Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Noticias > Morre Roberto Marinho, aos 98 anos

Morre Roberto Marinho, aos 98 anos

 

O GLOBO (07.08.2003)

 

O jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, morreu ontem à noite no Rio, aos 98 anos, após sofrer um edema pulmonar provocado por trombose. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de três dias e o Congresso parou para homenagear um dos mais importantes jornalistas brasileiros. “O Brasil perde um homem que passou a vida acreditando no Brasil. Como dizia o nosso amigo Carlito Maia, tem gente que vem ao mundo a passeio e gente que vem ao mundo a serviço. Roberto Marinho foi um homem que veio ao mundo a serviço. Quase um século de vida de serviços prestados à comunicação, à educação e ao futuro do Brasil. À família, aos amigos e aos funcionários das Organizações Globo, rendo as minhas homenagens póstumas”, disse Lula em comunicado oficial.

Roberto Marinho construiu uma organização de comunicação de massa de vulto internacional a partir de um pequeno jornal herdado do pai. Com o vespertino batizado num concurso entre leitores, ele aos poucos construiu um conglomerado de informação, cultura e serviço público nunca visto na área de telecomunicações e entretenimento no país.

O Rio em que ele nasceu, em 3 de dezembro de 1904, ainda estava longe de ser uma cidade de grandes empresas e grandes empresários. Rodrigues Alves presidente, Pereira Passos prefeito, a capital da República proclamada 15 anos antes só então começava a modernizar-se. Nesta cidade ainda emergente, o futuro de um homem vitorioso não parecia destinado ao menino nascido no modesto bairro do Estácio.

Os pais de Roberto - Irineu Marinho Coelho de Barros e Francisca Pisani Marinho - tinham eles próprios origem modesta. Tiveram cinco filhos - Roberto, Heloísa, Ricardo, Hilda e Rogério - e foi para educá-los que Irineu trabalhou mais de 15 horas por dia até se tornar chefe de redação de “A Noite”, vespertino que ajudara a fundar em 1911.

A figura paterna marca o destino

Nesse quadro, o destino de Roberto Marinho parecia, mesmo, o de um moço simples. Como ele disse em sua famosa carta aberta a Luiz Inácio Lula da Silva, pouco após as eleições presidenciais de 1989: “Durante a minha atribulada formação, em plena adolescência, matriculei-me no Instituto Profissional Sousa Aguiar. Todo dia, às quinze para as sete, eu entrava na sala onde estavam os armários com o número de cada um, e era pelo número que me conheciam: eu era o Treze, conforme estava estampado no uniforme, um macacão de zuarte. Fiz meu aprendizado nas profissões de entalhador, porque gostava de transformar pedaços de madeira em objetos úteis e bonitos, e de mecânico, por me fascinar a mágica dos processos industriais. (...) Não tivesse a vida de meu pai florescido com extraordinário êxito, produto de um talento e de uma coragem que se refletiriam na criação do vitorioso vespertino ‘A Noite’ (...) e eu poderia ter tido por destino ser, com muita honra, um colega do operário Lula.”

A figura paterna foi por duas vezes fundamental na mudança de seu destino. Na primeira, influenciando-o e aos irmãos na escolha da profissão. Na segunda, com a morte de Irineu, aos 49 anos, em 21 de agosto de 1925, logo passaria para as mãos do primogênito, mais que um sonho, o dever de torná-lo realidade.

A fundação do GLOBO foi um episódio que Roberto Marinho viveu muito de perto e com certa perplexidade. Admirava a ousadia do pai, homem que voltara de uma viagem à Europa decidido a fundar um jornal que fosse livre, politicamente descompromissado e porta-voz de todas as aspirações do povo carioca.

“Nenhum homem de imprensa foi mais homem de imprensa que meu pai”, afirmaria Roberto Marinho num texto de 1957.

O jornal começou a circular sem máquinas próprias, num andar de um edifício na esquina da Rua Bittencourt da Silva com o Largo da Carioca (hoje, o prédio da Caixa Econômica). Mas desde seu primeiro dia na redação, após a morte do pai, Roberto esteve empenhado em fazer do GLOBO mais que uma empresa modesta.

Em 5 de maio de 1931, morreu Euricles de Mattos, secretário de redação. Três dias depois, Roberto Marinho, com 26 anos, substituía-o na direção do GLOBO. O jornalista e escritor Franklin de Oliveira contaria mais tarde:

- Quando faleceu Euricles de Mattos, Roberto Marinho já tinha o domínio completo do fazer jornalístico. Chegava à redação às 4h e só a deixava à noite. Conhecia profundamente todos os segredos da profissão, além de dominar, com seu senso estético, a produção gráfica do jornal, da diagramação à tipologia. Exigia objetividade no noticiário, mas sem sacrifício de seu lado humano: objetividade não significa frieza diante dos fatos, e um jornal é a própria vida escrita. Nos editoriais, repudiava os transbordos de linguagem.

O GLOBO funcionou no mesmo lugar até 1954, quando oficina e redação transferiram-se da Bittencourt da Silva para um prédio recém-construído na Rua Irineu Marinho. Nele, o jornal está até hoje em instalações que foram sendo ampliadas e modernizadas a cada ano. Situando-se entre os jornais mais modernos do mundo, O GLOBO é o sonho de Irineu Marinho materializado pelo seu filho.

Em abril de 1998, nascia o EXTRA, hoje o mais bem sucedido jornal popular do Rio de Janeiro. E, em 200, somou-se à organização o DIÁRIO DE S. PAULO, uma vitoriosa investida no mercado jornalístico paulista.

Aquilo de que ele mais se orgulhava era, simplesmente, de sua condição de jornalista. Numa entrevista de 1967, às perguntas que tratavam de seus êxitos como empresário respondia sucintamente, atribuindo-os a muito trabalho, certa ousadia e alguma sorte. Já quando o assunto era sua carreira como jornalista, o tom era diferente:

- Em 1924, minha família embarcou para a Europa. Viajamos no velho Giulio Cesare. Epitácio Pessoa, que deixara a Presidência da República algum tempo antes, também estava a bordo. Escrevi a um amigo uma carta descrevendo a viagem. Nela, fazia grandes elogios à dignidade do ex-presidente, a quem meu pai fizera, em “A Noite”, tenaz oposição. Pedi que juntassem a carta ao malote de correspondência da família. A minha carta foi lida por meu pai, que consertou alguns solecismos e mandou publicá-la, na íntegra, na primeira página de “A Noite”.

Este foi o primeiro dos muitos exemplos do homem que sempre esteve no lugar certo na hora certa. No caso, testemunhando a postura digna de um ex-presidente em meio a uma viagem com a família.

Na TV, a busca da perfeição

O crescimento do patrimônio empresarial de Roberto Marinho deve-se, como ele dizia, a muito trabalho e alguma sorte - mas sobretudo à ousadia de um homem que mesmo ao passar dos 90 anos jamais deixara de pensar no futuro, investindo sempre.

O padrão de qualidade da Rede Globo, por exemplo, não se fez apenas graças às conquistas tecnológicas. O que se via na telinha era resultado principalmente do seu estilo, da sua linguagem, da forma de combinar o instinto do jornalista com a vocação do empresário. A começar pelo “Jornal Nacional”, que com pouco tempo superou o aparentemente insuplantável “Repórter Esso”, da TV Tupi, a Globo faria de cada um seus programas uma permanente busca da perfeição.

O telejornalismo foi realmente o ponto de partida para o fenômeno em que se transformou a TV Globo. Como o próprio Roberto Marinho os definiria, seus programas noticiosos passaram a ser, para os telespectadores brasileiros, “uma nova maneira de ver o mundo”. Era, sim, uma nova maneira de ver o mundo, mas com olhos de um brasileiro. Cujo projeto de vida incluía profunda dedicação à cultura e à educação, espelhada em iniciativas como a Fundação Roberto Marinho e a TV Futura. Em tudo, a cabeça do empresário servia ao coração do brasileiro:

- Sou um otimista nato - proclamava.

Em 19 de outubro de 1993, a Academia Brasileira de Letras transformou-o em imortal.

O velório de Roberto Marinho será na sua casa do Cosme Velho, a partir das 9h da manhã de hoje. O sepultamento será no Cemitério São João Batista às 16h.

Personalidades de todo o país lamentam perda do jornalista Roberto Marinho

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado da morte do jornalista Roberto Marinho e decidiu decretar luto oficial de três dias no país, a partir desta quinta-feira. O decreto fixando luto oficial estará publicado no Diário Oficial desta quinta. Lula estava acompanhando pela TV Câmara a sessão da reforma da Previdência quando ouviu a notícia. Em todo o país, autoridades, empresários e amigos se pronunciaram sobre a importância do jornalista no cenário nacional e do papel do empresário e empreendedor de sucesso na projeção do país internacionalmente. Leia os depoimentos:

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, presidente da República: "O Brasil perde um homem que passou a vida acreditando no Brasil. Como dizia nosso amigo Carlito Maia: 'tem gente que vem ao mundo a passeio e tem gente que vem ao mundo à serviço'. Roberto Marinho foi um homem que veio ao mundo à serviço. Quase um século de vida de serviços prestados à comunicação, à educação e ao futuro do Brasil. À família, aos amigos e aos funcionários das Organizações Globo rendo as minhas homenagens póstumas. Declaro três dias de luto oficial".

JOSÉ SARNEY, presidente do Senado: "O Brasil ficou menor. Roberto Marinho foi uma figura humana que ocupou um espaço da História brasileira, quer como jornalista, quer como patriota"

MAURÍCIO CORRÊA, presidente do Supremo Tribunal Federal: "O Brasil perde uma de suas mais ilustres figuras que nas últimas décadas revolucionou as comunicações no nosso país. O jornal O Globo compõe, no jornalismo nacional, um dos mais importantes veículos de informação e de formação de opinião. A TV Globo granjeou a primazia de audiência e conquistou o reconhecimento internacional. A CBN transformou-se no grande instrumento oral, imediato, e moderno na vida cotidiana brasileira. A Fundação Roberto Marinho se insere no meio cultural brasileiro como incentivadora de nossas artes, tradições e valores. Quando ministro da Justiça tive o prazer de manter com doutor Roberto Marinho constantes diálogos e em um jantar que me ofereceu na sede do Jardim Botânico tive oportunidade de conhecer e avaliar a sua nobreza e sentimento. É com pesar, que como chefe do Poder Judiciário, registro essa lacuna que se abre no cenário da vida nacional ".

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, ex-presidente da República: "Recebi com surpresa e tristeza a notícia da morte de Roberto Marinho, de quem fui amigo e a quem o jornalismo deve muito. Nos momentos difíceis do Brasil nunca faltou a ele realismo e solidariedade ao país. Transmito meus sentimentos à dona Lily de Carvalho Marinho e a todos os seus familiares".

ANTÔNIO CARLOS MAGALHÃES, senador: "Era um homem excepcional, um homem de muita coragem, um homem realizador como ninguém no Brasil realizou tanto. Se examinarem a vida de qualquer brasileiro, nenhum superou Roberto Marinho no seu trabalho. Eu perco um amigo e um conselheiro. É como se eu perdesse um irmão mais velho."

OSCAR NIEMEYER, arquiteto: "Recebi com pesar a notícia da morte de Roberto Marinho. Era um grande jornalista, uma pessoa decente e correta. Era atento aos seus funcionários sabendo defendê-los sempre de qualquer maneira, independente de suas posições políticas. Foi um brasileiro importante, lamento muito a sua morte".

ANTONIO PALOCCI, ministro da Fazenda: "O doutor Roberto Marinho provou para todo o país que uma nação não se constrói apenas com obras físicas. Ele se tornou o responsável pela contrução da maior obra de comunicação e difusão cultural do Brasil. O Brasil é um país de dimensão continental que se beneficiou muito do Sistema Globo de Televisão pelo seu caráter de integração e difusão que o Sistema Globo faz do nosso país no exterior. Também foi o doutor Roberto Marinho fundamental na construção da democracia brasileira e no fortalecimento e estabilidade do sistema democrático nacional. O Brasil perde, mas devemos aplaudir o exemplo dado por ele."

JOSÉ DIRCEU, ministro chefe da Casa Civil (nota): "O ministro José Dirceu, Chefe da Casa Civil da Presidência da República, lamenta o falecimento do jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, e se solidariza com a família pela perda daquele que foi um empreendedor. Tendo dedicado sua vida à construção de uma das maiores redes de comunicação do mundo, Roberto Marinho acompanhou a evolução de seu tempo, implementou as inovações necessárias, e deixa sua marca na imprensa brasileira, na história do Brasil.

MÁRCIO THOMAZ BASTOS, ministro da Justiça: "Doutor Roberto é um homem que faz parte da História do Brasil. Viveu os momentos mais importantes do país. Teve uma vida longa e frutífera. E agora descansa em paz."

CELSO AMORIM, ministro das Relações Exteriores: "Roberto Marinho foi o primeiro grande jornalista empresário brasileiro. Marcou o século passado, revolucionando a televisão e os meios de comunicação. Um homem que soube sempre acompanhar, ajustar-se e antecipar-se às mudanças."

GUIDO MANTEGA, ministro do Planejamento: "Expresso meu pesar aos familiares e todos os colaboradores das Organizações Globo pelo falecimento deste grande empresário, que construiu o maior grupo de comunicação da América Latina."

MIRO TEIXEIRA, ministro das Comunicações: "Do amigo ficará a saudade. Do brasileiro o exemplo e a história".

GILBERTO GIL, ministro da Cultura: "Torcia muito para que ele fizesse cem anos. Seria uma bela festa de alguém que viveu uma grande vida."

ROBERTO CIVITA, presidente do Grupo Abril: "Lamento profundamente o fim de uma longa e linda vida de um homem que começou em um jornal fundado pelo pai três semanas antes e tranformou no maior império da América Latina. É um exemplo para todos nós de confiança no país e jornalismo sério."

DENNIS MUNHOZ, presidente da Rede Record de Televisão: "Com a morte do jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, perdem os meios de comunicação do país e o povo brasileiro." Em nota, Munhoz disse que Roberto Marinho deixa um patrimônio cultural sem precedentes, assim como uma lição de vida e responsabilidade social.

JOHNNY SAAD, presidente da Rede Bandeirantes de Televisão divulgou uma nota de pesar pela morte do jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, na qual destaca a personalidade como a mais bem sucedida da história do Brasil. Segundo o empresário, a trajetória de Roberto Marinho ficará para sempre registrada na História do país.

ROSINHA MATHEUS, governadora do Rio de Janeiro: "Todo o Brasil está de luto, principalmente o Estado do Rio, palco inicial da trajetória do dr. Roberto Marinho, estendida para o Brasil e para o mundo. Ele é o exemplo de empresário moderno."

GERALDO ALCKMIN, governador de São Paulo: "O jornalista Roberto Marinho foi um grande brasileiro, um homem fiel aos seus princípios. Foi um homem de trabalho, que começou cedo, que ergueu um grupo de comunicação que é referência em todo o mundo. Fica esse exemplo de fé, que apostou no Brasil, um homem de trabalho."

AÉCIO NEVES, governador de Minas Gerais: "Tive a oportunidade de por algumas vezes conviver com ele, que tinha uma relação muito próxima com meu avô Tancredo Neves, o que me fez ser um grande admirador do seu trabalho. E hoje Minas Gerais se une aos brasileiros neste grande luto. Mas certamente a semente que ele plantou ainda irá florescer, nós teremos sempre exemplos como esse de que vale a pena ter tenacidade, não importa em que idade, para construir o que ele construiu, uma imprensa forte, fundamental para a democracia brasileira."

NILSON NAVES, presidente do Superior Tribunal de Justiça: "A comunicação no Brasil deve muito ao jornalista Roberto Marinho. Homem de grande visão, enorme capacidade de trabalho e rígido censo ético, criou veículos líderes de vendagem, audiência e credibilidade. Hoje o país perde a presença física de Roberto Marinho, mas as lições deixadas por ele ficarão gravadas para sempre nas história do jornalismo brasileiro."

FRANCISCO MESQUITA NETO, presidente da Associação Nacional de Jornais: "A Associação Nacional de Jornais lamenta profundamente o falecimento do empresário e jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo e ex-presidente da ANJ durante duas gestões (1979/1985). Roberto Marinho contribuiu de maneira decisiva para reunir os jornais brasileiros em torno de uma associação. Na sua gestão foram feitos os primeiros estudos sobre elaboração de jornal e criados grupos técnicos com o objetivo de aprimorar a atividade do jornalismo."

CESAR MAIA, prefeito do Rio: "A construção do jornalismo contemporâneo no Brasil se dá pela inteligência, pela coragem e talento de Roberto Marinho. Por sua ousadia e criatividade de empresário, o Brasil tem uma centralidade áudio-visual que está muito à frente de seu próprio nível de desenvolvimento. Desaparece um homem que não se constrói mais."

MARTA SUPLICY, prefeita de São Paulo: "Roberto Marinho foi um homem de visão, Um homem que criou um dos grande jornais do Brasil e que colocou a televisão brasileira num patamar internacional. Foi um homem que participou de cada minuto da vida do brasileiro intensamente. E se servir de consolo para João Roberto, José Roberto e Roberto Irineu, ele viveu intensamente cada minuto de sua vida."

LUIZ MARINHO, presidente nacional da CUT: "O Brasil perde um cidadão reconhecido pelo espírito empreendedor, pelo pioneirismo no campo da comunicação, criando uma organização que é uma referência internacional."

ORLANDO DINIZ, presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ): "A comunicação brasileira perde o seu maior empreendedor. Com a sua visão e sensibilidade, Roberto Marinho comandou a construção de uma das maiores redes de comunicação do mundo, reconhecida internacionalmente pela qualidade, ética e competência de suas produções. Perde o Brasil um de seus mais ilustres filhos e o jornalismo um de seus maiores expoentes".

JOSÉ EDUARDO DUTRA, presidente da Petrobras: "Foi uma grande perda para a imprensa e para o Brasil. Ele foi um exemplo de desbravador da comunicação e conseguiu construir uma rede de TV que é vanguarda de qualidade para o Brasil e para o mundo. Deu também uma grande contribuição a democracia brasileira a partir de seus órgãos de comunicação."

HORÁCIO LAFER PIVA, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), lembrou-se das conquistas das Organizações Globo ao falar da morte do jornalista Roberto Marinho. Para Piva, o jornalista foi um empreendedor que mostrou ser possível construir um Brasil de 1º mundo

EDUARDO EUGÊNIO GOUVÊA VIEIRA, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan): "Dr. Roberto Marinho foi sempre um exemplo de empreendedor para todos nós. As Organizações Globo são fruto de sua capacidade como jornalista e empresário dinâmico que sempre foi. Sua visão moderna sempre colocou suas empresas na sintonia das demandas da sociedade, ajudando na solução dos problemas sociais. O Brasil perde um grande brasileiro."

ANTONIO ERMÍRIO DE MORAES, superintendente do Grupo Votorantim: "Lamento por sua morte. Ele era uma pessoa excepcionalmente educada, íntegra, enfim, uma pessoa que eu admirava. Eu o conhecia há 15 anos e a última vez que nos encontramos foi há dois anos, na festa dos seus 96 anos. Ele teve uma vida boa, cheia de realizações. Qual o homem que não gostaria de ter tido uma vida assim?"

BENJAMIN STEINBRUCH, presidente da CSN: "Ele era desses homens especiais, cujo trabalho e comportamento servem de estímulo para as gerações mais novas. Era empreendedor, determinado. Sua vida sera um ensinamento para todos nós."

ABÍLIO DINIZ, presidente do Grupo Pão de Açúcar: "O jornalista Roberto Marinho foi um dos grandes responsáveis por colocar os meios de comunicação do Brasil entre os melhores do mundo. Seu trabalho ficará na História."

JORGE BORNHAUSEN, presidente do PFL: "Foi um empresário vitorioso que conseguiu, de sua juventude, transformar um jornal em um império da mídia brasileira com toda a justiça do seu trabalho. Na biografia de Nelson Rodrigues doutor Roberto Marinho tem a sua melhor fotografia, as melhores qualidades humanas e a tenacidade na busca de uma vitória empresarial. Todos lamentamos a nossa perda."

MARCO MACIEL, senador: "Roberto Marinho foi, ao seu tempo, jornalista e empresário que conseguiu construir um sistema de comunicação social que ajudou a integrar o país e se converter num paradigma, cujos reflexos repercutiram no exterior. Além disso era uma pessoa de excelente relacionamento com quem podia-se discutir todos os assuntos. E tinha como característica singular um grande amor pelo Brasil."

DENISE FROSSARD, deputada federal: "A pessoas com a qualidade do Jornalista Roberto Marinho não é dado morrer. As suas obras levam-nos a atravessar o tempo e incorporam à sua existência o dom da imortalidade. Uma imortalidade que não lhes é concedida gratuitamente, mas uma conquista natural da paixão, da grandeza e da singular capacidade de ver e construir o futuro. A ausência física do jornalista Roberto Marinho produzirá saudades nas pessoas de sua convivência mais íntima. Ele, contudo, estará presente, todos os dias, em cada canto do mundo onde o fruto do seu trabalho estiver aproximando as pessoas, as famílias, as populações, trazendo-as todas para o convívio de uma aldeia global. Meus sentimentos à família."

SERGIO CABRAL FILHO, senador: "A comunicação brasileira se divide em antes e depois de Roberto Marinho, uma existência de realizações. Um grande empresário, um grande jornalista".

GLORIA PEREZ, dramaturga: "Um homem admirável, o criador de um mercado de trabalho estável e sólido para o artista brasileiro. Para mim, fica a lembrança de um chefe humano e democrático, que soube conviver com a diferença e nunca perseguiu ninguém por divergência de idéias; e o exemplo raro de empresário que atravessou um século sabendo renovar-se a cada nova etapa da economia."

GILBERTO BRAGA, dramaturgo: "Quando eu era criança muitos dos artistas mais talentosos do país não conseguiam alugar um apartamento ou fazer uma compra modesta a crédito. Doutor Roberto trouxe dignidade à classe artística, à frente da equipe que contratou os melhores atores, diretores, escritores etc. que passaram, a partir da consolidação da Rede Globo, a ter condições de trabalho, em todos os níveis."

ARNALDO NISKIER, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras: "É uma dor muito grande. Foi uma dádiva ter tido a oportunidade de conviver com ele. Ele se foi numa hora em que o país precisava tanto dele pelo exemplo, pela determinação, pela devoção ao país e pela defesa que sempre fez do Rio. Era um homem especialíssimo, como não se encontra dois. Vai deixar um vazio imenso e uma saudade antecipada muito grande".

LYGIA FAGUNDES TELLES, escritora: "Os filhos devem levar adiante a sua obra, que é muito importante para o Brasil. Abraço comovidamente a dona Lily e os filhos do doutor Roberto."

OSIAS WURMAN, presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro: "Roberto Marinho foi um leal e solidário parceiro das causas judaicas e sionistas. Sempre esteve ao lado daqueles que acreditam num diálogo como solução para o conflito do Oriente Médio, tendo sido indiscutivelmente o arquiteto maior das comunicações no Brasil.

BERNARDO PARNES, presidente da Merrill Lynch do Brasil: "Perdemos um dos mais expressivos e inovadores empresários desse país. Roberto Marinho foi um dos expoentes da crescente visibilidade do empresariado brasileiro no exterior. Deixa um legado e uma lição a serem seguidos por novos empreendedores"

NELSON SENDAS, vice-presidente do Grupo Sendas: ''O Brasil e o mundo perderam um gênio. O nome Dr. Roberto se confunde com o jornalismo e a televisão brasileira. A família Sendas perdeu também um grande amigo."

EUNÍCIO OLIVEIRA, líder do PMDB na Câmara dos Deputados: "Homem multimídia fiel em seus propósitos foi o responsável pela consolidação do jornal O GLOBO como um dos maiores veículos de mídia impressa do país. Foi responsável pela criação e pelo desenvolvimento da Rede Globo, a maior rede de emissoras de TV do país, que se tornou orgulho do Brasil. O jornalista, intelectual e filantropo Roberto Marinho deixa assim seu nome marcado de forma digna na história deste país. Registro desta forma o pesar do PMDB e de sua bancada na Câmara pela perda deste brasileiro."

ARTHUR VIRGÍLIO, líder do PSDB no Senado: "Roberto Marinho teve uma vida que valeu a pena ser vivida. Foi alguém que elevou muito a auto-estima dos brasileiros e construiu uma empresa competitiva da qual podia-se discordar, mas ninguém podia deixar de ter orgulho."

AGRIPINO MAIA, líder do PFL no Senado: "Há pessoas que fazem a diferença. Foi um homem que nivelou a imprensa brasileira por cima e que hoje tem expressão internacional."

ROSEANA SARNEY, senadora (PFL-MA): "Acho que é uma perda. Sempre o admirei por sua determinação. Sempre o considerei um vencedor."

BISPO RODRIGUES, deputado federal: "O Brasil perdeu uma grande cidadão, um dos maiores empreendedores do Brasil que deixa uma obra que vai certamente se estender por este século. Se o país tivesse mais 10 Robertos Marinhos estaria em melhor situação."

PAULO DELGADO, deputado federal (PT-MG): "Doutor Roberto construiu o maior império de comunicação do Hemisfério Sul que compete em qualidade, eficiência e informação com a Europa e os Estados Unidos. Orgulho para o Brasil e uma prova de eficiência, qualidade e competência do gerenciamento de nosso país. É uma tristeza pessoal e manifesto minhas condolências a sua família. Seu nome está vinculado à História do Brasil no seu mais alto nivel."

FERNANDO GABEIRA, deputado federal (PT-RJ): "É um jornalista, talvez o mais importante do último século, e construtor do império mais sólido de mundo da comunicação."

JOSÉ JORGE, senador: "Foi um dos homens mais importantes do Brasil no século 20. Conseguiu montar o maior sistema de comunicação que divulgou para o país os maiores artistas que temos hoje. Não só do ponto de vista jornalístico, mas do ponto de vista cultural, sua importânica foi grande."

 

06/06/2006 - Atualizada em 05/06/2006