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Obras irregulares

 

Lemos que o Tribunal de Contas da União (TCU) considera irregulares 77% das obras do País, perfazendo um prejuízo de R$ 5 bilhões. Damos como certa a acusação do TCU e comentamos: políticos, perto das eleições, conseguem obter autorização para iniciar obras - muitas vezes irregulares - que são completamente abandonadas quando a eleição já está ganha, tornando-se obra irregular e juntando o seu quinhão ao prejuízo de R$ 5 bilhões.


É um Deus nos acuda!


Há poucos dias publicamos nesta coluna o condensado de uma reportagem estampada na primeira página de um jornal de grande circulação, dando o Nordeste como região prejudicada pela falta de estrutura na saúde pública. São R$ 5 bilhões jogados fora em obras irregulares espalhadas pelo País.


Não precisamos detalhar a situação em pontos do Nordeste, de pobreza extrema. Se formos para outros estados, inclusive os opulentos do sul do País, vamos encontrar a vexatória pobreza - registrado nas estatísticas mundiais como abaixo do nível mínimo -, carecendo de alimentação, vestuário, abrigo e outras necessidades substanciais, que não são atendidas pelos SUS ou pelas organizações filantrópicas mantidas com verbas votadas pelo governo.


Falta ao País um sério serviço social, que faça o levantamento das necessidades do povo, sobretudo do povo mais carente e mal referido, demandando verbas que sejam aplicadas justamente no interesse geral e não no interesse dos magnatas dos votos, que para se elegerem lançam mão de todos os recursos hábeis e não hábeis para terem garantia de seus lugares nas Câmaras.


Defendemos sempre nesta coluna, e em todas as que já ocupamos, a economia de livre mercado e a preferência pelo setor privado em lugar de setor público para obras de interesse geral. Não é o que se verifica aqui, pois continuamos acorrentados ao motor do setor público, que é ineficaz para as grandes administrações, não correspondendo às aspirações populares.


O mal do Brasil é esse, gastar mal o dinheiro arrecado do povo, com impostos não bem organizados pelos técnicos competentes na matéria, com informações fidedignas de outros países, cujo resultado está nessa estatística do Tribunal de Contas da União .


Diário do Comércio (SP) 24/9/2007