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Distribuição de renda

 

Leio que os milionários brasileiros detêm riqueza equivalente a meio PIB. Isso torna presente a velha frase, que circulava no Rio de Janeiro no começo do século passado: a Europa curva-se diante do Brasil...


Temos batido constantemente na tecla de que a divisão de rendas no Brasil é anômala, concentrando riquezas em 0,7% da população o equivalente a cerca de metade do PIB, o que vale dizer, de toda a produção nacional.


As estatísticas provam que o Brasil é um país de uma minoria milionária calculados em dólares e uma grande maioria de pobres calculados em reais. Os sinais externos da riqueza são as lojas caras, os automóveis de luxo a entupirem as ruas. Basta qualquer cidadão postar-se nos cruzamentos para ver a opulência do Estado de São Paulo e de sua capital pelo número de automóveis dirigidos por motoristas profissionais ou pelos próprios proprietários.


Nenhuma outra cidade terá tantos automóveis quanto São Paulo possui, casas de luxo e grifes como, por exemplo, as concentradas na loja Daslu -hoje meio esquecida dos meios de comunicação - e nos inúmeros centros de compra, com suas opulentas ofertas de mercadorias, para todos os preços mas, sobretudo, os altos.


Dizíamos há dias que o governador José Serra vai encaminhar ao legislativo estadual projeto de lei em defesa da pequena e média empresa, que foram sacrificadas pelos gigantes dos mercados, como os shoppings, que reúnem em seu espaço o grande comércio, o lazer e a boa digestão em gastronomia.


Efetivamente, já não se comportam mais no plano dos mercados regionais as pequenas e médias vendas, que floresceram no passado recente e que ainda insistem em se manter abertas, com freguesia regular e permanente.


Tudo são considerações à propósito da realidade do mercado consumidor, que enseja campo para todas as iniciativas.


Diário do Comércio (SP) 17/7/2007