Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > A taxa de juro e a crise mundial

A taxa de juro e a crise mundial

 

O jornal O Estado de S. Paulo deu a seguinte manchete na edição de 21/01: “Mercado já espera que BC aumente juros em 2008”. Desde o Plano Real, o Banco Central vem exercendo a política de redução de juros de acordo com o mercado que dessa maneira pode safar-se das aberturas que ocorreram durante um longo período de tempo.


O mercado já espera que o BC aumente a taxa de juro em 2008, conforme o título do jornal paulistano, mas o uso da taxa pelo BC é uma política de acordo com a variação da taxa inflacionária que aumenta ou cai segundo as circunstâncias do mercado internacional, agora visualizado pela crise americana que se agrava no início da corrida eleitoral.


Não haveria necessidade das autoridades da economia manterem uma taxa fixa de juro, mas isso é impossível, numa política frágil como é a nossa em que o valor da taxa de juro independe do presidente do BC e das demais autoridades da área econômica que não podem fazer o que querem, mas o que é imposto pelo mercado, muito bem salientado pelo grande órgão da imprensa de São Paulo.


Será possível uma queda de juros quando a nossa economia estiver mais sólida e mais firme em relação às outras economias dos grandes países, principalmente dos EUA em que o mercado interno absorve a taxa de juro com facilidade ainda não estimada por todos os quantos necessitam de comprar em prestações e pagar aos bancos taxas elevadas, exatamente, para compensar a desvalorização da moeda.


Já estamos habituados a taxas elevadas de juros e não vemos como poderá ela cair em meio a crises mundiais que chegam até nós num repente de influência política.


Não é fácil, como se vê, governar um país com a extensão do Brasil, com a sua diversificação de zonas de influência sobre o poder central e administrando taxas de juros que estão sujeitas ao mercado interno e externo.


Por mais bem que sejam capacitados os organismos de estudo e de estatística, não se atinge uma taxa de juro fixa num ambiente de tantas influências como o nosso, principalmente da situação americana que tem força decisiva nos mercados ainda não fortalecidos por um desenvolvimento que estamos longe de atingir, embora grande tenha sido o nosso crescimento econômico nos últimos anos.


Ficamos com o mercado que espera o aumento da taxa de juro em 2008, por força de circunstâncias internacionais abarcando a nossa economia como um todo.


Diário do Comércio (SP) 22/1/2008