Essa publicação faz parte da coleção Série Essencial
Antônio Houaiss nasceu no Rio de Janeiro em 15 de outubro de 1915. Carioca da Avenida Atlântica, de origem libanesa, foi batizado na Igreja Católica maronita. Estudou na Escola de Comércio Amaro Cavalcanti, de onde saiu com o diploma de perito-contador. Já ensinava em colégio particular quando, aos 20 anos, pôde inscrever-se para professor do ensino técnico da Prefeitura, obtendo o segundo lugar entre 47 candidatos, empatado com o meu futuro e caro mestre Carlos Henrique da Rocha Lima, atrás, apenas, de Sílvio Elia. Seria bacharel e licenciado em Letras Clássicas pela então Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, e, em seguida, lecionou Português, Latim e Literatura, não só no magistério secundário oficial do então Distrito Federal, como também em escolas privadas. Um primo, mais idoso e adiantado no Colégio Melo e Sousa, deplorou, quando da minha passagem do curso primário para o secundário: “– Que pena, você perdeu o melhor professor que nós tínhamos. Ele foi-se embora este ano.” “– Como se chamava?” “– Antônio Houaiss.”
Conheci-o no princípio dos anos 50, quando regressou ao Brasil para defender-se, com quatro outros colegas, do suposto delito de opinião, insustentável perante as leis e regulamentos que regiam o funcionalismo público. O inquérito administrativo do Itamaraty foi clandestino, sem que os acusados dele sequer tivessem conhecimento antes de terminado, e concluiu colocando-os em disponibilidade inativa não remunerada, pena inexistente no direito brasileiro. [...] Afonso Arinos, filho