O escritor Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça — que morreu neste sábado (29), aos 85 anos, no Recife — foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) no dia 11 de abril de 1985, no lugar de outro pernambucano, o poeta Mauro Mota (1911-1984).
Ele foi o sétimo ocupante da cadeira de número 26 da instituição, que tem como patrono Laurindo Rabelo. Também presidiu a ABL duas vezes, nos biênios 2006-2007 e 2010-2011.
Marcos Vilaça nasceu no dia 30 de junho de 1939 em Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Ex-ministro e ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ele produziu 79 publicações ao longo da vida, incluindo livros de crônicas, ensaios e poesia, segundo a ABL.
Parte dessa obra foi transcrita para outros idiomas, como inglês e francês. Entre os títulos mais famosos dele, está "Coronel, coronéis: apogeu e declínio do coronelismo no Nordeste", que escreveu com o advogado e economista Roberto Cavalcanti de Albuquerque
"Era um sujeito muito divertido, muito carismático, muito perspicaz, inteligente. Tinha tiradas que você não esperava e tinha um humor muito criativo", disse Vinicius Vilaça, um dos netos do acadêmico.
O escritor estava internado há seis meses numa clínica de reabilitação e cuidados paliativos no bairro das Graças, na Zona Norte do Recife, após contrair uma infecção respiratória. Segundo a família, ele morreu depois de ter uma broncoaspiração. Marcos Vilaça deixa três filhos e cinco netos, frutos do casamento de uma vida toda com Maria do Carmo Duarte Vilaça, já falecida.
O velório começou às 16h no Cemitério Memorial Guararapes, em Jaboatão, no Grande Recife, onde o corpo será cremado. As cinzas serão jogadas no mar da praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, no mesmo local onde foram lançados os restos mortais da esposa dele, atendendo a um pedido do casal.
"Meu avô, realmente, foi um ser humano único. E todos nós, em nome de toda a família, só temos a agradecer por todo o carinho, amor, imensurável, que ele sempre dedicou a todos nós. Realmente, ele era um intelectual brilhante, mas, acima de tudo, ele era uma pessoa, um avô, um pai, família na enésima potência. Vai deixar muita saudade", afirmou uma das netas do escritor, Ilana Mendonça.
Trajetória de Marcos Vilaça
Nascido em Nazaré da Mata, Vilaça se mudou para o Recife no início da década de 1950, passando a estudar no Colégio Nóbrega, no bairro da Boa Vista, no Centro da cidade.
Em 1958, começou a trabalhar como professor de história do Brasil no Ginásio de Limoeiro, no Agreste do estado.
Em 1962, concluiu o curso de bacharelado em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito do Recife (FDR), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Após terminar o mestrado, tornou-se professor da instituição em 1964, lecionando as disciplinas de direito internacional público e direito administrativo
Em 1966, foi nomeado secretário da Casa Civil de Pernambuco, na gestão do então governador Paulo Guerra.
Nos anos 1980, foi presidente da Legião Brasileira de Assistência e secretário particular para Assuntos Especiais do então presidente da República José Sarney.
Em 1988, entrou para o TCU por indicação de Sarney e foi presidente da instituição nos anos de 1995 e 1996.
mortal da ABL desde 1985, foi eleito presidente da Academia em 2005 para o biênio 2006-2007 e voltou ao cargo entre 2010 e 2011.
Também participou do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artística Nacional (Iphan).
Matéria na íntegra: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/03/29/quem-era-marcos-vilaca.ghtml
29/03/2025