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Um salto para cima

 

A maioria das nações propõe a taxa de juros como reguladora do valor da moeda. A taxa de juros foi adotada no Brasil para conter a alta de preços, que fica assim limitada a 13% de inciso no valor da moeda. Um dos jornais cariocas deu o seguinte título a essa operação: Juros têm 2ª maior alta da era Lula . Concordamos também com a manchete de outro jornal paulista: BC intensifica freio na economia.


O Copom fixou a taxa de juros em 13% com a esperança de que consiga encaminhar em breve a Selic não para o alto, mas para baixo. Todos sofrem com o aumento dos juros, desde o industrial com bom rendimento, até a modesta dona de casa, que economiza para os dias difíceis que virão. A taxa de juros estourou com a moeda, levando-a para as alturas. O Brasil necessita de uma taxa de juros módica, que incentive o crediário e a poupança da classe popular que, assim, pode ter um sono mais tranqüilo graças ao valor básico da moeda.


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que vai pôr sob controle a inflação. Não é fácil atingir essa meta, principalmente por estarmos num regime de gastos suntuosos que, como quer o presidente da Associação Comercial de São Paulo, o senhor Alencar Burti, devem ser moderados. O giro do capital privado desaparece perto dos gastos do setor público.


Temos dito e repetido que a moeda estava valorizada, a ponto de demandar cotação estrangeira. Nunca, porém, caímos no alçapão do exagero inflacionário, do qual para sairmos seriam necessárias medidas violentas como essa, que alvoroçou o mercado financeiro e a rede bancária.


Há poucos dias, publicamos um artigo sobre a rigidez da moeda e dias depois vemos uma desvalorização enorme para os gastos limitados em que estávamos vivendo.


Quando nos ocupamos da inflação e da sua incidência sobre a moeda, tínhamos presente o que é o fenômeno inflacionário na destruição da democracia e no arremedo dos costumes mais sólidos de uma nação.


A moeda é um tônico decisivo para equilibrar a democracia e, no entanto, é a primeira a cambalear, em virtude da incidência inflacionária, com a qual já passamos tempos duros, difíceis, já banidos do nosso arquipélago de horrores.


Diário do Comércio (SP) 28/7/2008