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Mauro Mota

ELEGIA Nº 2

Eternizo os teus últimos instantes:
quero esquivar-te ao derradeiro arquejo;
quero que, aos meus ouvidos, ainda cantes
nossa canção de amor, quero; desejo

ter-te ao meu lado como tinha dantes.
Na fronte exausta, do outro mundo um beijo
sinto. Foz de tua alma. Bem distantes,
seus cabelos castanhos soltos vejo.

Tinha a certeza de que voltarias.
Ouviste a minha voz, e de mãos frias
chegas ansiosa! (Foi tão longa a viagem!)

Que palidez na face! Inutilmente
busco abraçar-te: Foges, que és somente
sombra, perfume, ressonância, imagem.

(Elegias, 1952.)

 

ELEGIA Nº 3

De mim perto, bem perto, junto, unida,
como nunca estiveste, agora estás.
Foste e ficaste — estranha despedida,
reino de sombras, de silêncio e paz.

Tua presença é eterna, eterna é a vida
que, feliz, para sempre, viverás.
Morta é a morte, levaste-a de vencida,
não nos separaremos nunca mais.

Quando chegar meu derradeiro instante,
ó noiva ausente num país distante,
nossos amigos todos ouvirão

vozes e cantos, músicas e abraços.
Dos fantasmas que formos nos espaços
será o encontro sem separação.

(Elegias, 1952.)

 

ELEGIA Nº 8

As mãos leves que amei. As mãos, beijei-as
nas alvas conchas e nos dedos finos,
nas unhas e nas transparentes veias,
Mãos, pássaros voando nos violinos.

Abertas sempre sobre os pequeninos,
mãos de gestos de amor e perdão cheias.
Mãos feitas para construir destinos
no céu, no mar, nas tépidas areias.

As mãos que amei em todos os instantes.
A carícia das mãos que iam colhê-las
eram as rosas que colhiam antes.

Se parecem dormir, não as despertes.
As mãos que amei, que desespero vê-las
cruzadas, frias, lânguidas, inertes!

(Elegias, 1952.)

BOLETIM SENTIMENTAL DA GUERRA NO RECIFE

Meninas, tristes meninas,
de mão em mão hoje andais.
Sois autênticas heroínas
da guerra, sem ter rivais.
Lutastes na frente interna
com bravura e destemor.
À vitória aliada destes
o sangue do vosso amor.

Por recônditas feridas,
não ganhastes as medalhas,
terminadas as batalhas
de glórias incompreendidas.
Éreis tão boas pequenas.
Éreis pequenas tão boas!
De várias nuanças morenas,
ó filhas de Pernambuco,
da Paraíba e Alagoas.

Tínheis de quinze a vinte anos,
tipos de colegiais,
diante dos americanos,
dos garbosos oficiais,
do segundo time vasto
dos fuzileiros navais
prontos a entregar a vida
para conseguir a paz,
varrer da face do mundo
regimes ditatoriais
e democratizar todas
as terras continentais
a começar pelos sexos
das meninas nacionais.

Iniciou-se então a fase
de convocação e treino
todos os dias na Base.
Ah! com que pressa aprendíeis,
só pela conversa quase!
Dentro de menos de um mês
sabíeis falar inglês.

E os presentes? Os presentes
eram vossa tentação
coisas que causavam aqui
inveja e admiração:
bolsas plásticas, a blusa
de alvas rendas do Havaí,
bicicletas Made in USA,
verdes óculos Ray Ban.
Era um presente de noite
e outro dado de manhã,
verdadeiras maravilhas
da indústria de Tio Sam.

E as promessas? As promessas
eram vossa sedução.
Acreditáveis que elas
não eram mentira, não.
Um Frazer no aniversário,
passeios de Constellation,
num pulo alcançar Miami,
almoçar na Casa Branca,
descer na Quinta Avenida,
fazer piquet pela Broadway,
ver a première no Cine
junto dos artistas, com
eles todos na plateia.
Ouvir, no Opera House,
numa noite Toscanini,
na outra noite, Lili Pons.

Com tanto it e juventude
podíeis testes ganhar,
ser estrelas de Hollywood,
Ciúmes de Hedy Lamarr.

Ah! bom tempo em que corríeis,
“pés descalços, braços nus,
atrás das asas ligeiras
das borboletas azuis”.
Ó prematuras mulheres,
fostes, na velocidade
dos jeeps, às garçonnières
da Praia da Piedade.
Quase que se rebentavam
vossos úteros infantis
quando veio o telegrama
da tomada de Paris.

Ingênuas meninas grávidas,
o que é que fostes fazer?
Apertai bem os vestidos
pra família não saber.
Que os indiscretos vizinhos
vos percam também de vista.
Saístes do pediatra
para o ginecologista.

Babies saxonizados,
Que só mamam vitaminas
são vossos babies, meninas,
em vários cantos gerados,
nas mapples dos automóveis,
no interior das cantinas,
da praia na branca areia,
nas noites sem lua cheia.

Meninas, tristes meninas,
vossos dramas recordai,
quando eles, no armistício,
vos disseram goodbye.
Ouvireis a vida toda
a ressonância do choro
dos vossos filhos sem pai.

(Elegias, 1952.)

SONETO MUITO PASSADISTA NA PONTE DA MADALENA

A Yayá

Que lembrança ficou para mim do sobrado
da Madalena? (Vai passando o rio atrás.)
Na frente, o jasmineiro e, no oitão, carregado,
o pé de fruta-pão e de sombras cordiais.

Na cumeeira Luís de Camões instalado.
O avô de fraque, a avó entre os jacarandás
da sala, na varanda, ou querendo, ao seu lado,
o neto, de qualquer peraltice capaz.

Desta inclusive de mexer nas cousas mortas.
as valsas de subúrbio, o oratório, a novena.
Que lembrança ficou do sobrado onde havia.

Teresa? Neco, prenda o cachorro e abra as portas,
porque me chamam, nesta noite, à Madalena.
o jasmineiro em flor e o piano da tia.

(Itinerário, 1975.)
 

A BENGALA

Nem o passeio nas ruas
do bairro da imigração
quando rosa rosamente
sobre ela fecha-se a mão;
nem sua ponteira de aço
e o ouro de lei do castão,
nem a oposta serventia,
tanger o cão e ser cão.
Nada compensa a bengala
da perdida condição,
do exílio da galharia,
do verde da floração,
do ramo onde o passarinho
cantava sua canção.
Fino enxerto ambulatório,
tenta replantar-se em vão,
e é arrancado novamente
cada vez que toca o chão.

(Itinerário, 1975.)

 

PASTORAL

Não disse de onde veio. Apenas veio
quase flutuante pela madrugada.
A flauta e um zelo musical em cada
ovelha e em todas do seu pastoreio.

Toca. (Para o rebanho?) A sua toada
interrompe-se às vezes pelo meio.
Dela não quer somente o vale cheio:
quer levá-la mais longe. Quando nada

houver mais dos cordeiros e dos pastos,
do viço matinal dos brancos rastos
de lã, dos guizos de uma ovelha incauta,

fique a lembrança do pastor fugace,
que foi pastor só para que ficasse
nas colinas a música da flauta.

(Itinerário, 1975.)

 

O GALO E O CATA-VENTO

Pousa no topo da haste como peça
branca do cata-vento, na cumeeira
da casa. O cata-vento gira, e o galo
mudo, esculpido em folha, só, no aéreo
poleiro, também gira, gira, gira.
Ventos catados pelo cata-vento
tentam levá-lo. O galo, todavia,
não vai. (Come as rações da ventania.)
Permanece trepado no mirante .
Estica, às vezes, o pescoço de aço
para onde? Cego e preso, pelo espaço
continua trepado no mirante
o que procura? Espreita a madrugada
em que lhe possam rebentar o canto
e o voo metalúrgico das asas.

(O galo e o cata-vento, 1962.)

 

AS ANDORINHAS

Torre feita de cantos e de plumas
ou feitas de argamassa as andorinhas?
A simbiose do pouso nos litúrgicos
beirais e a migração de alvenaria.

Era a torre da igreja ornitológica,
onde a cor da manhã se suspendia.
Era uma ave de bronze na gaiola,
era a língua do sino presa à corda.

Mas quando, no intervalo dessa pena
no seu repique matinal batia,
era a coletivíssima revoada:

asas de cal e músicas de penas
caindo todas pelo chão da praça
como se a torre se despedaçasse.

(Itinerário, 1975.)

 

O CÃO

A Edson Néri da Fonseca

É um cão negro. É talvez o próprio Cão
assombrado e fazendo assombração.
Estraçalha o silêncio com seus uivos.
A espada ígnea do olhar na escuridão

separa a noite, abre um canal no escuro.
Cão da Constelação do Grande Cão,
tombado no quintal, espreita o pulo:
duendes, fantasmas de ladrão no muro.

O latido ancestral liberta a fome
de tempo, e o cão, presa do faro, come
o medo e a treva. Agita-se, devora

sua ração de cor. Pois, louco e uivante,
lambe os pontos cardeais, morde o levante
e bebe o sangue matinal da aurora.

(Itinerário, 1975.)
 

RUA MORTA

Longa rua distante de subúrbio,
velha e comprida rua não violada pelos prefeitos,
passo sobre ti suavemente neste fim de tarde de domingo.

Sinto-te o coração pulsando oculto sob as areias.
O sangue circula na copa imensa dos flamboyants.

Tropeço nos passos perdidos há muito nestas areias,
onde as pedras não vieram ainda sepultá-los.
Passos de homens que jamais voltarão.

Ó velhos chalés de 1830,
eterniza-se entre as paredes o eco das vozes de invisíveis habitantes.
Mãos de sombras femininas abrem de leve janelas no oitão.

Há um cheiro de jasmins e resedás
que não vem dos jardins abandonados,
mas dos cabelos dos fantasmas das moças de outrora.

  (Itinerário, 1975.)

A GEOGRAFIA NA LITERATURA

Para certas pessoas um amador de literatura não pode ter veleidades de geógrafo. Engano ledo e cego. Em vez de empecilho, a literatura é caminho, e dos mais sedutores, para a Geografia. É a linguagem literária o instrumento essencial para comunicá-la. O geógrafo, seja qual for a sua especialidade, não cria fenômenos. Compete-lhe identificá-los. Ele tem de juntar às suas pesquisas, se quiser conferir-lhes interesse, o tratamento antirrelatório. Se ele não sabe dizer ou não quer dizer, pouco adianta descobrir. Ele mesmo cavou o túmulo para seu trabalho. A mapoteca, o globo suspenso, a bússola, o altimétrico, o termômetro, o barômetro, e ainda o pluviômetro, a câmara fotográfica e outros instrumentos são indispensáveis às pesquisas, mas não as completam e comunicam. Só podemos limitar-nos a registrar as suas indicações, se pretendermos resvalar para uma geografia industrializada ou de indústria, acessível a qualquer curioso com uma semana de treinamento no manejo dos aparelhos. A esse propósito ensina Max Sorre, o grande geógrafo da Sorbonne: “A primeira visão que um geógrafo tem de uma paisagem é a mesma de todos os homens: uma impressão global, com seu cortejo de sentimentos e emoções, de elementos subjetivos, se preferirem. Como todo mundo, ele é sensível às formas e cores, aos perfumes e sons. O que lhe é peculiar é uma maior aptidão a dissociar os elementos do quadro, a fixar a significação da costa ou dos seus traços, evocando analogias longínquas, a descobrir o mecanismo de sua ligação, a torná-lo inteligível.” (1)

Outro geógrafo contemporâneo, Pierre Monbeig, para quem “o geógrafo se debate entre a paixão científica e a arte literária”, fortalece esse pensamento: “os elementos subjetivos nesse caso são aqueles de que menos temos consciência e a tarefa do escritor está exatamente em no-los revelar”. (2)

O geógrafo interfere nos elementos colhidos, faz confrontos, tira conclusões, enriquece o patrimônio científico. Mas só poderá consegui-lo com as suas leituras e observações anteriores, e a sua expressão formal. Do contrário é o nivelamento, é o chover no molhado. Em toda ciência há termos técnicos, mas não um vocabulário técnico. De modo que a subordinação sistemática à terminologia significa, muitas vezes, um esconderijo. E até a negação da cultura quando se pretende afirmá-la. Um problema é de dicionário e outro de gosto e sensibilidade.

Por outro lado, mesmo para muitos geógrafos ortodoxos, a Geografia deixou de ser um bem patrimonial dessa ortodoxia. É difícil, em nossa época, ser bom estudante ou bom professor de Geografia, sem buscá-la em fontes que, sendo da mais pura autenticidade, nada tenham de intencionalmente geográfico.

Com elas pode-se formar uma bibliografia de consulta no estudo de muitos fatos geográficos. “Por isso as páginas em que Paul Morand descreve a descida em hidroglisseur pelo vale do Ródano, sucessivamente torrente alpestre, vasto e impetuoso rio, delta de margens desertas, podem ser consideradas uma contribuição para a geografia do vale do Ródano.” (3)

Unamuno estuda o clima continental, os planaltos castelhanos e o “habitat” em seu En torno al casticismo; mais do que dos das ascéticas descrições dos compêndios, a ideia das tormentas dos mares da China fica-nos da leitura de O tufão de Joseph Conrad; da tragédia da migração e da fome da família Joad temos um romance: As vinhas da ira; para o conhecimento das ilhas do Pacífico, Sumatra, Bornéu, Java, ou da península da Malaca, ou do Mar Amarelo ou de Hong-Kong, nada mais indicado do que a leitura da novela de Herman Melville, “A fera do mar”.

Um geógrafo da categoria de Pierre Denis cita aquele conto de Daudet, no qual a floresta numa primavera reconquista o terreno que os colonos tinham ocupado com o seu acampamento. Nenhum geógrafo profissional jamais atingiu a exuberância e a lucidez de Jack London na descrição das regiões vizinhas do Polo Norte; nem as de Kipling quanto à Índia; nem as de Jean Gabus, quanto aos esquimós nas margens da baía de Hudson; muito poucos assemelham-se a Ferreira de Castro na fixação da Amazônia feita num romance: A selva. Romance tão geográfico que, da sua nova edição, consta um mapa da Região, feito pelo cartógrafo brasileiro Jaguaribe de Matos. (4)

Quanto ao Brasil, é o caso das primeiras descrições de navegantes, aventureiros, missionários, autoridades e alguns cronistas. Sem eles, nada saberíamos de exato sobre a terra e o homem brasileiros nos primeiros tempos. Nas suas cartas, relatórios e impressões de viajantes, encontramos a Geografia sempre literária da colônia e a que fixa os nossos recursos naturais e o desenvolvimento da nossa civilização. É impossível conhecê-la sem o conhecimento de Caminha, Vespúcio, Pero Lopes de Sousa, Staden, Thevet, Gandavo, Jean de Léry, Cardim e Gabriel Soares, no primeiro século; de Claude d’Abbeville, do autor dos Diálogos dos grandezas do Brasil, de Frei Vicente do Salvador, de Barlaeus, Piso e Marcgrav, no segundo; de Antonil, Jaboatão, Frei Gaspar da Madre de Deus e Alexandre Rodrigues Feneira, no terceiro; de toda uma série de cronistas e viajantes, nacionais e estrangeiros, posteriores, alguns ainda atuantes em nossos dias.

Virgílio Correia Filho chega a escrever todo um ensaio sobre as relações entre a obra de Rui Barbosa e a Geografia. E pergunta mesmo se ele teria sido algum dia geógrafo. Isso por causa de um parecer de Rui, deputado geral, sobre a reforma do ensino primário, onde o tratamento à ciência geográfica baseia-se no conceito de Herder: “Acusar de aridez o ensino da Geografia é o mesmo que a arguir de secura. Grande assombro seria o meu se um menino bem dotado não a ficasse amando acima de todas as outras ciências, desde que lha mostrássemos sob a forma que lhe é própria.” (5)

Geográfico é o indianismo de José de Alencar e Gonçalves Dias. Euclides da Cunha faz de Canudos reportagens para o Estado de São Paulo e das reportagens Os sertões. É hoje considerado o mais legítimo precursor da Antropogeografia brasileira. Temos a obra de Gilberto Freyre, de importância em toda a história literária do Brasil. Não sendo declaradamente geográfica, é uma grande realização da nossa Geografia.

O estudo do povoamento e da valorização econômica do Nordeste não pode ser bem feito à margem de um livro alheio à Geografia específica sobre essas matérias, Casa-grande e senzala. Guy Lassere inclui-o na bibliografia do seu ensaio “Um drama da economia tropical, o Nordeste brasileiro” e menciona M. F. Bandel “que condensou o essencial das descrições vivas de Gilberto Freyre.” (6)

O conhecimento das secas nordestinas não está somente nos relatórios técnicos. Toda a extensão da tragédia, a desgraça viva do homem e dos bichos, a desgraça da terra morta, está nos romances de Domingos Olímpo de José Américo de Almeida e Raquel de Queirós; o ciclo do açúcar nos romances de José Lins do Rego; o do cacau, nos romances de Jorge Amado.

A civilização do São Francisco não pode ser bem estudada à margem de um livro não especificamente geográfico: O médio São Francisco, de Wilson Lins, e das ilustrações de Carybé, que o acompanham. (7) Nenhum autor jamais tratou melhor da formação do Recife, da origem e da evolução dos seus bairros e subúrbios, do que Pereira da Costa nos Anais. (8)

Para a bibliografia geográfica de Amazônia, temos além de A selva, uma série de livros fora da bibliografia diretamente geográfica: A Amazônia misteriosa, de Gastão Cruls; O inferno verde, de Godofredo Rangel; História da Amazônia , de Raimundo Morais; Chove nos campos de Cachoeira, de Dulcídio Jurandir, ou Pussanga, de Peregrino Júnior.

(1). Pierre Monbeig. Ensaios de geografia humana brasileira. Livraria Martins. São Paulo. 1940. Pág. 225.

(2). Op. cit., pág. 223 e seguintes.

(3). Op. cit., pág. 225.

(4). Fernando Sigismundi. Literatura e geografia, Boletim Geográfico, IBGE. Ano VII, n. 76, pág. 327.

(5). Boletim Geográfico, IBGE. Ano VII, n. 80, pág. 863.

(6). Guy de Lassere. “Um drama da economia tropical, o Nordeste brasileiro”. Boletim Geográfico, IBGE. Ano VI, n. 66, pág. 587.

(7). Wilson Lins. O médio São Francisco, uma sociedade de pastores e guerreiros. Capa e ilustrações de Carybé. Edições Oxumaré. Bahia, 1952.

(8). Os Anais, de Pereira da Costa, começam em 1943 e informam sobre todos os aspectos da História de Pernambuco. O Arquivo Público Estadual já publicou sete (cada um com mais de quinhentas páginas) dos onze volumes que o autor deixou inéditos.

(Geografia literária, 1961.)