressões inglesas no vocabulário de consumo? Antigamente, uma minoria de baianos e a maioria dos advogados apreciavam locuções latinas, os "ipso facto", "data vênia", "mens sana in corpore sano" e, sobretudo, os "sine die" e os "sine qua non". Eram abrolhos de nossa formação bacharelística, de nossa retórica provinciana. Restou o habeas corpus, que se incorporou ao vernáculo e tem largo uso nos dias que correm.

  • Nasce a República de Santa Cruz

    Jornal do Commercio (RJ), em 22/08/2008

    A gravidade da crise boliviana tem a virtude de abrir uma brecha inovadora no processo político latino-americano. Claro, corremos o risco da primeira fratura de um país, desde a sua independência no século XIX. Estão em causa aí diferenças básicas de identidade, entre a matriz andina, no seu contexto Aimara, e a larga região de Santa Cruz, e da Media Luna, toda ela voltada para a plantação e a atividade extrativa, e responsável por 70% do produto nacional. Nela, se assenta a clássica economia de exportação, ao gosto e às exigências neoliberais dos mercados emergentes com a globalização.

  • O racha das duas Argentinas

    Jornal do Commercio (RJ), em 15/08/2008

    Por um voto, o racha entre as duas Argentinas foi a favor da manutenção do status quo do velho regime. Voto esse, inclusive, não de oposicionistas entranhados, mas do próprio vice-presidente, numa decisão agônica, que vai ao fundo do eixo da coalizão no governo Kirchner. De há muito o justicialismo errava por entre equívocos como o do governo Menem, mas mantinha o impulso final histórico, da busca do outro país, frente a um dos establishments mais ferrenhos e implacáveis de toda a América Latina.

  • O que é legal no aprendiz

    Jornal do Commercio (RJ), em 18/07/2008

    Somos uma nação novidadeira. Se o Brasil estivesse na Europa, certamente a nossa vida seria muito mais monótona. Talvez mais confortável, mas com menos graça. Onde colocaríamos a imensa criatividade do nosso povo?

  • Um verbo para começar o ano

    Zero Hora (RS), em 31/12/2007

    O fim do ano é uma época associada à conjugação quase obrigatória de certos verbos: recordar, avaliar, adivinhar, prever. Ocorre-me que um outro verbo pode se juntar a estes. Antes disto, porém, deixem-me contar para vocês uma história que começou num 1º de janeiro.

  • A história e suas faces

    Extra (RJ), em 31/12/2007

    Um capitão da marinha comentou com um sábio: “É perigoso transmitir uma tradição religiosa através de histórias. As pessoas podem entender o mesmo texto de maneiras diferentes”. “Graças a Deus é assim”, respondeu o sábio. “Podemos mostrar que a verdade tem muitas faces”. “Mas o senhor não teme que possam interpretar de maneira errada seus ensinamentos?”, perguntou. “Uma taça pode conter vinho, água ou leite e continuará a mesma taça. Uma história será sempre a mesma, independentemente da interpretação que tiver”, finalizou o sábio.

  • 2007

    Folha de S. Paulo (SP), em 30/12/2007

    RIO DE JANEIRO - Para muitos, já vai tarde. É a velha mania de cuspir no prato em que se comeu. Bem ou mal, o ano acaba e a maioria da humanidade continua -a menos que no último instante o fim do mundo, tão anunciado pelos profetas, realmente aconteça.

  • Lá vem ou lá foi, eis a questão

    O Globo (RJ), em 30/12/2007

    Não sei se alguém já disse isto, mas tudo neste mundo é relativo. Por exemplo, não escondo ou diminuo minha idade, embora não censure quem o faça, mas tampouco a aumento, como já foi minha prática corriqueira. Ao matutar agora, neste fim de ano que como sempre nos traz um estado de espírito diferente, lembro o tempo comoventemente patético em que, na companhia de amigos corajosos, dispensava a carteira de estudante que, em troca da meia-entrada, me denunciava a idade, para enfrentar com a bravura possível a severidade do porteiro do cinema, quando estava passando "filme impróprio". Entregava meu ingresso e me embarafustava pela passagem, antes que meu rosto imberbe e cheio de espinhas chamasse a atenção do porteiro. A maioria deles era simpática, mas havia um (não esqueço a cara dele, baixinho de bigode, hoje certamente falecido e Deus o tenha, embora eu não faça tanta questão), no antigo Cine Glória em Salvador, que me pegava sempre e que quase me fez perder a cena em que aparecia um peito de Françoise Arnoul, num filme em que ela era amante de Fernandel.

  • O amor

    Extra (RJ), em 30/12/2007

    Há momentos em que gostaríamos muito de ajudar determinada pessoa, mas não podemos fazer absolutamente nada. Ou as circunstâncias não permitem que nos aproximemos ou a pessoa está fechada para qualquer gesto de solidariedade e apoio. Então, tudo o que nos sobra é o amor. Nos momentos em que o resto é inútil, ainda podemos amar. Amar sem esperar recompensas, mudanças de atitude ou qualquer gesto de agradecimento. Se conseguirmos agir desta maneira, a energia do amor começa a transformar o universo a nossa volta. Quando esta energia aparece, sempre consegue realizar o seu trabalho. “O tempo não transforma o Homem, O poder da vontade não transforma o Homem. O poder da vontade não transforma o Homem. O amor, sim, este tem o poder de transformar o Homem.'"