Fundador, cadeira 25
Franklin Dória (Franklin Américo de Meneses Dória, Barão de Loreto), político e poeta, nasceu na ilha dos Frades, Itaparica, BA, em 12 de julho de 1836, dois outros acadêmicos nasceram na ilha de Itaparica: Xavier Marques e João Ubaldo Ribeiro e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de outubro de 1906. Eleito pelos trinta membros que compareceram à sessão de instalação, em 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de acadêmicos, Franklin Dória é o fundador da cadeira nº. 25, que tem como patrono o poeta Junqueira Freire, seu amigo de juventude.
Era filho de José Inácio de Meneses Dória e de Águeda Clementina de Meneses Dória. Formou-se em Direito na Faculdade de Recife em 1859, tendo como colegas, entre outros Aristides Lobo, Gusmão Lobo e Joaquim Medeiros e Albuquerque, pai de Medeiros e Albuquerque. No mesmo ano de sua formatura, aos 23 anos, publicou Enlevos, seu único volume de poesia, impregnado de lirismo nas descrições do cenário das belezas naturais da “ilha encantada” do poeta. Cedo abandonou o verso. E desde o aparecimento do seu primeiro livro só publicou, em poesia, a tradução de Evangelina, de Longfellow, lida na presença do Imperador. Longfellow elogiou a tradução.
Dedicou-se à advocacia e à política. Como advogado, fez a defesa de causas importantes, como, por exemplo, a do desembargador Pontes Visgueiro, autor de famoso crime no Maranhão. Exerceu as funções de promotor, delegado e juiz. Em 1863, foi eleito deputado provincial na Bahia. Em 1864, nomeado presidente da Província do Piauí; em 1866, governador do Maranhão, e em 1880, governador de Pernambuco. Em 1872, foi eleito para a Câmara Federal, sendo reeleito, em mandatos alternados, até 1885. Algumas de suas campanhas no Parlamento do Império a campanha pela instrução pública e a campanha pela eleição direta revelaram-no um grande parlamentar, e ocupou a presidência da Câmara em 1888.
Foi Ministro da Guerra no gabinete Saraiva (1881), quando, entre outras iniciativas, fundou a Biblioteca do Exército, e Ministro do Império no último gabinete da Monarquia, do Visconde de Ouro Preto (1889). Conselheiro do Império, recebeu o título de Barão de Loreto em 1888. Era ligado à Família Imperial, acompanhando-a no exílio. De volta ao Brasil, dedicou-se à advocacia e à literatura. Foi professor de literatura por concurso no Colégio Pedro II, com a tese Da Poesia, caracteres essenciais; diferença da prosa; qualidade de poeta. Demitido com a República, foi reintegrado por sentença judicial. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.