Essa publicação faz parte da coleção Série Essencial
Pedro Rabelo deixou uma obra escassa e uma biografia lacunosa. Sabemos pouco de sua vida e quase nada do homem, suas angústias, inquietações e esperanças. Dele não se conhecem anedotas nem histórias pitorescas, tão abundantes quando se trata de seus amigos e colegas de geração literária: Olavo Bilac, Coelho Neto, Guimarães Passos, Paula Nei.
Essa pobreza biográfica deve-se, em parte, ao fato de seu sucessor na Academia Brasileira de Letras, Heráclito Graça, ter tomado posse por carta, sem proferir o tradicional discurso que, em geral, revela dados e projeta alguma luz sobre o antecessor. Rabelo foi, o segundo mais jovem entre os 40 fundadores da instituição, na época com 28 anos de idade, superado apenas por Carlos Magalhães de Azeredo, quatro anos mais novo.
A escolha demonstra o prestígio de Rabelo à época, comprovado no convite que lhe fez o presidente Machado de Assis para secretariar a primeira sessão preparatória realizada pela Academia, em15 de dezembro de 1896. É o caso de se perguntar: quais as razões deste prestígio? Sua obra? Uma presença gentil, que cativava os seus pares? Qual a trajetória dessa vida? [...] Ubiratan Machado