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Tarefas do presidente

 

Flavio Chaves

Figura de proa da elite intelectual brasileira, o acadêmico Marcos Vinícios Vilaça brinda-nos com seu mais novo trabalho literário "Tarefas do Presidente", fruto de sua gestão na presidência da Academia Brasileira de Letras, onde desenvolveu um trabalho do mais alto nível, atraindo para aquele espaço que abriga a nata da intelectualidade brasileira não apenas escritores, mas também representantes de outros segmentos culturais do país e do exterior.

Na sua gestão a ABL esteve presente em exposições de artes plásticas, nas rodas de choro, nas altas discussões sobre a pretendida reforma ortográfica, em programas de TV e rádio, nas escolas e universidades, mostrando a todos qual o verdadeiro papel de um escritor, de uma entidade voltada para as letras.

Sétimo ocupante da Cadeira 26 da Academia Brasileira de Letras, onde chegou em 1985, o escritor Marcos Vinicios Vilaça teve seu trabalho na Direção da ABL elogiado pelo escritor Antonio Carlos Secchin, na apresentação do livro, comparando-o a Hércules e suas 12 colunas - na Academia Brasileira de Letras, disse, Vilaça realizou 1.220 tarefas.

Não foi sem motivo que, quando muito tempo antes disse, ao assumir a presidência da Academia Pernambucana de Letras, seu dinamismo chamou a atenção do antropólogo Gilberto Freyre que externou sua admiração com uma frase : "Tão jovem e tão presidente".

Vemos agora, que mais do que um registro de discursos, seminários e compromissos, artigos e entrevistas, "Tarefas do Presidente" nos remete a um ciclo de atividades, contidas, cada uma delas, num dos capítulos, revelando, assim, a seriedade e serenidade com que ele encarou o papel de presidente ABL. Ali deu, mais uma vez, demonstração de seu gigantismo, de um homem sem meias palavras, que sabe ser reconhecido e generoso.

Na realidade, nesse palco tão abrangente da vida, cada um de nós realiza um papel, do mais humilde ao mais sofisticado, porém meritório, desde que seja feito com encanto e precisão ou, em outras palavras, comamor e retidão de espírito. E, como a arte imita a vida, quantas vezes não encontramos fragmentos da nossa exibida em palcos e telas!

Podemos dizer, após a leitura de "Tarefas do Presidente" - como de resto de toda a obra de Vilaça -, que nele encontramos uma fonte perene para consultas e pesquisas, em textos que primam pelo alto nível intelectual do autor, cujos conhecimentos não se cingem apenas a uma face do saber, mas a vários saberes. A evidência está contida em cada página desse livro, levando-nos a sentir orgulho por sermos pernambucanos e, portanto, sempre no mais alto degrau da cultura nacional, partícipes da constelação de homens formadores de opinião, universo no qual Vilaça se destaca.

Diário de Pernambuco (PE) 18/6/2008

18/06/2008 - Atualizada em 17/06/2008