Leio que o governo federal, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, negociou a entrega da presidência da Petrobras ao PMDB. Somos contrários a essa operação por dois motivos. O primeiro, porque fortalece a manutenção da CPMF, um imposto exótico que deveria ser transitório e acabou efetivo; e, segundo: o cargo na Petrobras é técnico, e não político.
Enquanto os partidos não se convencerem de que não deverão apelar para cargos técnicos, não teremos democracia. Esse regime já é fraco no Brasil, tantas são as cavilações dos partidos para a conquista de cargos, seja lá quais forem, ocupando o lugar de técnicos, e agora vai às mãos deste partido o cargo mais opulento da tecnocracia brasileira, o cargo que garante a liberação do bruto pelo Brasil em águas profundas do litoral brasileiro.
É preciso que se arme de espírito público o partido político, evitando pleitear cargos técnicos somente com o fim de atender aos interesses do governo na aprovação de projetos ou na renovação de leis. Esse negócio agora combinado com o PMDB não vai dar resultados positivos à administração pública, pois a CPMF é um vício político e não mereceria ser reformada e aprovado para duração futura, encerrando-se o seu ciclo com a última execução.
Repetimos que a nossa democracia será capenga se não dermos satisfação ao tributarismo autêntico, que estamos em condições de operar graças aos estudiosos do assunto que aqui temos, em sua capacidade para nos dotar de um Código de tributos perfeitamente moderno e justo para com os contribuintes, que arcam com o peso dos impostos em volume acima do normal em qualquer situação, principalmente naquela em que nos encontramos, a do rompimento do subdesenvolvimento e da retomada do desenvolvimento pleno.
Se assim não fizermos, não teremos o desenvolvimento que se reflete em um PIB atendente de todos os interesses sociais do País, principalmente na equalização da distribuição em favor dos menos favorecidos, que merecem ascensão para um patamar mais alto - ou menos baixo - em sua condição social em nossa extensão geográfica bastante ampla.
Fica aqui o nosso protesto contra a entrega da Petrobras a partido político sem a devida consideração de ordem técnica, que deveria caber na escolha do presidente da grande empresa petrolífera brasileira.
Diário do Comércio (SP) 1/10/2007