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Livro de correspondências inéditas entre o poeta Jorge de Lima e o crítico literário Alceu Amoroso Lima é lançado na ABL

 

A Academia Brasileira de Letras realizou o lançamento do livro "Jorge de Lima e Alceu Amoroso Lima - Correspondências" na quinta-feira, 11 de agosto, às 18h30, no Petit Trianon. A obra, da editora Francisco Alves, é a primeira reunião em livros de cartas do poeta alagoano Jorge de Lima, conhecido por ter transitado em diversas correntes literárias. A organização ficou a cargo do professor de Literatura, Leandro Garcia Rodrigues, que possui uma tese de doutorado sobre o assunto.

A correspondência inédita entre Jorge de Lima e o crítico literário Alceu Amoroso Lima aborda temas como literatura, política, religião, pessoas e a amizade entre o poeta e o intelectual. Diversos escritores, como Mário de Andrade, Graciliano Ramos, Murilo Mendes, José Lins do Rego, Aluísio Branco, entre outros, são retratados no livro. No centenário do modernismo, as cartas ajudam a reavaliar a modernidade brasileira e suas complexidades, especialmente a contribuição da vasta obra de Jorge de Lima e a avaliação crítica feita por Alceu Amoroso Lima.

Jorge de Lima

No jornal do colégio, Jorge de Lima já escrevia poemas. Em 1909, ingressou no curso de medicina em Salvador, porém, foi no Rio de Janeiro que ele terminou a graduação. Trabalhou na área de formação, mas paralelamente foi aprofundando-se na literatura. Dedicou-se também às artes plásticas (pintura de telas, fotomontagens e colagens) como autodidata, participando de algumas exposições.

Seu trabalho como artista plástico era relacionado com a vanguarda artística do surrealismo, o qual se aproximou do universo onírico. Pertencente à segunda fase do modernismo no Brasil, também chamada de “fase de consolidação”, Jorge de Lima teve grande destaque na poesia de 30. A partir de 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como médico e professor de Literatura. Em 1935, foi eleito governador do Estado. Mais tarde, tornou-se presidente da Câmara no Rio de Janeiro. Em 1940, recebeu o “Grande Prêmio de Poesia”, concedido pela Academia Brasileira de Letras.

Alceu Amoroso Lima

Alceu Amoroso Lima foi crítico literário, professor de literatura, pensador, polígrafo e líder católico. Nascido em Petrópolis, no Rio de Janeiro, sempre envolveu-se com a política e as questões sociais. Filho de Manuel José Amoroso Lima e de Camila da Silva Amoroso Lima, cursou o Colégio Pedro II, formou-se em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro (1913) e adotou o pseudônimo Tristão de Ataíde, ao se tornar crítico em O Jornal (1919). Após publicar seu primeiro livro, o ensaio biocrítico Afonso Arinos (1922), travou com Jackson de Figueiredo um famoso e fértil debate, do qual decorreu sua conversão ao catolicismo (1928).

Além de vasta obra literária, desenvolveu grande atividade jornalística e ministrou cursos sobre civilização brasileira em universidades estrangeiras, inclusive na Sorbonne e nos Estados Unidos. Como articulista do Jornal do Brasil, destacou-se no combate ao regime militar.

04/08/2022