Deixo de lado os interesses movido pelos integrantes do G-8 na reunião realizada no balneário alemão de Heiligendamm. Fixo-me, exclusivamente, no interesse de observador que vê reacender-se, não sem perigo, embora ainda remotamente, a Guerra Fria entre a Rússia e os EUA. Belicamente, a Rússia não tem mais o seu Exército Vermelho, que fazia tremer todos os obstáculos táticos e estratégicos levantados para defesa do território russo. Também os EUA não sabem como sair do imbróglio na antiga Babilônia.
EUA e Rússia deram-se muito bem no período imperial da Santa Madre Rússia, mas essa situação se deteriorou no período comunista. Durante a Guerra Fria os dois países não se decidiram pelo enfrentamento porque a guerra seria um suicídio coletivo. Os EUA estão mais bem aparelhados, mas a Rússia tem capacidade para voltar à cena como um competidor perigoso.
O mundo não se saciará de guerras. Insisto que estamos numa Segunda Guerra Fria. Ela poderá estuar numa guerra quente e então teremos um desastre de dimensões mundiais, como ficou certo no governo de Ronald Reagan, quando os EUA tinham o segredo da Guerra nas Estrelas, que poderia bombardear a antiga União Soviética.
Tudo são conjecturas, mas em nossos dias as conjecturas se realizam trazendo consigo o perigo das guerras modernas com armamentos cujos segredos ainda não nos foi dado a descobrir.
Pobre mundo. Nos dois Testamentos, o Antigo e o Novo, a palavra de Deus evoca a paz nas sociedades humanas, mas começam as guerras, terminam as guerras, e os países continuam enterrando os seus mortos. O que prevejo para o mundo não é nada bom, embora tenha esperança de que os homens se capacitem de sua inferioridade e de sua grandeza divina.
Diário do Comércio (SP) 11/6/2007