O sábado será da presença de grandes escritores na 70ª Feira do Livro de Porto Alegre. Heloísa Seixas e Ruy Castro formam um casal que escreve prolificamente. Às 17h30min, eles falam sobre suas mais recentes obras em Encontro no Auditório Barbosa Lessa (Andradas, 1223). Em “O livro dos pequenos nãos” (Cia. das Letras), Heloisa Seixas explora o poder das escolhas, da sorte e do acaso, com a história de Lia em uma noite -- enquanto ela revive lembranças de seu relacionamento conturbado com Tito – e abre janelas para anos pregressos, apresentando outros personagens que tiveram suas histórias reescritas.
Em “Ouvidor do Brasil – 99 Vezes Tom Jobim” (Cia. das Letras), Ruy Castro nos presenteia com 99 crônicas recheadas de informações e histórias de bastidores, com o lado humano, crítico e mordaz do fascinante Tom Jobim. O que Castro mostra na obra é um Tom inesperado e desconhecido, que emerge sob diferentes ângulos em cada crônica. Em conjunto, os textos formam uma espécie de perfil biográfico fragmentado do artista. O fio condutor do livro é a relação de Tom com o Brasil. Ambos autografam às 19h na Praça Gerdau.
No mesmo horário das 17h30min, haverá diálogo literário com Marcelino Freire, Jeferson Tenório e José Falero, no Teatro Carlos Urbim, falando sobre suas obras mais recentes. Em “Escalavra” (Record), Marcelino conta a história de um pai e de um filho e do silêncio sepulcral entre eles. Tudo contado (ou cantado) a partir de uma oralidade antiga, um vento sonoro, nada eólico, em que uma palavra vai “escalavrando”, ralando, friccionando, enganchando uma frase na outra, numa espécie de estrutura megalítica como monumentos pré-históricos erguidos, pedra sobre pedra, para o descanso dos mortos.
Após o estrondoso sucesso de “O Avesso da Pele”, Tenório escreve em “De onde eles vêm” (Cia. das Letras) sobre o ingresso dos primeiros cotistas na universidade brasileira. Na história, que se passa em Porto Alegre, por volta dos anos 2000, acompanhamos o despertar racial do narrador, Joaquim, em meio a um ambiente hostil.
José Falero lança “Vera” (Todavia), que conta a história de mulheres da quebrada que precisam conviver com a presença violenta e opressiva da masculinidade tóxica. Uma incursão — deliciosa e emocionante — pela vida de personagens frequentemente invisibilizados (na vida social e na literatura): empregadas domésticas, idosos, porteiros, jovens periféricos. Os três autores autografam às 19h na Praça.
Às 18h, Isaac Bernat fala de “Encontros com o Griot Sotigui Kouyaté” (Pallas), na Sala O Retrato do Força e Luz. Griot é o mestre da palavra na tradição mali. É ele que perfaz a cadeia de transmissão dos conhecimentos de uma vida. Os Kouyaté são os primeiros griots que, desde o século XIII, passam de pai para filho o conhecimento ancestral. A partir de duas oficinas ministradas por Sotigui no Rio de Janeiro, o autor investiga como o artista pode atuar num mundo globalizado. Autógrafos às 19h.
Hoje, 17h, Robertson Frizero autografa “Merci” (Dublinense) na Praça Gerdau. Merci, protagonista fluído em todos os sentidos, nos conduz pela caleidoscópica jornada em busca de quem é e da própria história. Sua voz questiona desde o passado à forma como as pessoas reagem ao seu modo singular de ser.
Matéria na íntegra: https://www.correiodopovo.com.br/arteagenda/feiradolivro/feira-do-livro-de-porto-alegre-contar%C3%A1-com-a-presen%C3%A7a-de-grandes-escritores-neste-s%C3%A1bado-1.1553042
21/11/2024
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