A historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz estará na UFMG, nesta terça-feira, dia 26, para conversar sobre o livro Imagens da branquitude: a presença da ausência (Companhia das Letras, 2024), que ela lançou recentemente. O encontro com a autora, a partir das 14h, será no auditório 102 do Centro de Atividades Didáticas 2 (CAD 2), no campus Pampulha, em Belo Horizonte.
Para participar, é preciso se inscrever por meio deste formulário. O encontro de Lilia com a comunidade da UFMG ocorre no âmbito do ciclo de palestras Viver com as diferenças, praticar as diferenças, promovido pelo Programa de Pós-graduação em Artes da UFMG.
Lilia Moritz Schwarcz é professora do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Academia Brasileira de Letras. Doutora em Antropologia Social pela USP, a intelectual é reconhecida por suas contribuições ao estudo da história e da cultura brasileira. Ela também tem participação intensa no debate público sobre questões contemporâneas de nossa sociedade, por meio, por exemplo, de entrevistas e publicação de artigos na imprensa.
Em seu novo livro, Lilia busca demonstrar como a branquitude manifestou-se simbolicamente por meio da visualidade na história brasileira, de modo a estabilizar estruturas de subordinação. Na UFMG, Lilia tem como parceira recorrente de suas reflexões a historiadora Heloisa Starling, professora do Departamento de História. Elas são autoras de vários trabalhos juntas, entre os quais, Brasil: uma biografia (Companhia das Letras, 2015), e A bailarina da morte: a gripe espanhola no Brasil (Companhia das Letras, 2020).
O livro
Em Imagens da branquitude, Lilia analisa uma iconografia múltipla (mapas, fotografias, imagens publicitárias etc.), do século 16 ao presente, para, como argumenta o professor de direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Thiago Amparo no paratexto da obra, “desvendar a capa de invisibilidade que caracteriza a branquitude”. Lilia busca, a partir do exame detido desses vários testemunhos imagéticos das vicissitudes da história brasileira, identificar como eles são atravessados por práticas racistas. O objetivo é desnaturalizar as concepções estabelecidas pelas e para as representações visuais da branquitude, submetendo-as outra vez ao juízo crítico da interpretação.
branquitude: ser, ao mesmo tempo, invisível e onipresente. Suas teias de privilégios integram a paisagem do país do racismo por denegação. Neste livro, Lilia Schwarcz propõe um antídoto poderoso para desvendar a capa de invisibilidade que caracteriza a branquitude: ler seus rastros em imagens que compõem a nossa história e o nosso imaginário. Por trás de tantas imagens lidas aqui por Lilia, há um país inteiro que ainda precisa se ver no espelho e que, por meio desta obra-prima, Schwarcz nos permite enxergar com a clarividência que nos faltava”, diz Amparo.
“Branquitude é um sistema de privilégios simbólicos e sociais, que muitas vezes se pauta no passado, mas se prescreve no tempo presente”, explica-se no material de divulgação da palestra. “Para a sua efetivação e até naturalização, as imagens e a cultura visual cumprem um papel fundamental. Na palestra, a professora nos convida a trabalhar com algumas obras – entre pinturas, fotos, folhetos e propagandas – a fim de mostrar como esses documentos atuam por detalhes, reiteração e convenções visuais”, anota-se.
Livro: Imagens da branquitude: a presença da ausência
Autora: Lilia Moritz Schwarcz
Editora: Companhia das Letras
432 páginas | R$ 99,90
Matéria na íntegra: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/lilia-schwarcz-ministra-palestra-sobre-seu-livro-imagens-da-branquitude-nesta-terca-na-ufmg
25/11/2024