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A ausência de oportunidades

 

Tornou-se comum a crítica à qualidade da educação. Não sem uma certa razão. Entretanto, não é necessária nenhuma percepção especial para concluir que o ensino médio brasileiro passa por um processo de explosão quantitativa. É possível estimar para os próximos três anos a meta de 10 milhões de alunos. Como o ensino superior está longe de acompanhar esse crescimento, também não é difícil supor que haverá uma imensa crise na sociedade brasileira, pela ausência de oportunidades de formação e emprego.


O Provão 2001, que avaliou 20 áreas, classificou sete instituições cariocas como as melhores do País. O Rio de Janeiro ficou em primeiro lugar nos cursos de Matemática, Letras, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Medicina, Economia e Física. Só a PUC ficou com as três primeiras colocações (Matemática, Economia e Física). O Instituto Militar de Engenharia (IME) ficou em primeiro lugar em Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica. A lista dos melhores completa-se com a UFRJ (Medicina) e Centro Universitário Plínio Leite (Letras), este último situado em Niterói.


Como ninguém dá saltos em educação, pode-se inferir que há grandes escolas médias no Rio de Janeiro, preparando adequadamente os seus alunos para os desafios do conhecimento e das provas em nível superior bem-sucedidas. São exemplos elucidativos: Colégio São Bento, Colégio Santo Inácio, Colégio Santo Agostinho, Colégio de Aplicação da Uerj, Colégio de Aplicação da UFRJ, Colégio Eliezer Steinberg/Max Nordau etc.


Vejamos, pelo Censo de 2000, os números do ensino médio regular: o Brasil tem hoje 8.192.948 alunos que estudam em colégios federais (112.343 alunos), estaduais (6.662.727 alunos), municipais (264.459 alunos) e privados (1.153.419 alunos). Nesse total há 99.775 alunos que freqüentam escolas rurais.


No Rio de Janeiro há 675.369 alunos, também distribuídos em colégios federais (15.920 alunos), estaduais (480.428), municipais (13.100 alunos) e privados (165.921 alunos).


O predomínio, como se vê, nesse nível de ensino, é da rede pública, como incentiva a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). O problema é ajustar essa quantidade de alunos com as vagas disponíveis no ensino superior, notoriamente ocupadas por alunos financeiramente bem dotados, que freqüentam a escola particular de nível médio.


Dos 675.369 alunos de ensino médio do Rio de Janeiro, 8.856 têm menos de 15 anos; 275.015 estão na faixa de 15 a 17 anos; 184.984 têm de 18 a 19 anos; 142.523 com idades entre 20 e 24 anos; 30.082 têm de 25 a 29 anos e 33.909 com mais de 29 anos.


No ensino médio, as mulheres (4.471.413) ultrapassaram os homens (3.721.535).

No Rio de Janeiro, embora numa proporção menor, há também, predominância feminina: 368.897 mulheres e 306.472 homens. A região mais expressiva de predomínio feminino é o Nordeste.


O Brasil tem cerca de 20 mil escolas de ensino médio, das quais 13.227 são públicas e 6.229 são privadas. Desse total, 18.777 são urbanas e 679 são rurais. Todos os prédios têm abastecimento de água e energia elétrica, 86% têm biblioteca, 80% têm quadra de esportes e 51,8% têm laboratório de ciências.


Há no total 430 mil professores, dos quais 380 mil têm formação superior. A taxa de escolarização no ensino médio cresceu de 47,5% em 1994 para 74,8% em 1999, o que é bastante expressivo. Temos tudo, agora, para melhorar a qualidade do ensino.


 


Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em 30/06/2002

Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, 30/06/2002