Vai longe o tempo das revistas inglesas sobre o mistério do crime, do qual vingavam as páginas sobre a quem aproveite o crime.
Estamos diante de um caso complexo para o qual não se encontra o responsável ou o mandante do crime, ou até mesmo o interessado no crime, pois a menina foi morta e ainda não se encontrou um responsável pelo fato.
Ouvidos pai (Alexandre Nardoni, 29), madrasta (Anna Carolina Jatobá, 24), mãe (Ana Carolina Oliveira, 24) e outras testemunhas, ainda não se encontrou um nome definitivo para mudar as investigações para outro sentido, ou dar uma luz que ilumine um caminho mais seguro para se chegar ao descobrimento do responsável por tal barbaridade. É isso que a polícia e a opinião pública de São Paulo estão querendo saber, e os jornais têm dado amplo noticiário sobre o caso.
A verdade é que a menina foi jogada do sexto andar do prédio e morreu após alguns minutos; o local já foi limpo e a grama já foi cortada e nada de positivo traz para a polícia a averiguação. Não temos nada com o crime, mas temos com a impossibilidade de satisfazer a opinião pública em um caso que está chocando a vida pública dos brasileiros.
Casos insolúveis há numerosos nos arquivos da polícia paulista sem que se tenha chegado a uma solução, mas nesse caso está claríssimo que há um mandante e um executor. Já vai demorando muito para o encontro de uma solução.
Não responsabilizamos a polícia, pois muito tem sido feito para se chegar a um bom resultado, mas esse não chega, e o caso vai ficando ignorado nas suas limitações, enquanto a opinião pública se interessa em saber o seu desfecho.
Quem teria tido interesse na morte da menina, cuja idade não forneceria nenhum dado para esclarecer qualquer drama familiar em curso entre as pessoas visadas de mais idade?
Tudo é mistério nesse crime da classe média paulista, já tombando para a apuração final, apesar dos esforços despendidos pela polícia paulista, desafiada por um caso aparentemente secundário no início.
Vamos ver no que dará daqui por diante esse tenebroso crime, em que a vida de uma criança é cortada para satisfazer ânimos mais altos de outras pessoas.
Diário do Comércio (SP) 15/4/2008